domingo, 20 de novembro de 2011

A última peça

Uns se sentem confinados. O assunto preferido é sobre a data prevista para a saída.
Sexta feira passada vivi o oposto, o velho Barbudo, com roupa de guerrilheiro, me confessou sobre sua angustia, sobre ter ficado acordado, na expectativa de não conseguir agüentar a barra lá fora.
Um homem calado, sentado nos cantos, de olhos fechados, mas acordado.
São dois tipos de personagens, no mesmo campo de refugiado, que vivem diferentes perspectivas.
A dor se equipara a ferrugem, pois corroi aos poucos, no silencio, até o rompimento da alma.
No instante da explosão, do protesto, da indignação, do desespero, da falta de saída, pode-se desejar e buscar a morte.
O que não se pensa é que lhe tirarão o direito de acordar no dia seguinte.
Tem coisas na vida, que não voltam atrás,
A morte é meio assim. A última peça.

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