domingo, 31 de agosto de 2014

"QUANDO o TEMPO FECHOU, a LUA ANDOU e FICOU CONOSCO."


“Quando o tempo fechou, a lua andou e ficou conosco.”

 

Afinal a tarefa desta vez é “outro” desafio. Bem diferente.

Minha vida foi construída com atos de prazer, com buscas, com sonhos socializados, com camaradagem.

Desta vez, porem, o PARTIDO me pede para escrever não sobre política, sobre conjuntura, sobre lutas e perspectivas, mas sobre seus 20 anos de história.

Logo eu, que não venho da academia, que não reconheço as regras de uma monografia, que fui incentivado a não respeitar as “margens” sociais, terei que ater-me ao espaço entrelinhas de 1.5, com todas as margens de 3, com o limite de falar somente em uma página, sem choro, nem lágrimas, só com emoção...

E eu, que aprendi a falar o não dito, aprendi a reconhecer a erupção das contradições, a ouvir os corações, a sentir no vento, o arrepio das entrelinhas..., vou “limitar-me” a uma história, sem limites...

Mas vamos fazer, vamos tentar contar esta história. Afinal, o que me solicitam é falar de uma paixão, a paixão de um sonho, chamado socialismo. De vozes, que em coro, carregam a harmonia, a vocalização de um ensaio, mas de um ensaio político, do Oiapoque ao Chuí.

Somos mestiços de poesia, na mulatice de nossos brancos, na obstinação da negritude, na arte dos caboclos emamelucos, no grito de guerra indígena, no sorriso cafuso, na sabedoria oriental, no desejo latente de amar, sem fronteiras e preconceitos, mas seguindo o instinto do desejo, da busca do toque, do prazer.  

Falo de mim e de tantos outros camaradas que não poderiam contar suas vidas, sem falar no partido. Das bandeiras e amores que carregamos, que tremulamos na “rotina” do gozo. Falo dos filhos, dos netos, de uma geração. Não somos mais só juventude, mesclamos a graça, a sensualidade e o charme de nossos cabelos brancos, de fortes amores vividos, da saudade de alguns que se foram e de outros brutamente assassinados.

Em cada atividade pública ou festividade que fazemos, o reencontrar com camaradas afastados, fortifica nossa luta. São olhares de carinho, de admiração, de saudades de um tempo, que nunca passou na vida deles. São depoimentos que qualificam “a” experiência vivida na militância, como uma referencia que carregam em suas vidas. É um orgulho em poder afirmar que construíram este projeto, o PSTU.

Que apesar de “distantes” fisicamente, estão próximos na política, nas esquinas, nas escolas, no face, nas manifestações, nos enfrentamentos, na luta pela construção do PARTIDO.

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