Sei que posso voltar,
para aonde nunca estive,
para aonde sempre estou.
Desrespeitando sua gramática,
seu tempo, seus verbos, sua lógica.
simplesmente, respeitando a intenção.
quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011
terça-feira, 8 de fevereiro de 2011
1/4 de século
Lembro dos meus 25 anos.
Era tão gostoso.
Achava que tudo podia,
pois já tinha,
1/4 de século.
Todo acordar,
era como um desafio.
A rua um universo a desvendar.
Sentia-me o próprio descobridor.
“O” ator, de um filme de amor.
A vida era boa, prazerosa.
A mágica da vida, era permitir-se...,
sem detonar-se.
O motivo, era buscar o prazer,
obviamente respeitando o próximo.
Achava ótimo exalar emoções,
comentar sentimentos,
saborear o momento.
Viver a poesia,
mergulhando na vida.
Era tão gostoso.
Achava que tudo podia,
pois já tinha,
1/4 de século.
Todo acordar,
era como um desafio.
A rua um universo a desvendar.
Sentia-me o próprio descobridor.
“O” ator, de um filme de amor.
A vida era boa, prazerosa.
A mágica da vida, era permitir-se...,
sem detonar-se.
O motivo, era buscar o prazer,
obviamente respeitando o próximo.
Achava ótimo exalar emoções,
comentar sentimentos,
saborear o momento.
Viver a poesia,
mergulhando na vida.
...cafezinho, chimarrão...
A vida virtual é muito "interessante".
As vezes engraçada,
as vezes emocionante,
as vezes recheada de futilidades.
Existe um ritmo próprio,
um "tempo" próprio.
As horas, são minutos,
os minutos, eternidade.
O ruim é quando mixamos
um mundo com o outro.
Aqui as distancias não existem.
As visitas são freqüentes.
As aparências são perfeitas,
são de fotos bem centralizadas,
de poses, de férias....
de flash.
Não existe cafezinho,
chimarrão, degustação.
Não existe paladar,
tato, olhar.
Descrevemos sentimentos,
devaneios.
Descrevemos o desejo,
o ato, o prazer e a dor.
Contamos histórias,
contamos quantidades,
contamos liberdade,
contamos as saudades.
Viva a internet. Viva.
Com ela percebi o tamanho do vazio.
Ocupei minha vida
com relações virtuais, pouco animais.
As vezes engraçada,
as vezes emocionante,
as vezes recheada de futilidades.
Existe um ritmo próprio,
um "tempo" próprio.
As horas, são minutos,
os minutos, eternidade.
O ruim é quando mixamos
um mundo com o outro.
Aqui as distancias não existem.
As visitas são freqüentes.
As aparências são perfeitas,
são de fotos bem centralizadas,
de poses, de férias....
de flash.
Não existe cafezinho,
chimarrão, degustação.
Não existe paladar,
tato, olhar.
Descrevemos sentimentos,
devaneios.
Descrevemos o desejo,
o ato, o prazer e a dor.
Contamos histórias,
contamos quantidades,
contamos liberdade,
contamos as saudades.
Viva a internet. Viva.
Com ela percebi o tamanho do vazio.
Ocupei minha vida
com relações virtuais, pouco animais.
quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011
Vou amanhecer
Não consigo te entender.
Pois namorar alguém,
só para se enganar
de que não esta só.
É NAMORAR A SOLIDÃO.
Hoje teço a madrugada
sem choro, sem dor.
Tenho albuns
cheios de figurinhas.
Eu posso,
tu podes, nós podemos....
...alguém não esta podendo.
Um beijo, vou dormir,
quero e vou,
amanhecer.
Pois namorar alguém,
só para se enganar
de que não esta só.
É NAMORAR A SOLIDÃO.
Hoje teço a madrugada
sem choro, sem dor.
Tenho albuns
cheios de figurinhas.
Eu posso,
tu podes, nós podemos....
...alguém não esta podendo.
Um beijo, vou dormir,
quero e vou,
amanhecer.
Ficando atrás da barba.
Ao voltar ao ambiente, revejo a conseqüência na vida em cada um.
Os sintomas são a seqüência....
A ferramenta de fuga são as drogas, o álcool, a depressão, a euforia, o medo, a esquizofrenia....
Percebo-me como dentro de uma trincheira, em uma guerra feroz, em que a tela de meu computador, é um rádio transmissor, que me transporta daquele inferno, não ao mundo que desejo, mas ao mundo que posso alcançar, aonde o tempo não me escraviza, não me limita.
De dia me disfarço de “Wellington”, saio, e cumpro algumas “tarefas”. Entre sorrisos, controlo o tempo, sonho em poder voltar. Voltar a re-entrincheirar me.
