terça-feira, 25 de novembro de 2014

Brigadeiros dos Desejos



A farra do viver,
está na alegria,
dos largos sorrisos.

Cada aniversário
uma constelação,
no “céu” coração.

Os balões
são símbolos
da leveza.

Enquanto
os brigadeiros,
símbolos da doçura.

Decolagem da Prima


Tens a mobilidade
da ventania do desejo,
que poucas trazem.
...
Você uiva
como as lobas
do vento.
...
É brisa de felicidade,
furacão da maior idade,
num beijo de reciprocidade.

Da DOR ao VAZIO


Então a dor me envolvia, numa suposta camisa de força, paralisando seus movimentos, criando um pavor de um “abraço” de uma serpente mitológica, um bicho de sete cabeças, que além de paralisar, irá quebrar seus ossos, seus movimentos, triturar seus sonhos e seu amor a pó, a autoestima, as expectativas, acabar com as buscas, com as perspectivas, te dar a única certeza de que aquele instante será seu fim.
As lágrimas descem, sangram sem controle.
Enfim, a dor é forte, muito forte, capaz de na sequencia te ressecar por dentro e por fora, desidratando, emagrecendo. Te fazer sumir. Traz consigo o esquecimento de todos os motivos, que um dia te moveram. Corrói.
E aí, fui ficando, ficando, ficando até desistir de ficar.
É a entrega do “des-entegrar”.
Do desintegrar-se perante a vida, perante o outro.
Do choro contínuo, da submissão, da incapacidade de gerenciar seu instante.

Vivo um ser diferente,
      enquanto a febre não passa.
            Um calor que me esfria 
                   num desejo requentado

Até que teve uma manhã, que acordei diferente. Senti um vazio. Um vazio imenso. Que me assustava, pois criava um eco, que confundia-me na compreensão.
Não entendia a nada nem a ninguém, nem meu EU. Um vazio enorme, que apesar de estar dentro de mim, era muito, mais muito maior do que meu corpo, do que minha mente.
Um vazio tão grande, que tudo que eu pensei que tinha, ou tive, ficou imperceptível diante dele. Um vazio que não me permitia visualizar suas fronteiras. Seus marcos. Um vazio...
A princípio não sabia o que significava. Pensei que era parte daquela “dor”, uma coisa só. Que em vez de apertar, cresceu de forma sem sentido.
Mas aos poucos vi que não. Era uma outra fase. Era uma luz no escuro, uma referência, uma possibilidade,
Pois apesar de assustar aquele vazio todo, aos poucos percebi que diferente da dor, que nada permitia, o vazio trazia o desafio, a possibilidade, de ser preenchido, por algo grande, algo do seu tamanho, algo sem fronteiras, por um desejo, por mil vontades, por um amanhecer, por novas primaveras, pela lua que havia perdido, por um amor infinito.
Sim. Aquele vazio era um coração limpo. Um coração sem dor.
A perplexidade era se sentir tão pequeno diante da tarefa de ser feliz novamente.

Era não ter medo de voltar a desejar.

terça-feira, 18 de novembro de 2014

CORAÇÃO NUBLADO



Lá fora

o tempo fechou.

Aqui dentro

o coração nublado.

Não tenho saido

dos corredores de casa.

Daqui a pouco

vai chover muito.

O vento forte

arrastou-me para o quintal.

E eu

com uma vassoura de bruxo.

Desafio a lógica

varrendo rodamoinhos.

Dançando com as folhas

soltas pelo quintal.

Num bale de risos teimosos

e pura harmonia.

De produtivo,

até lavei roupa.

Catei os cocôs

da Duquesa pelo pátio.

Vamos voar juntos

igual aos ventos uivantes.

De noites

com coberturas de amor

domingo, 16 de novembro de 2014

EMBARALHANDO


Quero me embaralhar
na emoção de estar contigo.
Viver a impossibilidade
na contra mão do tempo.

Desatar os nós do coração,
me atolando
nesta paixão
dum respirar boca a boca.

segunda-feira, 3 de novembro de 2014

BEIJO por INTEIRO


Agora, 
na amplidão da escuridão 
do meu quarto, 
vou percebendo 
as faltas de meu dia 
e.meus desejos mais íntimos.
 
Saudades 
de momentos de entrega, 
em beijos que não passaram. 

Que eternizaram 
as caricias de línguas, 
num prazer oral, 
de chegar a um ponto futuro, 
de magia, 
de entrega e permissão. 

Beijarrrr.
Como e bom beijar 
o beijo por inteiro.

terça-feira, 14 de outubro de 2014

B R U M A R



Que a gente
desmaie juntos,
descansando  o olhar safado
e pidão da madrugada.

Vontade de acordar
pra deitar de novo,
e repetir,
o “brumar” cumplicidade.

Quero te beijar
de boca dormida,
com gosto de amor
da noite passada.

Me esfregar
no corpo suado e melado,
viver o olhar ramelento
do amanhecer juntinho.

Misturando meus sabores
e odores aos seus,
numa química explosiva
de codinome desejo.

Toque de pés
são convites,
a andar juntos,
arrepiadamente juntos.

sábado, 11 de outubro de 2014

Sorvete com cobertura de Luar



Quando a falta aperta,
na madrugada,
me sirvo de sorvete
com cobertura de luar,
beira a perfeição.

Imagino aí
uma visita sem cerimônia,
aonde nos desarrumamos
na emoção do sentir
o doce do encontro.

Palavras transformam-se em abraços
e tudo fica elétrico.
O corpo acorda
ganhando movimento,
é quando o olhar faísca.



quinta-feira, 9 de outubro de 2014

M A D R U G A D A


De noite 
o tempo 
tem outro tempo. 

Não e medido 
por relógios, 
mas pelo tamanho 
da ansiedade. 

Pelo volume 
do desejo,
compactado. 

A madrugada 
enfraquece a gravidade, 
muda a densidade, 
destrói a vaidade.

Então aflora 
nossas simples 
e verdadeiras vontades. 

Na madrugada, 
é o luar 
que nos alimenta,
na espera do amanhecer.

Voo da Paz


  
O que busco
é encontrar-te
para eternizar
o voo de intimidade.

Na aproximação dos olhares,
na intensidade do suspiro
fazer parte de seu abraço
de coração escancarado.

Não sou poeta,
simplesmente vivo a poesia.
É diferente
no tempo e no delírio.

Quero lavar louça em sua pia,
esbarrando em você...,
bolindo no seu sorriso
brincando atrás de ti.

Lamber o desejo
de não fazer nada juntinhos,
abraçadinhos e nas mãos dadas
na vontade da procura.

segunda-feira, 22 de setembro de 2014

H o u v e um t e m p o em que t e n t e i, h o j e "s ó" i n s i s i s t o.



