sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

31 de Dezembro

No meu novo quarto, tem quatro camas, quatro pessoas, quatro pequenos armários, aonde cada um pode tentar guardar o que conseguiu juntar e pensa precisar.Quatro vidas, quatro histórias, quatro angustias diferentes.Como se as angustias pudessem ser diferentes em sua essência.O silencio da noite, é cortado pelos roncos. Pelo sono profundo de cada um.Levanto, tento ir para onde não estou.Mas os corredores daqui são como círculos,me levam para o mesmo lugar.Paro no sono dos outros.Paro em minhas buscas.Paro embaixo da cama.Paro, mas totalmente agitado.Hoje é 31 de Dezembro.Espero em 2011 sair da onde estou.

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Codinome

Teve uma época, em que tinha um codinome.
Era Porthos, o quarto dos 3 mosqueteiros.
Ingressei em uma organização, OSI *– Organização Socialista Internacionalista, em 1981, e lá tínhamos que ter nome de guerra, para em caso de alguém ser preso, a corrente das células se protegerem da repressão.
Uma vez participei de um curso em São Paulo.
Tínhamos um ponto de encontro, uma esquina, aonde 5 (cinco) camaradas, esperariam a condução.
Fomos resgatados por uma Kombi, que nos levou para uma cidade de praia, com mais outros contatos.
A casa aonde se realizou o curso não tinha vizinhos. Ao longe víamos outras casas e movimentação de férias, mas a orientação era de não termos contato com ninguém da localidade.
Fomos o último grupo a chegar, todos esperavam por nós, em uma grande sala de estar.
Mal nos acomodamos e começou uma espécie de assembléia, aonde se explicou como funcionária o curso, as horas de lazer, e as obrigações de cada um, além é obvio, da orientação sobre segurança.
Ninguém poderia se identificar, nem por nome, nem por estado, nem por profissão.
Os gaúchos e os paulistas eram de fácil identificação, rssss, por causa do sotaque e do chimarrão.
Passamos pelo Manifesto Comunista, conceito de “Mais Valia”, de Karl Marx e pelo Programa de Transição de Leon Trotsky.
Naquele momento vivia o gozo, pois obtinha informações, discutia sobre as mesmas, vivia algo meio mágico, como ser membro de uma organização clandestina viva e atuante, dividia com pessoas interessantes e “iguais”, um espaço agradável, via com determinação um rumo em minha vida.
Tudo logo passou, e já de volta ao Rio, eu e ou camaradas que comigo fizeram o curso, logo nos destacamos na militância, com determinação impar.
A vida e suas contradições, decepções, etc, me fizeram sair da OSI e ingressar quase que imediatamente na Convergência Socialista, outra organização de orientação também Trotskista, mas com vínculos Sul Americano, ligada ao Militante argentino Nahuel Moreno**.
A vida me trouxe pra cá e pra lá, aprendi muito, deixei de usar o nome Porthos, mas de vez em quando, algum velho camarada ainda me chama assim.
Descobri que além das contradições do sistema, da exploração do homem pelo homem, há contradições individuais.
Que a revolução que busco, começa no “eu” de cada um.
Vivemos buscando o prazer individual, o gozo. A renúncia ao gozo, cria o mal-estar, que muitas vezes se materializa no consumo interminável debens (transferência do sintoma). impostos pelo mercado, que nos obrigam a trabalhar mais e mais, fazendo com que a renúncia a vida, ao gozo, seja a alienação do sujeito perante o trabalho. Ao seu papel de proletário.

“O proletário não é simplesmente explorado,ele é aquele que foi despojado da sua função de saber”.
Jacques-Marie Émile Lacan (psicanalista)

A mais valia marxista é um conceito que permite que Marx precise aexploração imposta ao proletário pelo proprietário dos meios de produção.Marx diz que quando o capitalista percebe que o preço pago por umamercadoria como valor de troca tem uma mais-valia (que é o nosso trabalho) ele ri.

"O capitalista sorri quando está frente ao encanto de algo quebrota de nada".
Karl.Marx

A partir desse riso do capitalista, Lacan estabelece o paralelo entre mais-
valia e mais-gozar, como a expressão de uma realização de desejo, com suaestrutura de metáfora.
Hoje, Porthos “Vende Sonhos”, neste blog.
Falo de minhas angustias, de como procuro me organizar, da busca ao prazer, de meus sintomas, que muitas vezes se repetem, se repetem..., da busca ao gozo.
Ter um codinome é bom. Faz história.
Um antigo camarada se chamava “gaveta”, outro jovem estudante de matemática “Valéria Kutz” e hoje uma militante do “EU”, “Domenica”.