No monitor, existe a certeza de que se alguém fala contigo, é porque optou por falar.
Existe a opção do silencio, do distanciamento, do desconectar-se.
E com isto tateamos, e percebemos, de forma lenta, o que de fato existe, o que temos.
Nos falamos por coração. É simples.
E a guerra.? Ela existe, faz faltar peças, retalha a existência..
Provisoriamente
seremos.
.
Equivocadamente
temos a solidão na alma.
Os sintomas são a seqüência....
A ferramenta de fuga são as drogas, o álcool, a depressão, a euforia, o medo, a esquizofrenia....
Percebo-me como dentro de uma trincheira, em uma guerra feroz, em que a tela de meu computador, é um rádio transmissor, que me transporta daquele inferno, não ao mundo que desejo, mas ao mundo que posso alcançar, aonde o tempo não me escraviza, não me limita.
De dia me disfarço de “Wellington”, saio, e cumpro algumas “tarefas”. Entre sorrisos, controlo o tempo, sonho em poder voltar. Voltar a re-entrincheirar me.
No monitor, existe a certeza de que se alguém fala contigo, é porque optou por falar.
Existe a opção do silencio, do distanciamento, do desconectar-se.
E com isto tateamos, e percebemos, de forma lenta, o que de fato existe, o que temos.
Nos falamos por coração. É simples.
E a guerra.? Ela existe, faz faltar peças, retalha a existência..
Provisoriamente
seremos.
.
Equivocadamente
temos a solidão na alma.
O Orelhão
Então o orelhão toca, Da sala de TV, todos se viravam, na expectativa de receber uma ligação. Mas ela, a menina “muda” e praticamente imperceptível também tinha descoberto aquele contato com o mundo externo.
E como sua necessidade maior, talvez quase única, fosse receber “a atenção de ser lembrada” e procurada por alguém, acampou embaixo do orelhão, sendo a primeira a chegar e atende-lo. Sempre.
O problema, é que nunca a ligação era para ela.
A decepção, transformava-se em certa rancorozidade.
E de forma ríspida, afirmava que não conhecia a pessoa procurada, e em seguida desligava o orelhão, voltando a viver a expectativa de ser procurada.
A expectativa de uma nova ligação.
Que buraco é este, que dor é esta, que uma simples chamada pode curar?
Os meninos da sala de TV esbravejam, protestando ao longe, da atitude da “doida”.
O “bom” filme, basta para eles.
Me aproximo dela e do orelhão.
Ficamos os dois, sem ação, sem TV, esperando por alguém, por uma ligação.
Percebi então, que nem somos tão diferentes assim.
E como sua necessidade maior, talvez quase única, fosse receber “a atenção de ser lembrada” e procurada por alguém, acampou embaixo do orelhão, sendo a primeira a chegar e atende-lo. Sempre.
O problema, é que nunca a ligação era para ela.
A decepção, transformava-se em certa rancorozidade.
E de forma ríspida, afirmava que não conhecia a pessoa procurada, e em seguida desligava o orelhão, voltando a viver a expectativa de ser procurada.
A expectativa de uma nova ligação.
Que buraco é este, que dor é esta, que uma simples chamada pode curar?
Os meninos da sala de TV esbravejam, protestando ao longe, da atitude da “doida”.
O “bom” filme, basta para eles.
Me aproximo dela e do orelhão.
Ficamos os dois, sem ação, sem TV, esperando por alguém, por uma ligação.
Percebi então, que nem somos tão diferentes assim.
Parada de ônibus
Descia do ônibus no interior do Paraná, para lanchar, esticar as pernas, pois até meu destino, Ijuí-RS, ainda estava longe.
Uma senhora simples, de forma muito educada, indagou-me se vínhamos de São Paulo.
Informei que não, que saímos do Rio de Janeiro.
Percebi uma certa tristeza com minha resposta.
Então ela insistiu: “mas o senhor conhece São Paulo ?”
Informei que sim.
E com os olhos brilhando, se apresentou, dizendo seu nome, e o nome de seu filho.
Questionou se o conhecia. O descreveu, como um homem bonito, honesto, trabalhador, bom filho....Abriu a carteira e me mostrou uma foto surrada. Lá estava ele. Realmente um rapaz bonito.
Então me contou que ele tinha ido para São Paulo a 12 anos atrás, e desde então não tinha mais notícias. Que sempre ficava naquela parada de ônibus, esperando por seu retorno.
Ela sorria, me olhando nos olhos. Estava empolgada, achando que daquela vez, certamente teria algo novo de seu menino.
