quarta-feira, 27 de junho de 2012

Encolhendo a lua


Chegaste chegando
inverno meu.
Trazendo o frio
encolhendo a lua
alongando a madrugada.

Mudas a rotina,
mas não
a fala dos poetas,
as trilhas da vida,
o expresso do prazer.

Abres a temporada
da procura por calor,
de travessuras
dengos e contato,
agonias de amor.

Chocolate quente
no arder da lua
tem sabor de emoção.
Desconcertado
beberico o amanhecer.

segunda-feira, 18 de junho de 2012

domingo, 17 de junho de 2012

OLHARES


Tem olhares tão gostosos
que chegam a Iluminar a vida.
Olhares com temperatura,
olhares com textura,
que dão forma
e movimento ao desejo. 

Que aquecem a inquietude,
que massageiam o libido.
Olhares que falam
e deixam para a boca, o ato, 
de sussurrar e engolir o outro
em longos e gostosos beijos.

Olhar e brincar
intuitivamente com a fantasia.
Juntando intenções, 
montando ações.
Uns dizem que não uso óculos,
mas olharei, com toda minha miopia.

sábado, 16 de junho de 2012

Que língua falamos?


Fico cansado
por não “acertar”.
Seus olhos
só enxergam seus medos.

Na verdade
o que acontece
de bom ou ruim
é parte de nós.

Sou o de sempre,
mas hoje, sou sua dúvida;
o prazer momentâneo
a “incompreensão”....

Já não te escrevo mais,
afinal, que língua falamos?
O idioma dos enamorados
é pura sonoridade.

A noite daqui
foi feita para dois.
O dia, para conspirações
e trocas de olhares apimentados.

O drama
não aclara intenções;
nem substitui
a poesia.

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Apneia


Às vezes me calo,
não por não ter o que falar,
mas por falta de articulação,
de vocabulário para me expressar.

Às vezes por uma semana,
às vezes por um mês,
às vezes por seis meses.
O tempo não é a questão.

O pavor esta
na incerteza de conseguir
romper o silencio
e retornar.

A suspensão involuntária da fala,
a interrupção da comunicação,
a cicatriz causada
é apneia emocional. 

terça-feira, 12 de junho de 2012

Dia dos namorados


Ficar junto com quem se tem empatia, por quem se tem carinho, desejo, é bom demais.
Apelidaram mais ou menos isto de amor
Às vezes, ficamos juntos, para falar muito, tudo que vem a cabeça. Pra sorrir a toa, de tudo, até do que nem graça tem. Do que só “você” faz engraçado.
Às vezes, pra ficar calado. Para ouvir o silencio do outro. O bater do coração. O respirar. Sentir o calor do corpo.
O choro como as gargalhadas regam a relação.
Ficar junto pra curtir programa de não ir a lugar algum. Programa de ficar juntinho.
Ou para andar por aí, se equilibrando em meio fio, evitando pisar em linhas, desejando chegar, chegar junto, logo “ali”......, no palco deste teatro vida.
Ir dançar dançando, ir ao cinema, comer algo gostoso, encontrar com amigos, viajar, jogar baralho.... Vale tudo.
Reencontrar-se com  a leveza, o orvalho de felicidade, é bom demais.
Só se tem idéia do que é isto, quando se deixa de ter.
Gostar de alguém, é  gostar de você.
É se permitir buscar. Desejar, viver.
Encontrar sintonia nas diferenças é a alquimia da relação.
Tentar saber ouvir, saber calar, saber falar.
Hoje, dia dos namorados, e eu, fisicamente sozinho.
Não sinto dor, nem solidão, pois sei que fui capaz de viver esta experiência. Que sou capaz de revivê-la, reinventá-la.
Com a lua tricoto segredos de menino. Penso em jogos, castelos, aventuras, brincadeiras sensuais.
Dia dos namorados, bate coração.

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Passa por mim?

A lua
me faz o favor
de desligar o tempo.

Assim, a madrugada
torna-se magicamente comprida.
E com sua companhia
tecemos possibilidades
e indagações.

Às vezes,
como hoje,
incompreensões.

Até que ponto
a demanda do outro
passa por mim?
Até que ponto
antes de ser do outro
é minha?

Simplesmente então,
a lua Ilumina e acolhe;
tornando a madrugada
a demanda de meu dia.

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Flashes


...e aos poucos
com a vassoura
vou me soltando.

Rodando,
criando movimentos leves
soltos, de varrição do pátio,
varrição da alma.

A lua
Ilumina o palco.
O vento arrepia
em assovios.
Pura melodia.

Conjunção com a vida.
Flashes de puro prazer.
Vida vivida.

terça-feira, 5 de junho de 2012

Aqui de novo


Aqui o céu,
de peito aberto.
Aqui à noite,
noite convidativa,
convidativa a madrinha
de longos papos.

A lua, 
maravilhosa
em sua magnitude e simplicidade.
Cheia de charme.

Vontade de nadar em sua direção.
Vencendo distancias inexistentes.

Aqui o céu,
aqui a noite,
aqui de novo
meu latente desejo.