segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Rio de Janeiro

Ah, Rio de Janeiro.
Ando pelas ruas e revivo fortes e
bons momentos a cada esquina
Passei aqui meus anos de rebeldia
Cada beco, cada bar,
as praças,
as barcas,
os pontos de ônibus,
os pontos de bicho.

Alguns porteiros ainda me cumprimentam..
Mas sou um ilustre desconhecido,
nesta cidade tão intima.
Era o “viking” da Zona Sul.
Cabelos grandes,
macacão e sandália.

Morei no Pavão e Pavãozinho,
como “homemade” da Wilsa Carla ( ex jurada Silvio Santos )..
No Cantagalo
tinha passaporte dos “malas”,
aonde filiava pro partido
Pelo Vidigal,
a noite encobria nossas reuniões,
ali surgiu a associação de moradores.
Na Rocinha,
era o “alemão” da Travessa Roma,
da anistia, ampla geral e irrestrita.

A torta de limão trás saudades,
o diagonal ( Leblon ) eternizou a madrugada,
o raiar do dia.
A noite,
trazia a luz do farol,
que resgatava a sensibilidade
e uma paixão distante.
Vomitava meus desejos
pelo calçadão de Copacabana
iluminado pelo clarão dos postes,
acompanhado pela batida do mar,
pela escuridão do horizonte.

Pichei o Copacabana Pálace,
o Rio Sul,
o Quartel de Polícia de Botafogo, rs.
Fui contra a DITADURA,
apoiei a anistia,
greves,
eleições,
movimentos, etc.
Beijei,
gelei as mãos,
me apaixonei.

Liguei,
marquei,
agendei.
Mas não encontrei meus amigos.
A reunião da corrente se alongou....
Senti um vazio.
Fui pro meu pai.
Conversamos, jantamos
e fomos todos pros quartos "dormir".

Deitei na cama.
Abri a janela.
A lua estava linda.
A cantiga das ondas
A vida e o desejo turbilhando no peito.
Que sono que nada, rs.
Estiquei minha perna pela janela
tentando tocar a lua desesperadamente
com a ponta dos dedos
Não consegui,
mais ainda bem
que a noite estava só começando.

Nenhum comentário: