quinta-feira, 31 de março de 2011

A duas mãos

Desculpe-me amor. Sei que estou sempre reclamando, falando, repetindo-me...., mas são impulsos. Impulsos intempestivos. Sabe que gosto de você, de embolar-me em seu corpo, em seu olhar. De compartilhar desde as pequenas coisas, aos grandes segredos. Adoro conspirar contigo. De trocar segredinhos, ao pé do ouvido, de contidas gargalhadas, de grandes risadas. De estar ao seu lado. Perco-me, ficando irada, quando percebo-te subtraindo o que vivenciamos. Momentos únicos, breves...Amar pra mim, é a razão da vida. Não é sofrimento, nem esbarra na dor. O sofrimento vem com o medo de amar, de confiar, compartilhar. Mas até com o sofrimento, aprendemos, crescemos, amadurecemos. Amando, atingimos a maturidade emocional. Crescemos, criamos, realizamos e procriamos a vida. Me de a mão querido, pois amar se aprende amando. Corrói o peito, a sensação de ver os sonhos desfeitos. Perdendo noites em choros, à toa. Você não tem idéia do que desperta em mim. Transformo-me ao seu lado, numa vontade estranha e primitiva, de possuir e ser possuída, de ritmos e pulsações, mordidas e lambidas, desejos e puro tesão. Navegando no suor, no gozo, em ondas de prazeres indescritíveis, em orgasmos transcendentes. Sabe amor, isto vem de nossa cumplicidade, de muito carinho, de companheirismo. Até entendo seus medos, meu menino. Não o culpo, de não conseguir ver...o que háááá. Às vezes só com a perda, percebemos o que tínhamos. Construímos emoções, edificamos sentimentos....simplesmente nos relacionando. A mulher, a moleca, a mãe, a esposa, a companheira, são uma só pessoa. Inteiramente viva. Sentindo e dando prazer, desejando brincar contigo, o jogo do santo pecado. Te conheci tão amoroso. Sempre me chamando de menina. Me tratando como se fosse um biscuit. Falava-me como um professor, e eu brincava de ser sua aluna. Comentávamos sobre grandes momentos de prazer...., por isto, assusto-me quando percebo-te buscando somente os pequenos momentos. As migalhas de um relacionamento. Fico sem chão, sem bordas, te vendo ir...aos poucos. Evadindo-se, escorregando devagarzinho, saindo a francesa. Dói demais, perceber que estou a te perder amor. Mas não tenho o que fazer, senão te deixar ir. Mesmo que depois seja imprescindível chorar, chorar e chorar. O que vivi a seu lado jamais será esquecido. Fui sua mulher, sua fêmea, sua companheira. O instinto aflora. A lu@ é cheia, e a loba uiva. Te amo amor.

quarta-feira, 30 de março de 2011

Pela sombra

Até que tentei. Apaguei a TV, o micro e a luz. Tentei dormir, enganando a noite que já era hora. Embalei as idéias, embaralhei o desejo, O problema é que não encontrei o interruptor da saudade. E ao travesseiro me abracei. E aos lençóis me embolei, incendiando-me nas ações. Saudades, porque não me deixaste adormecido ???? A “corda”, acorde, me solta. Oiê, que ainda sou eu, saboreando a ansiedade da madrugada, polindo o que você me disse, ensaiando o equilíbrio do responder. Rabisco os sonhos. Conto carneirinhos, ando pela sombra.

