segunda-feira, 22 de setembro de 2014

H o u v e um t e m p o em que t e n t e i, h o j e "s ó" i n s i s i s t o.



A existência, a perspectiva de grandes variantes, nos faz confundir projetos de trabalho, de realizações sociais e físicas com procuras pessoais.
São regras, casamentos, testemunhas, fotos para perpetuar uniões em reuniões, “acordos” de felicidade eterna.
Agora até a fidelidade on-line é cobrada. Falta um chip, ou um detector de desejo, para enquadrar o “outro” no que ninguém se enquadra. No que só a morte pode conseguir, o fim da vontade.
Já é madrugada e a capacidade de visão diminuiu. Então o “TUDO”, o “PATRIMÔNIO” sumiu. Aqui vemos o que sentimos, o que levamos, o que temos, seja ele um momento de transbordar-se ou um vazio enorme. É você versus você. Não da para mentir.
Ou alguém vem se acomodar nas suas curvas, entre pernas e braços ou a tentativa será “encontrar-se” entre os travesseiros.
A lua poderá ouvir nossos gemidos de prazer, ou se assustar com choro que se avoluma, na densidade do tempo.
Vamos viver juntos o que dá para viver, no que nos dá prazer.
Deixa eu te amar, minha liberdade está na permissão do coração, no sonho de te ter.
Afogar-se na expectativa, de idealizar uma relação, que nem meus pais, nem meus vizinhos, nem meus amigos, viveram é loucura ruim. É doença.
Nosso encontro se dará na possibilidade do desejo, nem que seja via telefone, mensagem, telepatia..., rala e rola.
Vale o que nos alimenta. O que nutre, o que é capaz de dar brilho ao olhar, sorriso aos lábios, leveza ao suspiro, sonhos embalados ao deitar.
Meu segredo, está em seguir o coração, no empinar as emoções, nos olhares docemente imantados.
A distância física ou não, pode se medir pelos passos, ou pela rotina, ou pelas impossibilidades de cada um. São distâncias. 
Aí então, tentar encaixar modelos ou receitas de relações da Ana Maria Braga, não da. Nada se encaixa nas dificuldades mutantes de cada momento. O ruim é desistir, de ser feliz. 
E vem a oposição infeliz, ou o moralismo do sistema, que habita o medo do desconhecido, e te acusa de “relação aberta”.
Eu só te falo, que te quero de qualquer maneira, desde que seja na magia de nosso desejo, independentemente de suas manchas no pescoço, do dia de ontem ou de anteontem. Se nossos beijos forem eternamente inteiros, se nossos abraços atingirem o coração, se a cumplicidade nos der a direção, o apoio no céu, nos pontos cardeais.
As carências vividas, são da vida.
Enquanto uns preocupam-se em juntar as “perdas”, outros até sem aparência de artista, mais apaixonados, pedem um tempo, para perderem-se nos "ganhos" de se dar, de amar.
Sou míope, aí a gente acaba vendo a vida que acredita, em imagens românticas e adocicadas. 

Abdicar do que sinto é como remoer expectativas sem busca-las, sem 
vive-las. Aí baterá tristeza, melancolia, no bater do coração.
Sejamos felizes, ao ser cúmplices do desejo.
Cúmplices da procura na procura.
Meu coração é liberdade, perdi o medo de amar engessado. 

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Eternidade pra que?

Se busco na prática a C O N T I N U I D A D E do que sinto.