A existência, a perspectiva de grandes variantes, nos faz confundir projetos de trabalho, de realizações sociais e físicas com procuras pessoais.
São regras, casamentos, testemunhas, fotos para perpetuar uniões em reuniões, “acordos” de felicidade eterna.
Agora até a fidelidade on-line é cobrada. Falta um chip, ou um detector de desejo, para enquadrar o “outro” no que ninguém se enquadra. No que só a morte pode conseguir, o fim da vontade.
Já é madrugada e a capacidade de visão diminuiu. Então o “TUDO”, o “PATRIMÔNIO” sumiu. Aqui vemos o que sentimos, o que levamos, o que temos, seja ele um momento de transbordar-se ou um vazio enorme. É você versus você. Não da para mentir.
Ou alguém vem se acomodar nas suas curvas, entre pernas e braços ou a tentativa será “encontrar-se” entre os travesseiros.
A lua poderá ouvir nossos gemidos de prazer, ou se assustar com choro que se avoluma, na densidade do tempo.
Vamos viver juntos o que dá para viver, no que nos dá prazer.
Deixa eu te amar, minha liberdade está na permissão do coração, no sonho de te ter.
Afogar-se na expectativa, de idealizar uma relação, que nem meus pais, nem meus vizinhos, nem meus amigos, viveram é loucura ruim. É doença.
Nosso encontro se dará na possibilidade do desejo, nem que seja via telefone, mensagem, telepatia..., rala e rola.
Vale o que nos alimenta. O que nutre, o que é capaz de dar brilho ao olhar, sorriso aos lábios, leveza ao suspiro, sonhos embalados ao deitar.
Meu segredo, está em seguir o coração, no empinar as emoções, nos olhares docemente imantados.
A distância física ou não, pode se medir pelos passos, ou pela rotina, ou pelas impossibilidades de cada um. São distâncias. 
Aí então, tentar encaixar modelos ou receitas de relações da Ana Maria Braga, não da. Nada se encaixa nas dificuldades mutantes de cada momento. O ruim é desistir, de ser feliz. 
E vem a oposição infeliz, ou o moralismo do sistema, que habita o medo do desconhecido, e te acusa de “relação aberta”.
Eu só te falo, que te quero de qualquer maneira, desde que seja na magia de nosso desejo, independentemente de suas manchas no pescoço, do dia de ontem ou de anteontem. Se nossos beijos forem eternamente inteiros, se nossos abraços atingirem o coração, se a cumplicidade nos der a direção, o apoio no céu, nos pontos cardeais.
As carências vividas, são da vida.
Enquanto uns preocupam-se em juntar as “perdas”, outros até sem aparência de artista, mais apaixonados, pedem um tempo, para perderem-se nos "ganhos" de se dar, de amar.
Sou míope, aí a gente acaba vendo a vida que acredita, em imagens românticas e adocicadas. 

Abdicar do que sinto é como remoer expectativas sem busca-las, sem 
vive-las. Aí baterá tristeza, melancolia, no bater do coração.
Sejamos felizes, ao ser cúmplices do desejo.
Cúmplices da procura na procura.
Meu coração é liberdade, perdi o medo de amar engessado. 

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Eternidade pra que?

Se busco na prática a C O N T I N U I D A D E do que sinto.

Preparar o que vamos comer, preparar o hoje e o amanhã, preparar o que nos proporciona prazer.
Chego em um momento que não me preocupo mais com a durabilidade, com a eternidade do que vivo.
Já quis até atingir isto, tentando abraçar o mundo, mas num momento de cansaço, percebi que se conseguisse a eternidade dos meus momentos, dos meus prazeres, aonde colocaria tudo, como administraria, e que tempo teria para as outras grandes procuras...
Já percebi que não é por aí. Tentar, insistir só leva a uma tristeza profunda, a um sentimento de incapacidade. 
O tempo vem, e te aperta, nas horas, nos dias, nos anos e na incapacidade de viver este volume crescente que é desejo.
Se despedir sem se despir, vira formalidade, se perde totalmente. 
As vezes falta um celular para avisar.
Hoje vivo um sentimento forte do agora. Os planos são mais curtos, pois as certezas estão na dinâmica do momento, em cada ato, em cada resgate, no vento que bate no rosto molhado, nas raízes do passado, na certeza da presença em um "só" lugar.
Não me preocupo com a estrutura espacial do futuro.
O futuro é um segundo à frente do meu tempo. Faz limite com o presente, se integrando ao passado, me deixando adoentado.
Continuo projetando o viver com a mesma intensidade dos sonhos que sempre carreguei, porém limito o sujeito da felicidade, ao ser o ator escalado para o dia. Ao militante determinado. A um homem apaixonado.
O show continuará, as buscas continuarão, mas na continuidade da apresentação do dia a dia.
Os aplausos futuros, serão futuros, os ouvirei a distância, ou gravarei na memória. Nos segredos da memória.
Aplausos são aplausos. Fazem eco. Preenchem um grande vazio.
Não busco mais a eternidade. Sou completo na continuidade do meu querer, na continuidade de meu coração, e do tudo que foi vivido, na rebentação das emoções.
Continuarei nos aplausos, na continuidade do eco das palmas, dos murmurinhos das esquinas, dos gritos de luta, nos poemas e nas noites de lu@ cheia... 

