terça-feira, 28 de julho de 2015

Eutanásia


Como terminar
o que não acabou.
Como descartar
o que só agradou.

Como te explicar
quando não sei falar,
a linguagem da tribo,
"perdidos no amor".

Contradições de procuras,
de achados e perdidos.
Faço gestos, sinalizo,
faço versos sem finais.

Como terminar
se tudo é parte, de mim,
da forma ao perfume,
da sombra a mutação.

Despedidas sem malas,
sem taxis e terminais,
rodoviárias emocionais,
eutanásia no querer.

Olhos com Ouvidos



Estranho isto.
Quando escrevia,
carregava a certeza
que só os olhos
com ouvidos ouviriam.

A linguagem
nos permite falar,
mas não nos da,
nenhuma certeza
de ser ouvido.

As necessidades
determinam até,
o tamanho,
e a forma,
da saudade.

KoiZa típica,
de sapato apertado,
cobertor curto,
café de garrafa,
angústia de mordaça.

Choro de Sorrisos


O amor,
sempre emociona.
O amor,
de quem amamos,
transborda em bordados
o espaço da razão.

Encharcando os olhos
num choro de sorrisos,
num cerco de abraços,
na certeza da verdade,
que embala nosso berço,
num "Bada-Lar" mágico
.

"Trans-Pirando"


Trans-piro o excesso,
do nada ofertado.
Portas se fecham,
guetos me sobram.
Opções de trabalho
que não quero,
que são do "caralho",
calvário de cursos...
Não vou ser cabeleireiro,
não vou ser decorador, 
não me deito por dinheiro.
eu não vendo meu amor.
Meus longos dias,
são tão curtos,
para minhas procuras,
para meus prazeres.
Cuidando das KoiZas, 
fazendo faxina,
lavando as roupas, 
passando a "rotina".
Vidinha de marinheiro,
malinha de vendedor.
Sorte de um mochileiro
a procura de seu amor.
Trans-piro nas indiferenças,
do tratamento familiar.
SuS-piro nas diferenças,
do tratamento "Psico-Social".
Será com muitas Lutas,
armadas com baionetas,
travadas em cada esquina,
que as rosas conjugará o amor.

Aquecendo os "pés".


Como criança
vivo sonhos,
em baixo 
até das cobertas.
Ficar conversando 
e brincando
no quentinho 
do edredom.
Se cobrindo
no lençol
da intimidade,
aquecendo os "pés".
Num momento
sem tempo,
sem fronteiras
, sem "@té" censuras.

CONTORCIONISTA


Fico sem coragem de levantar. Com dor nas costas. Vivo o dormir de um contorcionista. Ai as dores simplesmente doem. Bem na coluna, "à" responsável, pela postura, pelo equilíbrio. Tinha resolvido abandonar a "fala", da palavra escrita, das dores do coração. A lógica às vezes ganha, e às vezes perde da emoção. Numa relação sem ganhador, sem perdedor, já a deriva. Tudo tão claro, se lido com a luz da varanda, no amanhecer.

segunda-feira, 27 de julho de 2015

"Trans-Ferir"


Como fingir
que não existe.
Que é KoiZa do "DiABO",
toda minha emoção.

São meus olhos, 
que faíscam, 
no encontro 
com os teus.

Quando o momento,
trans-borda,
confessando o tesão,
encharcando o desejo.

A família "me comove",
escondendo o meu SER.
Trans-Ferindo ilusões,
descartando ao armário.

São dores da rejeição,
do abando em um exílio,
exílio de identidade,
da guerra de gênero,

Gosto de quando,
posso ser eu.
Por trás da lua,
sem testemunhas...

ESTÁ em NóS


As crianças
sonham com a noite,
pois vêem ali, o novo.

As possibilidades
do tocar e desbravar
os "monstros" infantis.

Enquanto os adultos,
na "lógica" dos dias,
não vivem a magia.

Procuram nas sombras,
a camuflagem perfeita,
ao "talho" da vida "vadia".

Quando posso ser eu,
sem testemunhas,
pareço com o luar.

Que na luz invade a janela,
do infinito que procuram,
e que esta em nós.

SEM RAZÃO


Já desejei 

saltar a fase,

de só fazer,

amor contigo.


Quero atingir 

o te querer 

já sem

vergonha.


De te comer

até ao avesso.

De te bolir

na manivela.


De te apertar

fazendo suco
.
De ingerir 

o teu bagaço.

Meu Pai


Se trancou
(no banheiro)
por uns 30 min.

Disse,
que não sentia,
a perna.

Que não,
pediu socorro,
prá me preservar.

Relatou
uma aventura
de sobrevivência.

Com cenas
de se agarrar
nas paredes.

Fortes e contidas,
emoções de solidão,
no silêncio.

As "famas"
são chamas
de dramas pessoais.

Ao fim, tudo passou,
na carruagem
de um sono profundo.

Evaporo Amanhecendo


Como um bichinho
bem arisco,
você bebe 
toda a curiosidade,
me espiando,
fugindo de mim.

Sou o desejo
que o instinto
"cego" enxerga.
Que a razão,
bolha de sabão,
não sabe segurar.

Vôos de vento,
euforias da alma,
de um correr
em volta,
de um brincar
leve e sem toques.

KoiZa do tempo,
bordados da vida,
pinturas do amanhecer.
Sou personagem,
da madrugada.
Evaporo amanhecendo.

Calos da Vontade




Se você pegar
na minha mão,
vou viver
a explosão.

Vai tocar
o meu piano.
Vai reger
meu recital.

E no tocar
da minha mão,
vai perceber,
calos da vontade.

Que me levarão,
no instinto,
a seus cantinhos,
a seus segredos.

