segunda-feira, 12 de abril de 2010

Balanço Alternativo

Ando meio que fechado pra balanço, o que é bom, pois quando refletimos sobre nossas vidas, sobre o que buscamos, nos percebemos melhor. É um abrir os olhos, um olhar em volta, um respirar fundo, um reflexo do instante.
O que me angustia, é a repetição sistemática destes balanços. É como se procurasse um "balanço alternativo" ao que acabou de ser feito. É como se não me bastasse, não coubesse, no que vivi.
Existe uma distância bastante respeitável, entre o que somos e o que queríamos...entre o desejo e a realidade, entre o ser profissional e o ser individual....entre o amor sentido e o amor demonstrado.
Existe uma distância, como existe. Como existe o silêncio.
Convenço-me em reabrir as portas, para a vida, com um balanço digerivel, e tudo, e mais...
Igual a botequim, com novo dono, novo proprietário ou nova administração.
Com banho tomado, unhas e cabelos cortados, roupa nova e tudo. Tipo festa de reveillon, um recomeçar.
...reabrirei sem demora, A fila anda, a vida passa, e se acaso não for também, ficarei reclamando, como um velho chato comunista, da solidão.
Invisível e ocupante solidão.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Sem terapeuta

Vivo em uma terapia
sem terapeuta.
Com o instinto aflorado,
suando nas percepções,
com grandes emoções.
Caço alegrias e amores.
Sou tristezas e perdas.
Tudo vem de forma forte,
intensa, bolindo comigo.
Vivo a contradição
de não terminar
uma sessão de análise.
De não retornar a vida,
após o fim do horário.
Consumo um sorriso choroso.
Fica impossível
o relacionamento comigo.
Sofro de ser "sencível" demais.
Pouco me vejo
em meio ao tudo.
Respiro fundo,
olho ao longe
e espero por alguém,
que não chega.
Vontade de dividir um beijo,
um amor,
carícias eternas.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Gnomo

A ansiedade me pega
enquanto te espero.
Quero te ver, sentir.
Tirando-a, do sério
em pura provocação.
Sacar-te todas as peças,
todas as cores,
vivendo um arco-íris.
Em dias chuvosos
fico assim.
Meio Gnomo.
Escrevo com o corpo
exponho-me ao perigo,
do libido.

Eu-nimal

O que eu não falo em palavras
tento demonstrar nos atos
senão fico jururu.
Os lençóis da vida
revelam outros de mim.
Em um “nós”
que poucos reconheceriam.
Aconteço apimentadamente
no cotidiano.
Ardo em mim,
ficando vermelho.
Me atrai
o glamour da sedução,
Resgata
meu lado bruxo,
o enfeitiçar,
meu lado eu-nimal.
A vontade da vadiagem,
de trocar bala nos beijos
de tomar banho junto
brincando na criancice.

Fugindo da formalidade

Desmistifico os horários,
fico por toda a noite,
aconteço,
sou o sol da madrugada.
Transformando o abstrato.
em sensações.
Estou dentro
e em chamas,
Vivo o pecado,
escorro por seu corpo,
em meio ao cansaço.
Minhas palavras estão na pele,
sem forma,
sem o peso “das verdades”.
Poetizo minhas vontades
e minhas lambidas.
Te escrevo em poemas,
fugindo da formalidade.