quarta-feira, 17 de junho de 2009

Balanço do pé

Ele andava, andava
na madrugada.
Não sei se na esperança
de chegar
ou de te alcançar.

Mas ele andava
com sua miopia,
percebendo o “real”
das longas noites,
das árvores falantes,
dançantes,
que abrigam a madrugada,
com sua ginga
com sabor
sabor de vento.

Vento que o provoca
que o arrepia
vento de pelos de pé.
Vento de mamilos,
mamilos encolhidos,
vento meio tesão,
meio corpo molhado,
encharcado,
pelo andar,
pelo desejo,
de chegar,
de te alcançar.

Nas sombras,
nas lombras,
nos leves toques,
em seu cabelo,
no seu sorriso,
no seu movimento,
do balanço do pé...

Pintura de guerra

Hoje tinha dois compromissos
um de trabalho,
de enfrentamento,
de guerra.

Me pintei para guerra,
com tarjas pretas no rosto,
como um guerreiro.

Meu outro compromisso,
era um encontro,
com meu desejo.

Pintei meus lábios,
de vermelho,
vermelho desejo,
vermelho de beijo.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

...comecei a aprender a viver,
quando comecei aprender
a ouvir-me.
A partir daí,
ouvir os outros,
se tornou uma possibilidade real.

As noites,
são as noites....
Mágicas!!!!!
Mágicas por permitirem
que as vontades,
os desejos,
se aflorem.

Brotem,
se materializem
no imaginário.
Todos farão parte de seus sonhos.
Mas poucos,
os desejos,
terão a denominação de “sonho”.

Vivo no mundo das palavras,
das ditas,
não ditas,
das entrelinhas,
da subjetividade,
e do concreto
peso dos atos.

Fiz de meu choro
meu parceiro
termômetro de minhas decisões,
de sorrisos profundos
de olhares contagiantes.

Cavo meu espaço
Dou eco a minha voz
Construo e destruo
com o mesmo argumento
minhas certezas e incertezas.

Aprendo a tragar
fumo um cigarro
O último deste instante
e o primeiro deste resgate
de difíceis vontades,

Vontades,
Desejos,
Sonhos,
Realizações...

Apaga o cigarro
Ascenda tua determinação
Vou te ensinar a tragá-la
Desta vez sou seu parceiro.
Porque o desabrochar
de cada um,
necessita de cuidados
amados,
acompanhados.