domingo, 11 de maio de 2014

Brincar com você...

Há quanto tempo você não vê uma criança brincar de pique esconde? “Suzana Medeiros”

Se fosse só a falta da brincadeira de pique esconde estava bom.
Falta o colorido dos grupos infantis, falta a voz, o articulara da fala, a musicalidade da algazarra, O movimento desconexo, do ir em velocidade para todos os lados, e o chegar "nos pontos" do prazer. O explodir dos sentimentos, dos risos descontrolados, da efervescência das buscas. Ah como é gostosa e única esta fase de filhote de gente.
Não falo de um sentimento saudosista, de só valorizar o passado. Os meios de comunicação são maravilhosos, vieram para ficar, encantam a todos, com sua rapidez, seu colorido, suas infinitas possibilidades e não criam grandes contradições. São (quase) uma unanimidade. Uma preferência internacional. Mas o equilíbrio entre as possibilidades é que dão a harmonia a vida.
O se relacionar ao vivo e a cores, sim, fica cada vez mais raro e difícil.
O estar "conectado" para o mundo em um ambiente fechado, te leva a sensação do prazer, do poder. Mas deixa um oco, uma lacuna, que vai se alastrando, na solidão.
Aonde estão as velozes bicicletas, que davam o ar de liberdade?
Que nos ensinaram a medir a distância do perigo, de cada curva, de cada movimento. A medir a distancia dos medos, ou de se afastar deles. De sentir o gosto da adrenalina, de curtir o corpo suado, em movimento, do outro, e alimentar o desejo, por brincar mais, por amar mais.
Estão guardadas, bem guardadas, sem perigo de roubo físico, só de ferrugem, só de esquecimento, só da perda do direito das praças, das ruas, da vida.
Será que ninguém viverá mais a sensação daquele ventinho gelado no rosto, naquele romper com o mesmismo, do pedalar, naquela sensação de chegar e partir, rumo ao novo.

Quero brincar com você...

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