Partituras de carinho
em registros de desejos.
São duetos já formados
em assobios afinados.

sábado, 25 de julho de 2015

Além da Intensão


    Às vezes 

  o instinto 


se faz 


 mais forte,

 
  e constrói 


    muito além 


      da intensão.




Foto de Idalina Bonfim.

PONTUAÇÕES


São pontuações,
um tempo necessário,
entre cada suspiro.

Páginas viradas 
do livro da cabeceira
da cama da vida.

Grito da Luta


Mudei de núcleo

Nova composição, 

gênero e opressão.

Ponto de pauta

pois o desejo 

é o grito da luta.



Comecei a compor,

"trans-pirando" a questão.

Sapatinho de cristal

VERSUS o "Tênis".

São novos versos,

da série "Trans".



Trans-Viado

Trans-Bordar

Trans-Ferir

Espero continuar.

Trans-Formado.

Transcrevendo emoções.

"Amiga da Juventude"





Marta Baggio,

destoava 

do mesmismo.



Cabelos longos,

india-mente grisalhos,

e roupas simples.



Beirando o silêncio

pontuava a emoção,

em breves intervenções.



Em compensação,

proprietária de um sorrir, 

simplesmente estonteante.



De histórias marcantes,
 
com lutas de amor,

dona de um abraço, eterno.



Por ela me apaixonei, 

e militei, pois o belo,

está nas diferenças.



"Jamais esticaria minha pele artificialmente, 

não quero esconder as marcas que o tempo deixou, 

são as medalhas da experiência!"  Lúcia Saldanha Caiaffo


Foto de Nadia Amorim.

Vamos ser Moleques



Nas tempestades,
do tempo em tempo,
ou procuramos abrigo,
ou vamos ser "moleques".

Invadindo as poças,
chutando as vontades,
relevando o olhar,crítico, 
de quem não vê felicidade.

Dos que se assustam,
com as fronteiras
desmarcadas do querer.
Na grilagem feminina.

Vamos,
que um banho é pouco,
para a mulher negra,
movida a explosões.

Que pelada,
nas pedaladas,
faz segredos
do gemido do vento.


Foto de Chuva's.

Sapatinho de Cristal (ou Tênis)?


Qual é o porque,
da imposição
do cor rosa?

No que
te incomoda
um tênis no pé?

Padrões definidos,
por "almas" finitas,
assombram o querer.

O brincar é maior
que a opção
dos brinquedos.

O calçar nos leva,
a qualquer "modelo",
no buscar nossos passos.

Não trafegue na hipocrisia,
chamada contramão,
no grito da repressão.

No Ponto

                                                                                                                                             Vamos pegar                                                                          o ônibus 
    do se deitar,
      vem prá vida.

Aqui não vale 
viajar em pé,
nem usar cinto
de "castidade".

    O bilhete,
   não usa meia,
     é inteiro,
       é o amor.

Trans - Bordar



Analfabeto de pai,
parido de mãe.
Falando e tropeçando
nas fortes emoções.
Borralheiro do viver,
quase mudo,
nos cortes de gênero,
vivido na repressão.
No sempre
"Trans-Bordar",
o coração vermelho,
nas palavras em show.
Falo com o olhar,
da dor que descrimina,
meu sentido de existir,
meu latente TESÃO.
Mandei a vida parar,
rompendo o cabaço,
e fui viver a emoção,
no bordar lantejoulas.
São fantasias
de um Trans-Bordar,
na (luta) alegria
do ponto a ponto.
Na necessidade
do corte e costura,
na cumplicidade
em se organizar.

Segredo (meu)



Não te escrevi,
com o medo,
de menino.
Do importunar.

Com medo
de me afogar
em braçadas
no seu mar.

Respeito o medo
quando enfrento
as ondas atraentes
do desejo.

Sem cerimônia
você fala e embala
o bater do meu olhar
Verde no azul do querer

Te encontro nas lutas,
das largas minorias,
na opção de gênero,
das nossas madrugadas.

Vou te despir,
tirar sua blusa,
que é presente,
do seu cheiro.

Segredo frágil,
que não resistirá,
a emoção
do te abraçar.

Aos beijos sem bordas
pra me segurar.
Certeza que a magia,
"negra" aconteceu.

SUFOCAR


A pessoa,
veste a vontade,
da insensibilidade,
e abre a porteira
da sua boca.

O comentar o segredo
que te pedi reserva
me prova com provas
a impossibilidade
do dividir meu EU, contigo.

A confiança não existe,
nos seus eternos
rompantes de desconfiança.
Numa visão turva e curva,
lacrimejas na cegueira.

Fico triste,
às vezes não comento,
mas consegues,
sempre "com jeitinho",
sufocar TUDO que é poesia.

Grande Explosão

Estou acumulando sentimentos,versos e prosas em mim...
temo pelo dia da grande explosão...
de não conseguir me reorganizar 
e juntar todas as partes que me fazem.

Cintia Martin

A mutação 
da explosão 
terá o som 
do seu dançar.

Será "prosa" 
da madrugada, 
nas visões 
do dia a dia.

Será a FALTA 
que a procura 
e a esperança, 
transportam.

Tipo réveillon, 
ano velho e ano novo, 
nos tiros e cores 
do teu show.

Somente você...
para transformar a dúvida....
quase angustia
em algo singelo.

Quem não vive 

a dúvida, 

a divida 

que "beba" 

a primeira pedra.


Prefiro dúvidas 

regadas em noites 

com aroma,

e o brinde,

de um vinho.


Que aprendiz de poeta não vive assim...

Como já disseram:

"o poeta só é grande se sofrer"...

quanto o a dúvida. ..

nada adianta questionar. .
.
afinal nunca saberemos o que veio primeiro 

se foi o ovo ou a galinha...kkkk