Ao me calar,
ao não falar o que sinto,
o que me emociona,
simplesmente sobrevivo.
Passo habitar
um mundo paralelo,
em que não me reconheço,
nem ao espaço que ocupo.
Volto a interpretar um papel,
que me "embrulha",
que me sufoca,
que me esconde.
Sinto-me
embalado pra presente,
com laço de fita,
encomodadamente "pronto" para ser-vido.
Sem estímulos,
sem emoção,
simplesmente com competência
e competividade.
Volto ao mundo das sombras,
do silencio,
da noite,
da individualidade.
Local
aonde posso me ocupar,
sem nenhum remorso,
de mim.
Que dificuldade é esta
de viver com o outro?
De demonstrar
que também necessito de atenção.
De cavar meus espaços,
minhas trincheiras,
meu gozo,
a luz do dia.
quarta-feira, 16 de dezembro de 2009
terça-feira, 15 de dezembro de 2009
Só-lidão
Ainda busco
o que não alcanço.
Alimento-me da esperança,
no desejo
de ultrapassar
e vencer limites.
Tenho um olhar distante,
acompanhado
de um sorriso tocável.
Ando por aí,
numa lógica
transversal
a logística.
O movimento constante
me equilibra.
Misturo os dias.
Perco a noção
do que é hoje
e do que foi ontem.
Tudo é muito igual.
Muito ligado
a nenhuma ligação.
Lembro-me dos fatos
como uma história,
distante,
não vivida.
Sempre aguardo a noite,
chegando a criar expectativa,
inquietação,
em atingir o silencio,
o só-lidão.
Atingir minha companheira,
minha madrugada.
o que não alcanço.
Alimento-me da esperança,
no desejo
de ultrapassar
e vencer limites.
Tenho um olhar distante,
acompanhado
de um sorriso tocável.
Ando por aí,
numa lógica
transversal
a logística.
O movimento constante
me equilibra.
Misturo os dias.
Perco a noção
do que é hoje
e do que foi ontem.
Tudo é muito igual.
Muito ligado
a nenhuma ligação.
Lembro-me dos fatos
como uma história,
distante,
não vivida.
Sempre aguardo a noite,
chegando a criar expectativa,
inquietação,
em atingir o silencio,
o só-lidão.
Atingir minha companheira,
minha madrugada.
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