domingo, 27 de março de 2011

10 de abril de 1992 * 25 de março de 2011

Não sou muito ligado em datas, apesar de saber os aniversários de nascimento de meus pais, meus filhos, avós, bisavós, tios, primos e algumas pessoas com quem me relacionei. Sexta passada foi diferente. Estava na justiça, homologando um acordo de separação. Registrando uma nova data na minha vida. E tudo começou com o reconhecimento da união estável em 10 de abril de 1992 e o fim da mesma, sacramentada pelo acordo judicial, em 25 de março de 2011. De um lado, bem vestida com roupa social, minha "ex" Leila, em companhia de suas 3 advogadas, bastante articuladas, preparadas para um “confronto”. De outro eu, com minha mãe, tensa e também preparada para o tal “confronto”, além da ajudante de minha defensora pública. Fui ator e espectador da cena. Durante o tempo de 5 horas que ficamos no Fórum, houve provocações, demonstrações de intolerância, de não confiabilidade na outra parte, de tentativa de guiar a lógica do outro, etcssssssssss..... Me veio a imagem do dia em que revi Leila, em 1992, depois de uns 8 anos fora de Brasília. Alegre, leve, com um belo sorriso, me chamando de sumido. Deste momento a estarmos morando juntos, foi menos de 2 meses. Via nela uma militante guerreira, companheira das atividades partidárias, uma pessoa que como eu, afirmava que queria construir um relacionamento estável. Vieram os filhos, uma casa, e outras tarefas, diferentes das tarefas partidárias. A vida trouxe contradições, nada anormal. Elas sempre vêm, e através delas crescemos. O problema se instala quando não damos atenção à fala e a necessidade do outro. Quando achamos bobeira, algo sem importância, o olhar triste, a decepção, o limite, a identidade perdida. Quando pensamos que representamos a verdade, a maturidade, o equilíbrio. Que a experiência do outro, é perda de tempo. Que não levará a lugar algum. Que o jeito bom, de vida, de casa, de horários, é os que trouxemos conosco. E derepente Leila se emocionou e chorou, Deu vontade de chamá-la num canto, dar as mãos, e olhar nos olhos, falar com os olhos...., com o gesto, pois com as palavras ficaria difícil, pois o idioma é outro. A audiência acabou, e com o fim, veio um cansaço pesado junto ao termino. Os advogados perguntaram a certo momento, se os bens a dividir eram os citados. Concordamos em não colocarmos os amigos, as histórias, os sorrisos.... A separação é a ratificação de um projeto de vida que não deu certo. De uma incapacidade, de uma derrota, de um fim. Mas a vida segue, os aromas envolvem, as cores encantam, e o amanha desafia.

terça-feira, 22 de março de 2011

...de longe

Ando melhor.
Hoje vivo um cansaço físico,
não mental.
Pretendo redimensionar-me.
Quero caber em mim.
Chega de sobras,
de perdas desnecessárias.
Limpo a boca,
limpo o incompreendido
que derramou em palavras.
Desgastes,
desenganos...
Hoje choro,
devargazinho,
eu e o teclado.
Mas esta bótimo.
Estou cansado,
e o que quero
é simplesmente dormir.

terça-feira, 15 de março de 2011

...em meus medos.

Chegue,
mas chegue devagarzinho,
por favor.
Com delicadeza,
bem de mansinho...
Tenho medo de permitir-me,
Medo de gostar,
me lambuzar-me,
de parecer menino.

Rouba-me um beijo.
Me faça sentir calafrios,
tremores, ardores....
Beija-me lentamente,
até engolir-me.

Abraça-me forte
decididamente ardentemente,
cochiche-me segredos
solte gargalhadas
possua-me
sem limites.

Me envolva com ternura,
com teu manto de desejo.
Me cubra com loucura,
com brincadeiras
e gemidos de prazer.

Quero sobremesas
de doces carícias.
e delícias.
Vamos surfar
no lodo
de nossa transpiração.

Me tens assim
silencioso nas palavras.
Mas falo de outras formas
arriscando-me em meus medos
deslizando suavemente
no se entregar.
Todo “EU” deseja,
sonha
e busca ter uma entrega total.
Plena, absoluta, única!!!,
Ousar, é permitir que a vida
faça de um instante
eternidade.

sexta-feira, 11 de março de 2011

“ato falho”

Você me conhece ?
Sou aquele
que sempre te roubou sorrisos,
criando brincadeiras.
O que te pegavas pela mão
correndo atrás
de revoadas de alegria,

Sempre falamos
sobre o valor da liberdade,
do porque necessito
da militância política,
da necessidade de sorrir, viver.
do exercício libertário do amor
na relação do dia a dia.
Respeitando as escolhas,
no leque de vontades de cada um.

Cada dia é um dia.
Perdes a chance de exercitar a convivência,
ao criar um script para ser seguido.
Se não levantas a cabeça,
se não olhas pela janela,
perderas a chance
de ver as cores de cada dia.
Os dias são diferentes,
entender isto, é se permitir viver.

