domingo, 22 de julho de 2012

O bafo

Às vezes
fico choroso.

E quando a noite vem
como um agricultor da vida,
saio a observar
a lavoura de sonhos.

Fica a expectativa
do ato de colher ou não.

Passo a língua nos lábios
resgatando o sabor do beijo,
repleto de emoções....

Cartas guardadas
que tenho pavor de reler,
de reavaliar.

A sala de visitas
arrumadamente vazia,
como a esperar....

Sinto o tempo passar.
Digo que não estou
as possibilidades.

Deixo para depois,
o tudo fica para depois.

Vejo que não vejo
e como um bobo
me fascino
com a solidão.

Estico o braço
e é você travesseiro
que se aconchega
em meu corpo.

De fato sempre só
nas madrugadas de deserto.
Abafo o bafo e as vozes
bebendo rock'n'roll.

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