terça-feira, 27 de maio de 2014

Invisivél


Faltam as flores,

o movimento;

falta a longa festa

de um abraço.

 

Faltei a terapia,

foi deliberado.

Talvez pegando folego

para um salto maior.

 

Talvez fugindo

de tudo aquilo,

dos sorrisos sociais

de “um tudo bem”.

 

A vida fervilha,

mas o que me incomoda

é quando só vivo,

o fervilhar do outro.

 

Quero e preciso

de emoções mais fortes.

As flores existem,

rola desejo nas veias.

 

Apesar da alta miopia,

da catarata precoce,

vejo perfume por onde ando,

e por onde não ando.

 

Chego a um lugar

chamado cansaço,

apesar de nunca ter ido.

Desanimo chegar, não indo.

 

Me deixem ser,

me deixem sonhar.

Eu não ocupo espaço.

Meu “EU” continua invisível.

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