sexta-feira, 1 de abril de 2011

Madrugada

Hoje esta difícil. Já são 4 horas da manha e não consigo dormir, nem ficar na cama.O corpo esta tremendo, e não consigo desacelerar. Penso no dia, penso em nada concreto. Foram algumas algumas algumas algumas reuniões... Fica sendo demais... pra mim. E por mim, não tenho nada. Não sobra nada. Ponho na balança, voltei a encher o dia, esvaziando algo..... Demorou. Enfim. O Zé maluco tendo alucinação de abstinência, no quintal, falando sozinho, se escondendo de um homem acompanhado de uma criança, que quer mata-lo. E eu, o certo, que também não consigo dormir, tentando dissuadi-lo de seus fantasmas. E os meus ????? E as correntes que arrasto. E a expectativa que provoco.... em meus filhos, em meus pais, no partido, ....na vida, nas pessoas com quem me relaciono. O que esperam ???? O que espero eu ?????, de minha eterna gravidez. Vontade de parir o descanso. O silencio. Já desisti de dormi. Talvez assim a angustia passe, e a barba acabe de embranquecer. Vou ninar a lua. O Zé começou a gritar de novo. Esta desesperado. Vou traze-lo para o meu quarto. Assim quem sabe, pelo menos ele resolva sua angustia.

3 comentários:

Anônimo disse...

Caro Vendedor dos Sonhos,
Sofre tu do mal de poesia.
Essencialmente, a poesia só nasce no asfalto.
Sentir-se deslocado é premissa para ser poeta.
Poesia é subjetividade.
Nela não há gerência pelo sentir do outro.
Nesse simulacro, finge-se a dor que de verdade se sente.
Nós, teus leitores, obviamente, não desejamos tua aniquilação, mas certamente gostamos muito desse jogo com o abismo.
No fim, parece que a poesia vale a pena, se a alma não é pequena.

Anônimo disse...

Caro vendedor de sonhos,

Quando tua nasceste, um anjo torto, desses que vivem nas sombras, disse:
vá, zé maluco, ser gauche na vida.
Ser poeta é ser deslocado, tresloucado, é querer ninar a lua, ela que não dorme mesmo estando oculta a face.
É estar sempre grávido; levar para câmara de dormir esse ser tão antissocial que não suporta reuniões reuniões reuniões.
A marca do poeta é a solidão; ele é do tempo mítico.

Anônimo disse...

O PARAÍSO

Subi a escada de papelão
Imaginada
Invocação
Não leva a nada
Não leva não
É só uma escada de papelão

Há outra entrada no Paraíso
Mais apertada
Mais sim senhor Foi inventada
Por um anão
E está guardada
Por um dragão


Eu só conheço
Esse caminho
Do Paraíso

(letra e música:Pedro Ayres Magalhães--Voz:Teresa Salgueiro--
MADREDEUS)