terça-feira, 7 de agosto de 2012

Avô de uma infância.


De repente de pai, virei avô. Pensei, bastou uma filha parir e a mágica se deu. A partir dali debutava como avô de minha neta e futuros netos. Buscava ser engraçado, agradável e presente. Fui sentindo, aos poucos que faltava algo. Fui percebendo e descobrindo que “virar” avô era isto, mais “ser” avô era bem mais do que isto. Não bastava ter a intenção, tinha que romper este limite e atingir a ação. Resgatando e re-compreendendo a curiosidade, o interesse pelo que parece obvio e sem graça, dando atenção as cores, as texturas, aos sons e ao paladar. Observando que o horizonte de visão pode se dar em diferentes alturas. Ficar avô é falar com gestos e caretas. É tagalerar com animais, objetos e plantas, é perceber que o céu tem estrelas, e que o infinito pode ser atingido, porque o infinito poder ser ali. Ser avô é voltar a brincar, é andar sem pisar nas linhas, é ter histórias para contar. Ser avô é ter certeza que você ira aprender ouvindo as historinhas dela, a criança. Ser avô é perceber êxtase e prazer  de seu neto, quando eles ouvem sua voz. Mas mesmo percebendo que era necessário estar aberto, via que faltava mais alguma coisa. Aí as filhas da Socorrinha, uma menina que trabalhou lá em casa durante muito tempo, me chamaram de vovô. Então percebi, que ser avô, é mais do que ser avô de seus netos, é romper a fronteira familiar e ser avô de uma infância.

Nenhum comentário: