quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Granola

Depois de tanta propaganda e cobrança,
experimentei, comi a granola diferenciada,
que Wayman (meu irmão) me trouxe.
Quebrou meu dente.
Será que sinto,
saudades da granola de sempre,
ou saudades de meu dente de antes ???
Diferenciadas são as expectativas que sentimos,
e o"" instante"" que ainda não veio.
Será que falta tempo,
ou sobra embasação ???
As decisões se darão no ato,
da boca aberta,
do dente recuperado,
do toque desejado,
do beijo teoricamente roubado.

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Mobilizações do Face Book

Algumas lutas,

como algumas dores

surgem aparentemente

como “ALGO” espontâneo.

Mas se não a analisamos

não a compreenderemos.

O “ALGO” (lutas e dores),

se tornarão cicatrizes,

de histórias

muito mal resolvidas.

Esquecidas, mas latentes,

num buraco aberto.

Colocarmonos

como sujeito da vida

nos autorizará

a acreditar na capacidade

de construir o “ALGO” dialético.

O “ALGO” sorriso,

o “ALGO” prazer,

individualmente coletivo.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Então resolvi ir deitar.

Coloquei na balança

de um lado a depressão,

do outro a tristeza.

Não houve equilíbrio.

Juntei a tristeza

e a melancolia.

Não adiantou.

Buscando harmonia

depositei as dores de hoje

do lado da depressão.

Novamente, não houve equilíbrio.

Acreditei

que as dores de ontem

zerariam a angustia.

Então resolvi ir deitar.

...com gás.

Não sei, não vejo

aonde é a fronteira

da emoção

e da racionalidade.

Vivo, conto e extravaso

ao retratar

minhas experiências.

Junto os dias,

junto pessoas,

em sentimentos refrigerante,

com gás.

Não busco resultados,

apenas colho

dizeres de pé de ouvido,

via e-mail.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

O mundo é míope e estrábico

Quando não estou bem, prefiro ficar só. Coisa minha. Hoje me integrei à cama até as 14 horas. O telefone às vezes cortava o silencio, Mas optava por retornar as cobertas.
Domingo, dia seguinte do casamento de minha filha Alice, também estava assim. Apesar de ter vivido junto à família e as pessoas amigas a alegria da união formal do casal, A cerimônia e a festa foram muito gostosas. Mas sentia frio, tonteira, fraqueza. Assim acho que fui o primeiro a voltar pra casa.
Domingo meu irmão organizou um baita churrasco. Chamou parentes e amigos, mas também não consegui participar. Optei por meu quarto, por minha cama.
Wayman certo momento veio me chamar, então lhe falei sobre um “cansaço”. Ele insistiu, voltando a chamar-me para a “gostosa festinha”.
Passou algum tempo, nem sei quanto, aí meu primo Paulinho,do sul, veio me trazer o prato, almoço.
Quando me viu deitado, se emocionou e começou a chorar. Repetia, "levanta, se anime, não te entregue a depressão".
Quem já viveu a depressão, reconhece o eco silencioso da dor do outro.
Fiquei emocionado, pela solidariedade e por ele.
Me fez levantar, nos abraçamos, e fiquei preocupado com sua fragilidade. Enxugava as lágrimas que saltavam de seu rosto, convocando-me a reagir.
Temos em comum a dor, apesar de as dores não serem iguais.
O buraco das solidões, são fundos e sem bordas, mas também são diferentes.
Acaba que as coisas acontecem conosco, na frente dos outros, que nada percebem. O mundo é míope e estrábico.
Parece que vivemos uma vida dupla, a nossa, a do “EU” e a social.
Isto é a globalização dos sentimentos. Fábrica de solitários.
Ouvir o outro, compartilhar emoções, seria por aí.
Ontem Paulo me ligou, querendo saber se tinha saído da cama. Me dando força. Um beijo Paulinho, obrigado pelo carinho, pela solidariedade.
O viver a sensibilidade permite a possibilidade de se conhecer.
O fingir que tudo é besteira é perder a bússola, o sentido.
Nestes casos, quando se cai, fica impossível se levantar.
Minha prima Eliane, pediu-me para “”puxar”” por ela.
Conversamos sobre distancias físicas e distancias de almas.
Ainda não sei se é pior a solidão acompanhada, ou a solidão solitária.
Vivemos vitórias e derrotas.
Colecionamos as vitórias. Elas são o calçamento da vida. O estímulo do caminhar.
As derrotas simplesmente existem, não fazem parte de coleções,
Vou escovar os dentes. Quero abraçar e beijar a madrugada.
Boa noite.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Dias e noites

Tem dias,

tem noites,

que começam

e terminam

tão iguais.