*A Organização Socialista Internacionalista - Surgiu da fusão de vários grupos identificados com o troskismo, no final dos anos 70. Aliou-se internacionalmente ao Comitê pela Reconstrução da Quarta Internacional - CORQUI, cujo principal dirigente era Pierre Lambert- Frances. A OSI foi a primeira organização da esquerda brasileira a chamar a palavra de ordem "Abaixo a Ditadura", defendida através de sua organização estudantil, a Liberdade e Luta - Libelu, pela qual ficou conhecida em toda a esquerda.
** Hugo Miguel Bressano Capacete, também conhecido como Nahuel Moreno (codnome), foi um líder revolucionário argentino, dirigente da IV Internacional. Fundador da corrente internacional trotskista LIT-QI.Figura controvertida e de grande destaque no movimento trotskista internacional. Participou intensamente das lutas políticas entre as distintas frações do trotskismo, desde o Segundo Congresso da IV Internacional, em 1948, vindo a fundar a LIT-CI, em 1982. Distintos grupos e personalidades vinculados as organizações operárias reivindicam seu legado, particularmente na Argentina, Brasil (PSTU e PSOL) e outros países da América do Sul.

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Te espero

Existe coisa mais gostosa,
coisa mais bonita,
coisa mais apaixonante,
do que passarinhar ?

Por que temer ?
O tempo flutua,
se perde na bruma
Vontades, contemplações....paixões.

Toda vez,
é a primeira
Podemos !!!!!,
não vamos parar.

A vida é passageira.
O amor, é a viagem,
e nós, turistas,
fotografando o prazer.

Quero congelar meu lado da dor.
Quero te chamar de amor.
Esse tempo, é pouco.
De repente e de qualquer maneira.

Velha insistente

Fui da Convergência, CS*,
e hoje vivo a conseqüência
de eternizar um “só” sonho,
de uma sociedade melhor.

Tive medo de amar.
Muito medo.
Guardei e valorizei segredos.
Contive –me...diante do “eu”.

Quero abrir os braços da emoção,
as portas do coração.
Quero construir-me
diante de outros..., de mim.

Chego perto,
mas tenho medo.
Vontade de ir
pro lado de lá.

Molhe tua boca
com meus beijos.
Vista a fantasia
e a alma com amor.

De madrugada
regresso a realidade.
Abraço o travesseiro,
mergulho na eternidade.

A arte me conduz,
a lu@ me norteia
Ninguém entende nada,
velha insistente solidão.

*CS – Convergência Socialista

Saudades de ser neto.

Todo dia de manha, enquanto tomo café, coloco pão picado na mesa de centro, da área de serviço.
Assim não tomo café sozinho, sou acompanhado por passarinhos.
É gostoso observá-los, Perceber sua saliência, sua leveza.
Recebo um gostoso bom dia.
Hoje, especialmente, voltei no tempo.
Lembrei-me do amanhecer com meu avô Zezinho. Depois do café da manha, era hora de cuidar de seus passarinhos.
Todo dia aquela rotina. Gaiola por gaiola, ele ia conversando com todos os bichinhos. Eu acompanhava com atenção. Sempre querendo ajudar.
Ao fim, meu avô, colocava milho para as rolinhas, no parapeito da janela da cozinha.
Saudades de meu avô.

Flores

Quero ir...,
qualquer lugar serve.
O que não posso mais,
é deixar para depois.

Os Natais passam.
Reproduzo sintomas,
e o mundo não para.
Ninguém espera por mim.

Aguardo por alguém
que me traga flores.
Não posso suportar a idéia
de seguir sem companhia.

Os beijos,
o tatear da língua,
o toque, o se entregar,
se integrando ao desejo...

Quero ser ouvido.
Meu amanhã é incerto.
Escrevo como terapia,
tentando aliviar as dores.

Emoções, prazeres,
se vão muito depressa.
Tento me segurar.
Meu tempo é curto.