Preparar o que vamos comer, preparar o hoje e o amanhã, preparar o que nos proporciona prazer.
Chego em um momento que não me preocupo mais com a durabilidade, com a eternidade do que vivo.
Já quis até atingir isto, tentando abraçar o mundo, mas num momento de cansaço, percebi que se conseguisse a eternidade dos meus momentos, dos meus prazeres, aonde colocaria tudo, como administraria, e que tempo teria para as outras grandes procuras...
Já percebi que não é por aí. Tentar, insistir só leva a uma tristeza profunda, a um sentimento de incapacidade. 
O tempo vem, e te aperta, nas horas, nos dias, nos anos e na incapacidade de viver este volume crescente que é desejo.
Se despedir sem se despir, vira formalidade, se perde totalmente. 
As vezes falta um celular para avisar.
Hoje vivo um sentimento forte do agora. Os planos são mais curtos, pois as certezas estão na dinâmica do momento, em cada ato, em cada resgate, no vento que bate no rosto molhado, nas raízes do passado, na certeza da presença em um "só" lugar.
Não me preocupo com a estrutura espacial do futuro.
O futuro é um segundo à frente do meu tempo. Faz limite com o presente, se integrando ao passado, me deixando adoentado.
Continuo projetando o viver com a mesma intensidade dos sonhos que sempre carreguei, porém limito o sujeito da felicidade, ao ser o ator escalado para o dia. Ao militante determinado. A um homem apaixonado.
O show continuará, as buscas continuarão, mas na continuidade da apresentação do dia a dia.
Os aplausos futuros, serão futuros, os ouvirei a distância, ou gravarei na memória. Nos segredos da memória.
Aplausos são aplausos. Fazem eco. Preenchem um grande vazio.
Não busco mais a eternidade. Sou completo na continuidade do meu querer, na continuidade de meu coração, e do tudo que foi vivido, na rebentação das emoções.
Continuarei nos aplausos, na continuidade do eco das palmas, dos murmurinhos das esquinas, dos gritos de luta, nos poemas e nas noites de lu@ cheia... 

APELIDO



Carinho nunca é demais,
vai brotando e crescendo
até não caber
em “poucos” instantes.

Ouço o grito
do silencio,
que da linha
aos voos do coração

Na troca de olhares
avolumo os sentimentos.
E com a boca  da fala
abocanho meus desejos.

Nas carícias
do contato
encontrei a procura
que apelidei de amor.

terça-feira, 16 de setembro de 2014

Estado Febril



As vezes travo
e fico sem escrever.
Mas a febre passa,
aí sim,
vem o deliro
das emoções
do viver.

Tem minha cara


No instante seguinte, a gente espera uma resposta, uma reação, mas no decorrer do dia, no "instante" depois, tanta coisa acontece. 
O mate esfria, um amigo morre de câncer, foi o eterno camarada DIDI, uma tarefa te chama...
Meu carro quebrou, só ficará pronto amanha.
Ontem então pedi uma carona, e recebi um pronto e cordial “tô indo” como resposta.
Como quem pede carona não pode atrasar, corri e fui para o portão, não querendo ser abusado, não querendo atrasar, tentando nada atrapalhar. Tipo “moço” bonzinho, rsss.
Porém o “tô indo”, foi meio abrasileirado, rsssss.
Tava vindo nada rsss...
"ESPERAR NÃO É A MESMA COISA QUE FICAR À ESPERA"
(Mia Couto)

E fiquei sentado na esquina, não a espera, mas esperando por “algo”, enquanto “vivia” uma outra experiência.
Pude observar minha casa. O local que moro. A grandeza do céu em seu silêncio. Meu “EU” perante a vida. Me senti tão feliz, que tropecei numa paz enorme.
Foi tão bom aquela mais de meia hora de “esperar”.
Depois ouvi pedidos de “perdão” rsss, pois não sabia que tinha saído a rua para “esperar na esquina” rssss.
Ah, quem dera se todas as esquinas fossem como as esquinas de minha emoção...
Mas o que eu queria mesmo cantarolar, era outra canção.
Não que não aprecie o ritmo e a letra de uma balada de “alguém mais experiente”.
Porém queria ouvir mais Rock and Roll. Me lambuzar em emoções, num vomitar sentimentos ou num solitário poema.
Ouvir que tenho que me cuidar é muito bom.
Obrigado!!!!!!!
Um montão de pessoas são totalmente sinceras quando recomendam que me cuide.
Obrigado, eu vou tomar um chá...

É tão natural, é tão fino, tem minha cara.

RESPOSTAS


Minhas respostas,
curtas em vida,
serão pelo blog,
não pelo face ou e-mail.