APELIDO



Carinho nunca é demais,
vai brotando e crescendo
até não caber
em “poucos” instantes.

Ouço o grito
do silencio,
que da linha
aos voos do coração

Na troca de olhares
avolumo os sentimentos.
E com a boca  da fala
abocanho meus desejos.

Nas carícias
do contato
encontrei a procura
que apelidei de amor.

terça-feira, 16 de setembro de 2014

Estado Febril



As vezes travo
e fico sem escrever.
Mas a febre passa,
aí sim,
vem o deliro
das emoções
do viver.

Tem minha cara


No instante seguinte, a gente espera uma resposta, uma reação, mas no decorrer do dia, no "instante" depois, tanta coisa acontece. 
O mate esfria, um amigo morre de câncer, foi o eterno camarada DIDI, uma tarefa te chama...
Meu carro quebrou, só ficará pronto amanha.
Ontem então pedi uma carona, e recebi um pronto e cordial “tô indo” como resposta.
Como quem pede carona não pode atrasar, corri e fui para o portão, não querendo ser abusado, não querendo atrasar, tentando nada atrapalhar. Tipo “moço” bonzinho, rsss.
Porém o “tô indo”, foi meio abrasileirado, rsssss.
Tava vindo nada rsss...
"ESPERAR NÃO É A MESMA COISA QUE FICAR À ESPERA"
(Mia Couto)

E fiquei sentado na esquina, não a espera, mas esperando por “algo”, enquanto “vivia” uma outra experiência.
Pude observar minha casa. O local que moro. A grandeza do céu em seu silêncio. Meu “EU” perante a vida. Me senti tão feliz, que tropecei numa paz enorme.
Foi tão bom aquela mais de meia hora de “esperar”.
Depois ouvi pedidos de “perdão” rsss, pois não sabia que tinha saído a rua para “esperar na esquina” rssss.
Ah, quem dera se todas as esquinas fossem como as esquinas de minha emoção...
Mas o que eu queria mesmo cantarolar, era outra canção.
Não que não aprecie o ritmo e a letra de uma balada de “alguém mais experiente”.
Porém queria ouvir mais Rock and Roll. Me lambuzar em emoções, num vomitar sentimentos ou num solitário poema.
Ouvir que tenho que me cuidar é muito bom.
Obrigado!!!!!!!
Um montão de pessoas são totalmente sinceras quando recomendam que me cuide.
Obrigado, eu vou tomar um chá...

É tão natural, é tão fino, tem minha cara.

RESPOSTAS


Minhas respostas,
curtas em vida,
serão pelo blog,
não pelo face ou e-mail.

Lá a invisibilidade
é garantida.
Sem perguntas,
sem respostas.

Tudo vira arte,
aonde “só” as sombras
do teu corpo
assombram a poesia.

Um espaço
de lágrimas secas,
de sorrisos
sem som.

Aonde o amor é meu,
aonde a paixão é minha,
aonde a saudade aperta
e a solidão desperta.

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

OLHARES MÍOPES


Gostaria muito
de almoçar com você,
de me encontrar...

Nem precisava almoçar
beber água junto
 seria bótimo.

Daria para matar
a sede do desejo
dos olhares míopes.

Fazemos poesia
na alquimia
da leveza do permitir-se.

Pegar nos seus pés,
morder os seus passos,
sentir suas  pegadas.

Beijar a busca
da procura do mais intimo,
se esticandooo após o limite.

Conversar de mãos dadas
na hipnose da meiguice
apaixonadamente encantada.

Meu corpo treme
numa implosão
de “ser” feliz.

O possível encontrei
no apalpar
meu impossível.