quarta-feira, 11 de novembro de 2009

O outro ato

Acho tudo bom.
Acho a vida ótima.
Os problemas surgem,
mas me sacudo,
valorizando o prazer,
o movimento,
o outro ato.

Assim,
escreverei mais.
Sentirei mais,
me arrepiarei mais.
Me faz bem,
olhar em volta,
assobiar,
levantar a cabeça,
olhar longe.

É minha terapia.
Sou eu.
Levemente solto,
levemente louco.
Assim espero,
adoro esperar
a vida na vida.
A fruta amadurecer,
a fome vencer.

Na noite me solto,
percebo melhor
o que se passa.
Na luz,
fico ofuscado.
Não consigo me concentrar
nas muitas falas.

O zumzumzum do dia
me perturba
e seu eco
me confunde.
Mas o dia sempre nasce,
lindo convidativo,
desafiador.

O incomodo não vem dele.
Me perco,
na demanda,
do que não me é importante.
Busco a presença
dos olhares
que me tocam.

sábado, 7 de novembro de 2009

Chacoalha

As chuvas lavam a cidade,
tiram as manchas,
enxaguam as diferenças,
esfriam os animos,
enquanto falo com meu pai,
ao telefone.

Ele me ligou,
querendo saber dos exames,
de quando sairei do hospital.
Isto não sei ainda,
mas da janela do quarto,
vejo o vai e vem dos carros.

Na madrugada,
percebo uma vida
que nem imaginava, em Taguatinga.
Sinto vontade de sair,
dar uma fugidinha,
misturar-me entre as luzes e o pulsar das pessoas.

Luzes que seduzem,
em pura magia!!!!!!!
Na magia, atinjo a diferença.
No buscar e construir.
acho meu espaço,
no viver, mergulho na emoção.

Brinco sem medo,
com a naturalidade
e imaturidade da infância.
Mas existe um bem estar,
quando brincam comigo,
quando o prazer é auto permitido.

Um olhar fala,
mas um brilho no olhar,
gargalha.
chacoalha,
no ouvido
e no coracáo.