De
repente de pai, virei avô. Pensei, bastou uma filha parir e a mágica se deu. A
partir dali debutava como avô de minha neta e futuros netos. Buscava ser
engraçado, agradável e presente. Fui sentindo, aos poucos que faltava algo. Fui
percebendo e descobrindo que “virar” avô era isto, mais “ser” avô era bem mais
do que isto. Não bastava ter a intenção, tinha que romper este limite e atingir
a ação. Resgatando e re-compreendendo a curiosidade, o interesse pelo que
parece obvio e sem graça, dando atenção as cores, as texturas, aos sons e ao
paladar. Observando que o horizonte de visão pode se dar em diferentes alturas.
Ficar avô é falar com gestos e caretas. É tagalerar com animais, objetos e
plantas, é perceber que o céu tem estrelas, e que o infinito pode ser atingido,
porque o infinito poder ser ali. Ser avô é voltar a brincar, é andar sem pisar
nas linhas, é ter histórias para contar. Ser avô é ter certeza que você ira
aprender ouvindo as historinhas dela, a criança. Ser avô é perceber êxtase e prazer
de seu neto, quando eles ouvem sua voz. Mas
mesmo percebendo que era necessário estar aberto, via que faltava mais alguma
coisa. Aí as filhas da Socorrinha, uma menina que trabalhou lá em casa durante
muito tempo, me chamaram de vovô. Então percebi, que ser avô, é mais do que ser
avô de seus netos, é romper a fronteira familiar e ser avô de uma infância.
terça-feira, 7 de agosto de 2012
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