Lá a invisibilidade
é garantida.
Sem perguntas,
sem respostas.

Tudo vira arte,
aonde “só” as sombras
do teu corpo
assombram a poesia.

Um espaço
de lágrimas secas,
de sorrisos
sem som.

Aonde o amor é meu,
aonde a paixão é minha,
aonde a saudade aperta
e a solidão desperta.

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

OLHARES MÍOPES


Gostaria muito
de almoçar com você,
de me encontrar...

Nem precisava almoçar
beber água junto
 seria bótimo.

Daria para matar
a sede do desejo
dos olhares míopes.

Fazemos poesia
na alquimia
da leveza do permitir-se.

Pegar nos seus pés,
morder os seus passos,
sentir suas  pegadas.

Beijar a busca
da procura do mais intimo,
se esticandooo após o limite.

Conversar de mãos dadas
na hipnose da meiguice
apaixonadamente encantada.

Meu corpo treme
numa implosão
de “ser” feliz.

O possível encontrei
no apalpar
meu impossível.

Lábios Congelados


Me entrego aos abraços,
aos beijos profundos,
que tocam o coração.

Gosto das diferenças,
das experiências e sensibilidade,
do lado provocativo.

A vontade é passear,
andar e rir à espera da chuva,
namora-rindo a lua...

As tristezas existem,
mas passam nos suspiros,
para não virarem soluços.

Evito alimentar a doença,
melhor dar um tempo,
e respirar sempre fundo.

A maturidade permite
viver “sem horários”
e beijos elasticamente lambidos.

Numa ventania de calor,
e respostas nos lábios congelados 
nos flashes da emoção.


domingo, 14 de setembro de 2014

Vampirando


Sonho em te acochar na cozinha,
te enchendo de beijinhos,
lhe tomando o pescoço.

Vampirando o sal de sua orelha,
Invadindo sua blusa num assalto,
com as mãos em seus seios.

Esquentando o fogo do fogão,
até ser necessário
tirar-lhe as roupas.

E despida
refrescar o desejo

de te ter por inteira.

...difíCEL de encontrar.


Vivemos uma sintonia,
uma percepção
difíCEL de encontrar.

No imperceptível,
da alquimia,
que arrepia.

Esperamos tanto do outro,
que rejeitamos algo “menor”
do que o delírio desejo.

São histórias,
que as mãos em magia
digitam em sentimentos.

São braços&abraços
de uma intimidade,
que intimida.

Vamos nos alimentar 
do que somos,
um chicabom quente.

A ser chupado
aos pouquinhos, 
até “gelar” a emoção. 

HIBERNAR


As vezes, partimos de certezas,
de verdades como o tamanho do braço do outro.
Partimos de nossa capacidade de alcance,
para projetar, no outro, as possibilidades de ações.

Minha alma é triste, não cabe sua alegria.
Erramos nas certezas, nas expectativas.
pois não sou capaz de vencer minha doença
recaio na repetição, de não “dizer não”.

Sabe, fiquei um mês exatamente sem escrever,
sem espaços para a alma, sem respirar poesia.
Pode parecer "normal", mas para mim é crise.
Sai construindo dores, medos, paralisia, sem ser visto...

Minha alma é triste, não cabe sua alegria.
Meu tempo é invadido por minha família,
por meus filhos, meus netos, meu sangue.
Sou rendido pelo ritmo da vida dos outros.

A falta de espaço provoca-me uma tristeza,
uma resignação, um cansaço eterno.
Mas as acusações e cobranças por “meu tempo”
causa um pavor, um descontrole emocional.

Minha alma é triste, não cabe sua alegria,
num “Raio X” do que vivo, reflito dor.
Não me acue, obrigando-me a decretar
que desisti de mim. que desisti da vida.

Cada abraço tem um tamanho,
cada coração tem seu ritmo.
Não basta encostar os corações
se não escutar o dizer de cada batida.

Minha alma é triste, não cabe sua alegria.
Minhas alegrias são localizadas e menores,
talvez na militância ou na poesia,
mas certamente diferentes em off-line.