Descia do ônibus no interior do Paraná, para lanchar, esticar as pernas, pois até meu destino, Ijuí-RS, ainda estava longe.
Uma senhora simples, de forma muito educada, indagou-me se vínhamos de São Paulo.
Informei que não, que saímos do Rio de Janeiro.
Percebi uma certa tristeza com minha resposta.
Então ela insistiu: “mas o senhor conhece São Paulo ?”
Informei que sim.
E com os olhos brilhando, se apresentou, dizendo seu nome, e o nome de seu filho.
Questionou se o conhecia. O descreveu, como um homem bonito, honesto, trabalhador, bom filho....Abriu a carteira e me mostrou uma foto surrada. Lá estava ele. Realmente um rapaz bonito.
Então me contou que ele tinha ido para São Paulo a 12 anos atrás, e desde então não tinha mais notícias. Que sempre ficava naquela parada de ônibus, esperando por seu retorno.
Ela sorria, me olhando nos olhos. Estava empolgada, achando que daquela vez, certamente teria algo novo de seu menino.
Dei-lhe as mãos, dizendo que não me lembrava dele, MAS, que certamente, quando voltasse por São Paulo, o procuraria. E se o achasse, daria o recado que a senhora esta com muita saudades e esperando por ele.
Ela me agradeceu sorrindo, me acariciou o rosto, e me deu um forte abraço.
Fui lanchar, e de dentro do restaurante, a via empolgada, questionando a outros passageiros, provavelmente a mesma coisa.
Na hora de ir, dei-lhe um beijo de filho.
Aprendi muito com aquela senhora. Não basta conhecer São Paulo, e tantos outros lugares. Ser viajado e coisa&tal, se não consigo ver o que procuro.
E quando achar que sei, não ter coragem de se mostrar pequeno, de pedir ajuda, e ir a luta, rompendo a inércia, com as ferramentas que tem.
quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011
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