domingo, 26 de outubro de 2008

Mário Pedrosa.- Algumas histórias.





Quando da criação do PT em 1980, Mário Pedrosa foi o primeiro intelectual a aderir publicamente, o ingresso ao partido, que na época, tinha uma clara definição de independência de classe.
Mário nasceu em Timbaúba / PE em 25 de abril de 1901.
Foi crítico de arte, jornalista, professor além de militante ativo.
Filiou-se ao Partido Comunista Brasileiro em 1926.
Já formado em Direito pela UFRJ, viaja para a Alemanha em 1927, onde estuda filosofia, sociologia, economia e estética na Universidade de Berlim.
Neste período teve contato com o Trotskismo, e um ano após seu retorno ao Brasil, juntamente com o Jornalista Fúlvio Abramo (irmão da atriz Lélia Abramo) e outros, funda um Grupo Trotskista ligado a Internacional. Por sua militância política, é preso em 1932.
Em 1937, com o golpe do Estado Novo (1937-1945), Mário Pedrosa é exilado. Fica em Paris em 1937 e 1938.
Já em Nova York, trabalha no Museum of Modern Art - MoMA
Retorna na clandestinamente ao Brasil em 1940, onde é preso e novamente deportado para os Estados Unidos.
Com o fim da Segunda Guerra Mundial, 1945, retorna ao Brasil, onde participa da luta pela derrubada da ditadura Vargas..
Refugiado político durante a ditadura militar, exila-se em 1971, em pleno governo Emílio Garrastazu Médici.
Dirige o Museu de La Solidariedad em Santiago, no Chile de Allende.
Torna-se Presidente do Secretariado do Museu Internacional de La Resistencia Salvador Allende, em Cuba.
Retorna ao Brasil em outubro de 1977.
Quando já com problemas motores.
Mas mesmo assim participa da discussão de criação de um Partido dos Trabalhadores e contrariando a “classe artística e de intelectuais” de sua época, adere publicamente a este projeto, um projeto de Independência de Classe.
Eu, jovem militante, já trotskista, presidia a 18ª Zona Eleitoral do Rio de Janeiro, e tive a alegria de poder bater alguns papos em seu apartamento na Rua Visconde de Pirajá, e filiar simbolicamente este homem que foi um ícone da esquerda brasileira.
Guardo a ficha dele até hoje, como lembrança, de um camarada que viveu pela revolução, mas que com certeza teria repulsa de ver em que se transformou o PT hoje em dia. Sua trincheira seria a nossa.
Mário faleceu em 11 de novembro de1981.
Lembro-me do impasse que ocorreu em seu enterro, pois a família, católica, chamou um padre para que fizesse os rituais de corpo presente.
Romildo Raposo, da corrente Convergência Socialista, tentou negociar para que fosse respeitada sua condição de Homem Público, Militante e Ateu.
Como não foi possível um acordo, de um lado os familiares oravam, e de outro, nós a militância, cantávamos de forma alegre a Internacional Comunista, como uma homenagem a sua trajetória.
Foi-se o homem, ficou a história, com uma nova geração de lutadores.
Saudações Revolucionárias
 
 

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