Eu sempre vou,
como eu sempre volto.
Faceiro, alegre, com novidades.
Mas se colocares
um peso pesado em minhas costas
certamente cansarei.
Perderei o movimento vivo....
perderei o brilho nos olhos,
perderei as novidades que costumo contar.
Não voltarei mais,
por questão de sobrevivência.

Perde-me ao não aceitar
o mundo em que vivo.
Acredito que as pessoas juntas,
se potencializam.
Mas apesar disto,
o tudo não atingirão.
Mas o que é o tudo ????,
senão o que tenho.
O resto é sonho,
desejo individual,
vontade de casal.

Invista em você, nos desejos,
desde que não mutile o companheiro.
Começamos nos tocando
com cerimônia,
com medo de machucar.
Passamos pelo sexo de leves toques,
atingindo o amor rasgado, coreográfico.
Os beijos foram ”beijos”,
sem tempo de terminarem....
Gostosos, eternos.
Com gosto de quero mais.

Lembre-se que o outro,
tem o direito
de as vezes não te querer.
Sem ter que responder o por que.
Talvez você não perceba
a TPM do meu lado feminino.
Não somos relógios.
Titubeamos, vivemos dúvidas,
receios e pavores...

Você então,
sofre em ficar só.
Somos diferentes.
Eu, já necessito
destes instantes introspectivos.
Gostar dói, provoca raiva, ciúmes
e muitas frustrações.
Mas também provoca arrepios.
Arrepios de prazer.

Não queira medicar-me,
orquestrar meus atos.
Sou um outro ser,
com outro CPF,
e ações próprias.
Não busque o previsível,
esteja aberta ao “ato falho”,
ao que o ouvido não percebe.

quarta-feira, 9 de março de 2011

As almas, que tem espaços vazios.

Pés no chão,
sentindo a terra,
semeando emoções.

Faz frio aqui...,
nas fictícias fronteiras
do tempo.

Então, na febre das noites,
ardo, tremo,
irradio calor e esfrio.

Emoções distintas,
tremores, instintos...,
perdi nas cobertas a razão.

O sereno da noite
serena meus olhos,
que tenta buscar, um momento de sonhos.

Sobra espaço em meu coração,
mas falta sentido de direção.
No buscar, um simples acordar alegre.

De quem é a culpa pelo entristecer ????
Talvez as faltas de energia,
talvez as faltas cometidas.

Meu silencio, minha existência,
resistência....,
a um abraço sem fim.

Ternamente

O que ficou
morará no espumar

da sensibilidade.

Leve,
sem lugar fixo,
ternamente eternizado
.

terça-feira, 8 de março de 2011

"sua necessidade"

Você sempre se perde
quando tenta, tenta,
e entra, sem permissão,
em meu cantinhozinho.

Então, fico pensando
em você perdida,
sofrendo a repetição,
a decepção.

Decepção de não ter
o que buscou, “sua necessidade”.
De não compreender
que as pessoas dão frutos diferentes.

E perdendo meu riso,
e ganhando linha,
e ganhando distancia,
num vôo solitário.

Volto a flutuar
como bolhas de sabão.
Sentindo arrepios
pulsando emoções.

A saudade estrangula,
mas é preciso prosseguir.
Viajando pelo avesso
e dispensando a censura.

segunda-feira, 7 de março de 2011

Tropeço

Porque não me deixaste adormecido.
Queres me acordar,
acordar para o que ?
Dissipo a tristeza, a solidão,
no silencio, na leveza dos sonhos.
Estou me guardando
para realmente levantar.

Sou um bom rapaz,
e suas indagações
viram interrogatórios.
Assim, tenho medo
de ir para não voltar.
Tomando a atitude
de um animal acuado.

Quero contar minha dor,
falar do meu cansaço,
do peso que sinto.
Falar dos motivos,
das faltas, do que trago
e nunca pude entregar...
Sabe, falta permissão.

Vivo procurando “alguém”
que ouça o que sinto.
Não precisa entender,
basta ouvir,
ser cúmplice do instante.
Que pare, que também sinta
as dormências da vida.

Que compreenda que o silencio
não é momento a ser ”preenchido”.
A saudade do que esta perto,
dói, me faz chorar.
Adormeço os instintos,
os desejos, o rugido.
A qualquer hora...tropeço, e volto a dormir.