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Breno chegou a pouco aqui em casa. Deitou-se a meu lado. Esta enorme, Acho que já maior que eu. Olhar dengoso, de criança, apesar de fazer amanha 14 anos. É um bebezão. Comecei a acariciar sua cabeça. Aos poucos foi quietando, fechando e abrindo os olhos, até começar a ressonar.
Hoje a tarde, Barbara minha filha, deitou-se no mesmo cantinho de minha cama. Barriga enorme, esta com 7 meses, Acariciando sua barriga, falando de Bernardo, do berço que comprou, Tão menina também, 17 anos. Já fala como se moça fosse, Conta-me do mundo que vai descobrindo. Dos sabores dos pratos novos que prova. Dos lugares diferentes, dos brinquedos que sonha comprar e brincar.
A acho tão frágil, para enfrentar o dia a dia. Para ficar as noites acordadas, tentando decifrar o choro de um bebe. Quero ajudá-la.
Gaby, minha netinha de 3 anos, enche a boca para chamar-me de vovô Urso. É uma gracinha. Linda.
Ser avô, ser pai, ser, ser.
Família, pessoas que amamos.
Amanha acordarei cozinhando. Mas uma vez, alimentando meus filhotes.
Oliver, Alice também estarão aqui. Somente Rebecca com Gaby, foram para o Rio.
Quero temperar o sorriso de vocês.

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Sou eu,

É verdade.
Hoje não tenho mais aquele brilho nos olhos.
Prefiro mante-los fechados. Sinto um cansaço profundo, pesado.
Vontade de hibernar, hibernar, para esperar este forte inverno passar.
Meu silencio expressa minha total sinceridade.
Meu estado atual, minha falta de vontade.
Falo, por ser necessário. Aliás, respondo, com alguma educação, sem animo.
Foge-me o desejo de projetos, de trilhar, de criar, construir.
Foge-me o desejo do beijo, do toque, do se permitir chegar ao prazer.
Foge-me meu reflexo. Não me vejo. Não me reconheço.
Não tenho vontade de tentar mudar.
E assim, às vezes tento fingir que esta tudo bem,
fui ensinado a ser forte, mas não consigo.
Perco-me nas atitudes,
ao não passar segurança no que falo.
Não sou hoje, um bom companheiro pra ninguém,
pois não consigo trocar....nada. Nem um sorriso.
A única coisa que espero, que desejo, é o ficar só.
E aí o peito dói. Dói fundo, dói pesado, dói arrastado.
E quando amanhece, me cubro, me encolho, fecho os olhos.
Sinto-me pequeno diante do mundo, de tudo.
Choro a cada amanhecer.
Meu corpo treme, sinto frio, medo, pavor.
Os telefones me assustam.
Eles chamam, chamam, chamam....mas eu não existo mais.
Porque insistem????
Porque ninguém percebe....
E ainda vem o Natal, aniversário do Breno, Ano Novo, comemorações.
Queria que minha mãe viajasse, queria ficar sozinho.
Quero o nada.
Sou eu, hoje.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

...vendo, relendo...

Chove.
É o verão que chega chegando,
suando vida, desejo,
se mostrando diferentemente igual.

Os sorrisos,
brincadeiras pré-natalinas,
embalam os sonhos,
de poder recomeçar....

O choro dos céus,
rega as emoções.
Permite a gente
caber novamente no eu.

Faz brotar,
a “certeza”,
de um novo tempo.
Tempo de “beleza”.

Fingi, não vendo,
vendo,
relendo,
seus comentários.

Observei a gramá-tica,
Tudo verde por aqui.
As cores, as flores,
amores....

Perto e longe.
Vontade de conversar.
Falar.
O eco se faz....

Um beijo
do tamanho de um abraço.
Um abraço
com a intensidade de um beijo

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Friagem

Sinto frio,
preciso do calor.
de seu toque
que aquece,
ferve e transborda.

Contigo,
retorno a puberdade,
Vivo os suspiros,
explodo em cada toque,
espalho-me....em prazer.

Descubro em seu corpo
uma força imaginária,
que mora em mim.
A libido te engole,
quem te morde, sou eu.

Os outros, me calam.
o grito e o desejo.
Passagem de ida,
sem retorno.
Saudades de você.

Meu coração é vermelho,
É fascínio
Meu mundo é a noite.
É o brilho.
Mas, contenho-me na friagem.

domingo, 12 de dezembro de 2010

Abismo da incerteza

Presta atenção,
as cercas invisíveis
estão por todos os lados.

Observá-las,
me deixam sem ação,
sem palavras!!!!!

Mas ninguém as vê.
Passam por elas
se ferem, sangram,
e não percebem.

Tenho atitudes vivas e verdadeiras,
na busca,
de dividir minha percepção.

Vidas entrelaçadas
relações não compreendidas,
feridas não explicadas. Abertas.

se somam, se multiplicam.

Cheguei em casa agora.
Sempre meu pai afirmou
que para passar uma dor forte,
só com outra mais forte.