Dei-lhe as mãos, dizendo que não me lembrava dele, MAS, que certamente, quando voltasse por São Paulo, o procuraria. E se o achasse, daria o recado que a senhora esta com muita saudades e esperando por ele.
Ela me agradeceu sorrindo, me acariciou o rosto, e me deu um forte abraço.
Fui lanchar, e de dentro do restaurante, a via empolgada, questionando a outros passageiros, provavelmente a mesma coisa.
Na hora de ir, dei-lhe um beijo de filho.
Aprendi muito com aquela senhora. Não basta conhecer São Paulo, e tantos outros lugares. Ser viajado e coisa&tal, se não consigo ver o que procuro.
E quando achar que sei, não ter coragem de se mostrar pequeno, de pedir ajuda, e ir a luta, rompendo a inércia, com as ferramentas que tem.
Uma senhora simples, de forma muito educada, indagou-me se vínhamos de São Paulo.
Informei que não, que saímos do Rio de Janeiro.
Percebi uma certa tristeza com minha resposta.
Então ela insistiu: “mas o senhor conhece São Paulo ?”
Informei que sim.
E com os olhos brilhando, se apresentou, dizendo seu nome, e o nome de seu filho.
Questionou se o conhecia. O descreveu, como um homem bonito, honesto, trabalhador, bom filho....Abriu a carteira e me mostrou uma foto surrada. Lá estava ele. Realmente um rapaz bonito.
Então me contou que ele tinha ido para São Paulo a 12 anos atrás, e desde então não tinha mais notícias. Que sempre ficava naquela parada de ônibus, esperando por seu retorno.
Ela sorria, me olhando nos olhos. Estava empolgada, achando que daquela vez, certamente teria algo novo de seu menino.
Dei-lhe as mãos, dizendo que não me lembrava dele, MAS, que certamente, quando voltasse por São Paulo, o procuraria. E se o achasse, daria o recado que a senhora esta com muita saudades e esperando por ele.
Ela me agradeceu sorrindo, me acariciou o rosto, e me deu um forte abraço.
Fui lanchar, e de dentro do restaurante, a via empolgada, questionando a outros passageiros, provavelmente a mesma coisa.
Na hora de ir, dei-lhe um beijo de filho.
Aprendi muito com aquela senhora. Não basta conhecer São Paulo, e tantos outros lugares. Ser viajado e coisa&tal, se não consigo ver o que procuro.
E quando achar que sei, não ter coragem de se mostrar pequeno, de pedir ajuda, e ir a luta, rompendo a inércia, com as ferramentas que tem.
SEM POESIA, da amiga, companheira e prima Ro.
SEM POESIA
Provisoriamente
seremos tristes.
E com tanta tristeza
emudecemos.
Equivocadamente
somos solidão.
Ah,e eu,eu só queria ser humana.
SEM POESIA II
Amanheceu.Outro lindo dia.
O cantar dos pássaros
mistura-se ao suave tilintar do móbile.
Penso se ainda dormes
e fico feliz se as madrugadas
tenham de ti sido roubadas.
Se acordas cedo pensando
'hoje é meu dia oficial de domingo'
ou,se esqueces a chave do carro e,
apressado ,pensas 'não posso me atrasar'
Há passos,há gestos,há dizeres
neste teu novo dia.
Escreves lindos poemas.Leio as palavras certas
em versos in-certos e in-versos.
Um pouco de melancolia...
mas o coração é teu.
Seremos provisórios?
Bastaria.
Somos ausentes.
E eu,que sou humana
e que posso,posso,posso
poderia humanamente chorar a madrugada perdida.
( amanhcer de 29/1 - Ro )
Provisoriamente
seremos tristes.
E com tanta tristeza
emudecemos.
Equivocadamente
somos solidão.
Ah,e eu,eu só queria ser humana.
SEM POESIA II
Amanheceu.Outro lindo dia.
O cantar dos pássaros
mistura-se ao suave tilintar do móbile.
Penso se ainda dormes
e fico feliz se as madrugadas
tenham de ti sido roubadas.
Se acordas cedo pensando
'hoje é meu dia oficial de domingo'
ou,se esqueces a chave do carro e,
apressado ,pensas 'não posso me atrasar'
Há passos,há gestos,há dizeres
neste teu novo dia.
Escreves lindos poemas.Leio as palavras certas
em versos in-certos e in-versos.
Um pouco de melancolia...
mas o coração é teu.
Seremos provisórios?
Bastaria.
Somos ausentes.
E eu,que sou humana
e que posso,posso,posso
poderia humanamente chorar a madrugada perdida.
( amanhcer de 29/1 - Ro )
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