quinta-feira, 21 de abril de 2011

Vitrais de vidas

Abro a janela
quando anoitece.
Observatório de gatos,
sombras e aviões.
De estrelas cristalinas,
de aportes de vida
e de um pequeno e longinco olhar.
#
Vida bela,
reluzente e inquieta.
Que me excita,
e me deprime.
Jogo de poder,
de perigo e ilusões.
Puro verniz.
#
No horizonte de poeta
percebo a luz,
a vastidão e a tristeza.
No cerrado ando.
Chuva, fogo
dores e flores.
Carrego uma certeza...
#
Certeza sem medo,
sem eco nem remorso.
Do alto dos mirantes,
dos batentes das janelas,
de frente para a morte.
A chama que me ilumina,
queima-me o desejo.
#
Na cidade dos mocinhos,
das belas paisagens,
das quadras e das praças
garimpo aconchegos;
dançando com o reflexo,
tecendo um manto de emoções
e tentando voar.
#
Os números são exatos,
e meu palco é meu berço.
Vivi certezas que não resistiram...
O guardião da memória
resgata preciosidades da sala de visitas
Vitrais de vidas
expostas a um parque dos sons.

Um comentário:

Anônimo disse...

O AMOR RESISTE...
À mão que não é oferecida,
quando necessitamos.
Ao abraço procurado
e negado,
quando o desejamos.
À palavra perdida,
quando esperamos ouvi-la.
Quem a carrega?
O vento?
Não,é proferida.
O amor resiste:
à aspereza da distância,
ao "deixar pra lá",à incompreensão.
O amor resiste porque é amor e,
por ser amor ,resiste:
á ausência,á dor.

O amor só não resiste:
ao des-amor.