Hoje aprendi que isto é falso.
As dores se somam, se multiplicam.
Não estou bem. É nítido..
Pedi um tempo a vida.
.
Me repito.
E aos poucos vou vendo
como a doença funciona.
A “vontade” some.

O desejo que tenho
é me afastar de tudo, de todos.
É o desejo de ficar só,
do isolamento.

Medo de viver,
de tentar de novo, e não conseguir.
Ficando só, fujo das grandes decepções,
das erupções descontroladas.

Pára digerir algumas dores,
hibernei hoje.
Olhos fechados, em um cantinho
da clínica.

Descobri não ter este espaço em meus espaços,
e isto me doeu.
Carrego a certeza da solidão,
pelo menos não crio, expectativa. Só dor.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

...os querem mudar o mundo.

Sei que meu mundo
é maior que meu quarto.
Mas limito-me a ele.
Então me vi assim,
sem querer nada-ar.

Em dúvida, paraliso.
Busco encontrar
os que querem mudar o mundo.
Os que celebram os pequenos instantes,
os que distribuem sorrisos.

Se lembrasse,
as várias formas de amar.
Respiração boca-a-boca,
língua com língua,
erupção de emoções.

Corpo, suor derramado,
prova do ato acabado.
Naturalidade nos movimentos,
coreografia na não palavra,
no babado da madrugada.

Quem diria...
já vivi isto, e fui feliz.
Hoje o quarto,
poucos telefonemas,
e o choro contido.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Desejo abandonado

Tropeço no tempo,

atolando-me na falta do desejo.

Não me acho,

perdi meus reflexos.


Mudei o quarto,

na procura de um novo.

Mas os móveis eram os mesmos.

Deslocados, como eu.


As mudanças radicais,

afetam minha história.

Não tenho como ignorar

o eco latente, do desejo abandonado.


Nos pequenos detalhes,

nas pequenas certezas,

nos cantinhos escondidos

busco, procuro.


Necessito da borda

do passado.

Para resgatar

o presente.


O desistir,

o se entregar ao mal estar,

me chama.

Sai de mim, fim do poço.


Acordo como hoje,

sem ter noção do que será ...

Sentir, é voltar a ter vontade,

de querer, mais um dia.

Só, sinto falta dos amigos...

É ótimo receber bom dia
de quem se gosta.
Hoje aconteceu.
Quase não dormi esta noite.
Ela foi longa.
Hoje sofro por coisas concretas,
houve um tempo,
em que sofria com o imaginário.

Sinto o peso do cansaço.
Mas passará,
com um bom café.
Seguirei,
empurrado pela boiada
do dia a dia.

Fica combinado,
outros “bom dias”
Brigo por ter
um espaço maior.
Mas brigo em silencio.
Então não sou ouvido.

Meu amor,
é um lugar seguro.
É um abstrato concreto.
Retorne, quando quiser,
Só, sinto falta dos amigos
em minha vida.
Falta de carinho,
de pura atenção.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Carta de Anita Prestes ao CC do PC do B

CARTA DE ANITA PRESTES AO CC DO PcdoB
Rio de Janeiro, 24 de novembro de 2010.

Ao Comitê Central do
Partido Comunista do Brasil (PCdoB)

Dirijo-me à direção do PCdoB para externar minha estranheza e minha
indignação com imagem, que está circulando na Internet, da capa de uma
publicação intitulada “Gibi do Programa Socialista do PCdoB – O ideal e o caminho”, assinado por Bernardo Joffi

Essa publicação apresenta imagens dos meus pais, Luiz Carlos Prestes e Olga Benario Prestes, ladeando a figura de Getúlio Vargas. Também estão colocadas junto a Vargas lideranças revolucionárias como Carlos Lamarca e João Amazonas. Não posso aceitar que sejam divulgadas, sem nenhuma razão para tal, imagens dos meus pais, dois revolucionários comunistas, junto com o ditador sanguinário Getúlio Vargas, que manteve Luiz Carlos Prestes preso durante nove anos e entregou Olga Benario Prestes à Alemanha nazista para ser assassinada numa câmara de gás.

Espero, portanto, que a direção do PcdoB torne público pronunciamento a
respeito e retire de circulação tal publicação, cujo teor contribuirá para a
distorção da história do Brasil e, em particular, das lutas revolucionárias
em nosso país.

