domingo, 25 de janeiro de 2009

Viva a vida

Regina escreve:
Eu tava pensando enquanto descascava as batatas para o almoço: tá, tudo bem que a Maysa cantava muito bem , foi rebelde para a época etc e tals, mas daí a considerar um exemplo de mulher, de vida e de pessoa vai longe, heim? Ela gostava de uma maguaça lascada, fumava sem parar, não tinha tempo pro filho e ainda era mimada e agressiva.
Outro que endeusaram foi o Cazuza, com direito a um filme de longa metragem para mostrar todos os seus feitos em vida: drogado, irresponsável e mimado. Compunha músicas boas? Sim, compunha, meio chapado, mas compunha.
Esse só poderia ser considerado um exemplo: o MAU exemplo.
Evidente que a vida de uma pessoa batalhadora, de bem, com caráter não faz sucesso, é maçante e entediante, mas, então, vamos deixar claro que muitas figuras populares não merecem ser imitadas* e nem dá prá ficar tirando lição de vida ou qualquer outro ensinamento das suas atitudes.
E agora, vou terminar de descascar as batatinhas.....

Wellington comenta:
Infelizmente tive compromissos na hora de Maysa e não vi a mini-série. Mas pretendo ver ainda, já estão vendendo o CD.
Realmente existe uma grande contradição mesmo com a questão da sensibilidade, da criação, das experiências vividas ao extremo, com a realidade.
É possível viver de forma feliz e intensa sem se matar, sem se drogar, sem se afastar das maravilhas de um mundo real.
Olha a Cassia Eller, quando explodiu pra vida, se implodiu junto.Infelizmente perdemos pessoas com um potencial enorme, que marcaram sua época.
Infelizmente....

Regina pondera:
Quando falo que algumas pessoas não servem de exemplo de vida, não é por moralismo ou conduta.
Eu particularmente me simpatizo com os debochados, os rebeldes, os sem-noção, os que fazem diferença....
Quando eu digo que não são exemplos eu quero dizer que a vida dessas pessoas é difícil, é dolorida e sofrida. O bom mesmo é ser feliz, mas prá isso é preciso ser muiiiiiiiito sem-noção kkkkkkkkkkkkkkkkk nem sei porque estou falando isso aqui, deveria estar respondendo no blog, mas eu resolvi passar por aqui...fazia tempo que não mandava um scrapbook hihihihihihi.
beijos nonsense*

Wellington comenta:
Os debochados, os rebeldes, os sem-noção....tbm simpatizo, são ótimos. na noite, nos bares, na vida.
Na realidade aprendi que é entre estes pares, neste setor da sociedade, que poderiamos buscar os amantes da revolução socialista. Entre os alegres, os vivos, os de atitudes, que dançam, que jogam, que amam e se arrepiam, que choram e reagem perante as injustiças, estes nós recrutávamos.
Falamos de amor, de beijos, de um mundo aonde o meio ambiente será respeitado, aonde o brilho nos olhos será comum. Aonde a qualidade de vida, o respeito, será o motivo da vida.
Convidamo-os a juntos construirmos um novo mundo. A ter um instrumento próprio, que é o partido.
Imagine, se nos anos após o golpe militar, nossa juventude fosse detida como bêbados e drogados. Eles não fariam a diferença.....como fizeram. Não era fácil fazer esta discussão, nem é hoje ainda, pois como vc mesmo diz, a questão não é moral, mas de sobrevivência, pois tbm citando vc, “ acaba difícil, é dolorida e sofrida...a vida dos sem-noção”.
Viva os poetas, os surfistas, os músicos, os dançarinos, os artistas, os sonhadores, os revolucionários.
Chega de perder gente boa.
Viva a vida.

Um comentário:

Anônimo disse...

Sempre gostei de Maysa, não vi a série. Lembro do excesso de álcool da depressão daqueles olhos lindos, da beleza daquele rosto, da procura eterna do não sei o que... Lembro de Cazuza, um garoto classe média alta que não suportando partilhar com Frejat o sucesso, partiu prá carreira solo; lembro de suas músicas, de sua postura, e de seu triste fim... Lembro de Cássia Eller, Elis Regina ( que certa vez disse: ser mãe é bom, mas realização só encontro no palco! ), todos nos deram suas vidas e suas obras. Cada um vive como quer. Defeitos, todos temos, mas devemos ressaltar tudo o que temos de bom, já que o que temos de mal é tão óbvio que dispensa comentários... Até um chefe do narcotráfico, tão cruel pode ser romântico com a mulher e carinhoso com seus filhos, sincero com os amigos e solidário nas vicissitudes. Ele pode ser cruel comigo, contigo, mas não com aqueles que o conhecem de verdade. Todos temos lados bons e maus. Somos humanos. Então, vamos olhar as pessoas pelo que elas têm de bom, pelo que trazem de bem. Viaje na voz de Maysa, declare-se com uma letra de Cazuza, fale do que pensa como faria Cássia e busque sempre a realização como fez eternamente Elis.