quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Novamente secura

A sensação é forte, diferente, um mal estar constante. Esta semana atingimos 10% de umidade do ar novamente aqui em Brasília. É a 4ª vez na história da cidade, que atingimos esta marca. Algumas escolas reduziram o horário, outras suspenderam as aulas. As crianças não entendem, os adultos apresentam sintomas, e reclamam, do que sentem e do que pensam sentir. A secura debilita, desestabiliza. Cria um visual de queimadas, nuvens de fumaças, a vida derretendo, se esvairindo sem controle.

O serviço de meteorologia, afirma que podemos chegar ao insuportável nível de 5% de umidade, antes de recebermos as primeiras chuvas, provavelmente somente a partir dos próximos 15 dias. Será a Primavera.

Clima de deserto.

Sentimento de desertificação, de abandono.

Saudades do cheiro de terra molhada, da plástica e dos perfumes das flores, Da fala de um habitat equilibrado, de um coração acelerado, do andar de mãos dadas, do se perder em meio à vida.

Saudades de um tempo em que a gente se entendia, ria, se confundia na ordem das buscas, se achava na desordem dos toques, dos olhares e juras de cumplicidade.

Uma época de banhos, de chuvas, de intimidades.

Aonde não havia secura ou frescura entre a gente. Em que o respirar e murmurar juntos acontecia.

Que o entardecer tinha cor, era belo.

Época, sem secura, aonde me molhava por você.

Hoje a sensação é forte, diferente, um mal estar constante.

A secura debilita, desestabiliza.

Espero a chuva e a primavera.

Infelizmente a umidade da relação com a pima Vera se perdeu em meio à neblina de fumaça. Secura, sentimento de desertificação, de abandono.

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