Atenciosamente,
Anita Leocádia Prestes

Conheci Anita em 1981, já era noite, rolava uma reunião da Executiva Regional do PT, no centro da cidade, sem nada em especial para discutir, Um final de dia enfadonho. Então tocou a campanhia da sede. Fomos abrir e era a Anita. Informou que vinha em nome de Luiz Carlos Prestes (não falou de meu pai, rssss), com uma proposta a Executiva do PT. Pedimos então que falasse. Era véspera da data final de filiação, para os futuros candidatos a eleição de 1982. Anita disse que o CC do Grupo Prestista, depois de avaliação da conjuntura, chegou a conclusão que o melhor caminho a seguir seria em parceria política com o PT-RJ, pois apresentava clara sua tendência de um partido classista (a época). Depois de explanar sua avaliação, abre um leque de solicitações/exigências. A primeira, que a vaga a Senador do PT fosse de Prestes. Depois solicitou, "N" vagas de Dep. Federal, Estadual, etc. Ouvida a proposta, informamos que o grupo Prestista era muito bem vindo, mas que o PT (da época) não negociava cargos (que diferença, parece, aliás, é outro partido, só que com o mesmo nome). Que os candidatos seriam tirados em Convenção Regional (bem "igual" ao que Lula fez com Dilma, ele escolheu e pronto). Mas que era óbvio que o nome do camarada Prestes, seria praticamente 100% certeza, pois não havia ninguém com a história política dele no partido. Deveria ser unanimidade. Em relação as outras vagas, também não deveria haver problemas, pois certamente passaríamos longe de ter chapa completa para disputar o pleito. Sobrariam vagas. Que a vinda do grupo só iria fortalecer o projeto ELEIÇÕES 1982. Que eles eram BEM VINDOS, mas que somente na convenção seria proclamada a vaga de candidato dos pré candidatos Prestistas. Ficaria acertado que a Executiva Regional, ali instalada, iria defender a lista apresentada por PRESTES na convenção, falou Wadimir Palmeiras em nome da Executiva. Isto era sexta feira. Domingo fomos surpreendidos, pelo Jornal O Globo, com o acordo celebrado do PDT com os Prestistas. Brizola só não deu a vaga de Senador para Prestes, mas cedeu todas as outras solicitadas. Brizola foi eleito governador. Anita e seu grupo, nem por telefonema nos procurou mais. Viveu sua experiência com o Brizolismo, e seu oportunismo.
Hoje vê desrespeitada, a história de luta de seus pais pelo PCdoB.O SOL, digo o PSOL, nasceu para todos os lutadores.
Meu total apoio a indignação externada pela companheira Anita.E você, Wladimir Palmeira, se adaptou a maioria Lulista?

E a vida sai dos trilhos

Hoje Breno, meu filho, voltou para a casa de sua mãe.
O chegar em casa e não ver seus travesseiros,
junto com os meus, me doeu muito.
Desmanchei em choro. Doeu fundo.
Estava buscando, e encontrando, um equilíbrio,
mas isto tudo me tirou do sério.
Me perdi.
Volto a viver a vontade de sumir, de não viver.
Infelizmente, vontade de desistir.
O sentimento de perder o construído, com carinho, é horrível.
O bom é que estou conseguindo expressar o que sinto.
A terapia me deu a ferramenta para falar..., ainda bem.
Nem que seja o falar escrito.
Assim posso pedir socorro.
Consegui perceber o rompimento com a vida.
Vivo a dualidade do próximo passo.
O tempo baixa a poeira, aprendi a trabalhar com ele.
Antes achava que jogava contra mim.
Hoje, com a idade, o vejo como um aliado.
A cirurgia dói. A noite volta a ficar longa.
Volto a premiar a insônia com o acesso ao Blog.
Estou achando ótimo estar escrevendo.
A percepção do silencio.
A noite.
Do café, a chuva.
Venha sol escaldante....
Juntamente com os problemas.
E a vida sai dos trilhos.

Busco a intensidade

Eu particularmente não me lembro bem como era.
Busco lembrar-me.
Quero resgatar detalhes de cada sorriso que dei, das gargalhadas, do que falei e vivi.
Tento entender como sou.
Na realidade, queria era poder sair de novo comigo, aquele Wellington leve, moleque, conversador e sonhador.
Wellington das noites, das tardes, de cada amanhecer.
Sei que os desejos são do momento, não são eternos,
mas a sensação de felicidade fica, com dimensões maiores ou menores.
E envolvem, derramam e tomam.
Hoje quero me amar primeiro, para depois poder sair pra vida.
Será que terei fôlego para vivenciar outro amor?
Vencer o medo da experiência...?
Busco a intensidade,