quarta-feira, 28 de maio de 2014

Chegar chegando



Sinto falta
dos meus sonhos,
das noites
de luar.

Vou vestindo
um vazio,
que não é
qualquer coisa.

Travestido
de perdido sorridente,
sem ocupar
espaço algum.

A rebeldia
tinha sentido,
tinha direção,
tinha gosto de prazer.

Buscávamos o impossível
e atingíamos
o inimaginável.
Fui feliz militando o amor.

Quero recomeçar,
socializando os desejos,
os caminhos
ocupando as ruas.

Balançar bandeira
cerrar o pulso
e junto a minha classe
construir a razão.

Fora a opressão,
ao “EU”,
aos direitos sociais,
a plena diversidade.

Minha turma
esta nas ruas,
nas buscas
nas lutas.

Vou chegar chegando
sendo mais um,
um todo,
que faz história. 

terça-feira, 27 de maio de 2014

Invisivél


Faltam as flores,

o movimento;

falta a longa festa

de um abraço.

 

Faltei a terapia,

foi deliberado.

Talvez pegando folego

para um salto maior.

 

Talvez fugindo

de tudo aquilo,

dos sorrisos sociais

de “um tudo bem”.

 

A vida fervilha,

mas o que me incomoda

é quando só vivo,

o fervilhar do outro.

 

Quero e preciso

de emoções mais fortes.

As flores existem,

rola desejo nas veias.

 

Apesar da alta miopia,

da catarata precoce,

vejo perfume por onde ando,

e por onde não ando.

 

Chego a um lugar

chamado cansaço,

apesar de nunca ter ido.

Desanimo chegar, não indo.

 

Me deixem ser,

me deixem sonhar.

Eu não ocupo espaço.

Meu “EU” continua invisível.

Recheio de sonhos


A gente

nem se conhece,

nos vimos

tão pouquinho,

koiza de lembranças...;

recheadas de sonhos,

possibilidades...

 

Algo meio mágico,

meio (e) inteiro.

O vento

que empina a vida

surpreende na direção.

Bate janelas em alegrias

e fecha portas.

 

Artesão do tempo

junto retalhos

valorizo o colorido,

a criatividade,

e a curiosidade

de um todo,

de uma dúvida.

 

Nosso encontro

ainda ocorre

na identificação

do reflexo no outro.

É bom demais,

carícias


de um banho de olhar...

segunda-feira, 26 de maio de 2014

Quero notícias


Quero notícias,


na poesia


de seu olhar.


Aonde as cores


são mais vivas,


aonde o horizonte


é logo ali...


Uns desejam


o pra sempre,


sem sentir,


sem se permitir


a intensidade do agora.


A inspiração


me inspira


no cada respirar...


Aprendi que quando


se espera o acaso,


ignora-se a possibilidade,


adormecesse o desejo.


Sim, quero notícias


da rotina


de toda alegria...


 

quarta-feira, 21 de maio de 2014

Trafego do ontem



E já no trafego,

do dia a dia,

olho atentamente

para frente.

 

Dirigindo-me prazerosamente

ao ontem,

sim, ao olhar

camuflado de ontem.

 

Ao desenrolar

do papo “cabeça”,

da terapia aberta...,

que “evita” acidentes.

 

Retornava ao meio sorriso

a gargalhada contida

ao que só se sentiu,

e que não se falou.

 

É meio assim,

não tomei café,

não cruzei a piscina,

nem te apresentei “um irmão”.

 

O tempo é mais rápido

que qualquer intensão,

que as vontades,

que as saudades...

 

E eu me iludo

pelo trajeto

que é o tráfego

que me engarrafa.

segunda-feira, 19 de maio de 2014

Sim..., bem assim.


Sim
o sempre
faz parte de minha vida.
A poesia,
a busca
e a luta pelo amanha.
Às vezes ficamos só com a lua,
mas a lua é tão grande
e maravilhosa
que nos bastamos.
Às vezes ela fica pequenina e solitária...
Aí a madrugada fala
no silencio
dos corações.
Então conversamos a três
eu, você e a lua...
Sim...,
bem assim.
 

Meu nome é mulher


Minha viagem é loucura, é hormonal, eu sou mulher. Impossível não ser TOTAL mente AMOR, sou animal, instinto de caça, predadora do desejo, vivo a sedução. Sem a busca, a vida não vale a pena ser vivida. Filhos, netos, família, juízo... Aparentemente domada, fogosamente livre, apaixonadamente delirante. Faço do drama degraus, assim alcanço minhas escondidas fantasias, viro loira, morena, viro poros, viro pele, em eterno arrepio. Meu corpo fala, em erupções coreográficas; quer mais, quer o toque, o exagero, o delírio, o infinito... Busco o fascínio, o orvalho no corpo exausto, o ponto futuro, a insanidade do prazer... Minha viagem é loucura, meu nome é mulher.

domingo, 11 de maio de 2014

Brincar com você...

Há quanto tempo você não vê uma criança brincar de pique esconde? “Suzana Medeiros”

Se fosse só a falta da brincadeira de pique esconde estava bom.
Falta o colorido dos grupos infantis, falta a voz, o articulara da fala, a musicalidade da algazarra, O movimento desconexo, do ir em velocidade para todos os lados, e o chegar "nos pontos" do prazer. O explodir dos sentimentos, dos risos descontrolados, da efervescência das buscas. Ah como é gostosa e única esta fase de filhote de gente.
Não falo de um sentimento saudosista, de só valorizar o passado. Os meios de comunicação são maravilhosos, vieram para ficar, encantam a todos, com sua rapidez, seu colorido, suas infinitas possibilidades e não criam grandes contradições. São (quase) uma unanimidade. Uma preferência internacional. Mas o equilíbrio entre as possibilidades é que dão a harmonia a vida.
O se relacionar ao vivo e a cores, sim, fica cada vez mais raro e difícil.
O estar "conectado" para o mundo em um ambiente fechado, te leva a sensação do prazer, do poder. Mas deixa um oco, uma lacuna, que vai se alastrando, na solidão.
Aonde estão as velozes bicicletas, que davam o ar de liberdade?
Que nos ensinaram a medir a distância do perigo, de cada curva, de cada movimento. A medir a distancia dos medos, ou de se afastar deles. De sentir o gosto da adrenalina, de curtir o corpo suado, em movimento, do outro, e alimentar o desejo, por brincar mais, por amar mais.
Estão guardadas, bem guardadas, sem perigo de roubo físico, só de ferrugem, só de esquecimento, só da perda do direito das praças, das ruas, da vida.
Será que ninguém viverá mais a sensação daquele ventinho gelado no rosto, naquele romper com o mesmismo, do pedalar, naquela sensação de chegar e partir, rumo ao novo.

Quero brincar com você...

domingo, 4 de maio de 2014

Procurado


“Muitos anos depois...”

Escureço o ambiente, me escondendo, em sombras, penumbras do hoje, na tentativa tentação, de não ser notado por “alguéns”; pois afinal, sou procurado, cassado pela tristeza, por crime hediondo, de conspiração e transpiração ao luar, por formação de quadrilha, em baixo dos véus, dos longos lenções, com meus confidentes, eternos parceiros, travessos travesseiros.

sábado, 3 de maio de 2014

São filhos da vida


“Muitos anos depois...”
...às vezes paralisa, amortece, entristeceeee. Quando uma forte dor aparece, a gente some, pois se transforma em algo que não identificamos. Não reconhecemos. Então, como assumir?, como ser?, o que estamos, o que restamos. São dores que vem, que afloraram e assombraram meus dias, minhas noites, meu desejo desde final do ano passado. Trata-las é romper com verdades, é romper com si mesmo, é sangrar num silencio. Mas num tempo menor, já consigo voltar a escrever. A paralisia, cria calos e feridas, que te movimentam por outro motivo. O observar o tudo funcionando (menos você) te dá a certeza de que nada mudou com sua dor. O medo de amarelar, de balançar, o medo de cair, na corda “bamba” ou de “bambas”, expõe o limite classificado por "defeito de ser sensível". Vivo as palavras colhidas no silencio (no tempo parado) dos meus travesseiros. Ali espero o efeito dos remédios, nas fases da lua, espero passar o não esperar. É, as vezes quem se ama, nos paralisa, amortece, entristeceeee... São filhos da vida.