Tem dias,

tem noites,

que acabam

se estendendo,

eternamente diferentes.

Tem dias,

tem noites,

que viram histórias.

Vontades iguais e diferentes,

vivamente degustadas.

...suspiro maroto

Demonstrações espontâneas
de amor e carinho,
não têm preço.

É de um prazer,
único e silencioso.

Como um bilhetinho
guardado dentro do livro
da eterna lembrança.

Um suspiro
em um sorriso maroto.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Novamente secura

A sensação é forte, diferente, um mal estar constante. Esta semana atingimos 10% de umidade do ar novamente aqui em Brasília. É a 4ª vez na história da cidade, que atingimos esta marca. Algumas escolas reduziram o horário, outras suspenderam as aulas. As crianças não entendem, os adultos apresentam sintomas, e reclamam, do que sentem e do que pensam sentir. A secura debilita, desestabiliza. Cria um visual de queimadas, nuvens de fumaças, a vida derretendo, se esvairindo sem controle.

O serviço de meteorologia, afirma que podemos chegar ao insuportável nível de 5% de umidade, antes de recebermos as primeiras chuvas, provavelmente somente a partir dos próximos 15 dias. Será a Primavera.

Clima de deserto.

Sentimento de desertificação, de abandono.

Saudades do cheiro de terra molhada, da plástica e dos perfumes das flores, Da fala de um habitat equilibrado, de um coração acelerado, do andar de mãos dadas, do se perder em meio à vida.

Saudades de um tempo em que a gente se entendia, ria, se confundia na ordem das buscas, se achava na desordem dos toques, dos olhares e juras de cumplicidade.

Uma época de banhos, de chuvas, de intimidades.

Aonde não havia secura ou frescura entre a gente. Em que o respirar e murmurar juntos acontecia.

Que o entardecer tinha cor, era belo.

Época, sem secura, aonde me molhava por você.

Hoje a sensação é forte, diferente, um mal estar constante.

A secura debilita, desestabiliza.

Espero a chuva e a primavera.

Infelizmente a umidade da relação com a pima Vera se perdeu em meio à neblina de fumaça. Secura, sentimento de desertificação, de abandono.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

O Conjunto Nacional e a Rodoviária

Ainda me lembro da inauguração da primeira etapa do CNB (Conjunto Nacional de Brasília). Naquela época era possível encontrar baianas com acarajé nos corredores ou senhoras vendendo doces, queijos e pamonhas. Assim surgiu o 2º Shopping construído no país em 1971. Sem as atuais políticas internacionais de shoppings, nasceu meio que uma grande galeria, com diversas entradas e lojas abertas para fora. Um feirão popular.

Localizado praticamente ao lado da rodoviária, na Zona Central de Brasília, é o maior centro comercial do Distrito Federal e está entre os 30 maiores do Brasil, depois de construídas as 2ª e 3ª etapas. Hoje possui 320 lojas e 118.100 metros quadrados construídos, com muitas salas comerciais.
Uma das brincadeiras da época era correr pelos grandes corredores e o subir e descer as escadas rolantes. Tudo amplo e agradável.
A cidade cresceu, e muito.
Continuo fiel ao Conjunto Nacional, pois lá é o ponto de encontro com amigos e filhos ao final do expediente, ou buscar e pesquisar para ir as compras de fato.

O que me chama muita atenção é o contraste entre a rodoviária (tombada pelo patrimônio histórico nacional), e o vizinho CNB. A sujeira, o abandono, a insegurança, o descaso e desrespeito com o usuário brotam a cada ponto.
Sei que a cidade cresceu muito, mas o movimento cresceu igualmente para os dois espaços vizinhos.
As escadas rolantes da rodoviária quase NUNCA funcionam. Tem dias em que os grandes “administradores” optam para que as que descem funcionem, enquanto as que sobem, façam da população um monte de “coitados” que vencem degrau a degrau, como se estivessem a pagar alguma promessa sem fim.

Porque, as escadas rolantes da rodoviária não funcionam e as do Conjunto Nacional funcionam sempre??????
A manutenção do Conjunto é feita a noite, eu já vi.
Porque os banheiros públicos da rodoviária são inviáveis e indecentes e os do Conjunto Nacional são limpos, e na realidade usados por grande parte dos usuários e dos trabalhadores da rede rodoviária?????
Porque a cristalização do desrespeito, do abandono e do descaso é a regra??????

Já passou a hora de virar a mesa.
Levantem a cabeça, enxerguem no olhar do outro, o desejo, o querer, a força de JUNTOS, construirmos outras porteiras, em territórios nunca antes percorridos.
O futuro a nós pertence.
O perfume é de gozo, a trilha da poesia é a luta.