Novamente
deitado, muito cansado, tento dormir, vivendo uma experiência muito igual, a
crises muito doloridas, já vividas e relembradas, na madrugada que passou. A sensação de
noites de torturas sem fim, sem com quem dividir, sem para aonde escapar. Volta
o fantasma, a assombração da alma.
A mente não
parava, estimulada pelos barulhos da madrugada, mixadas com as raspas do dia
que morria. Da ansiedade e aceleração das ideias, da incapacidade das bolinhas
(medicamentos) controlarem, de produzirem paz, sono.
Refém da
mente, sem referências para comparar, sem um amigo ou profissional para te
acudir...
Barulho de
carros passando, freando, arrancando; ônibus se arrastando, todos indo,
seguindo, em alguma direção (enquanto você FICA), numa movimentação que não me
pertencia, mas que me ocupava, de forma crônica, cansativamente pesada,
presentemente longe, com uma dor presente. Eram as noites, minhas noites.
Falas, risos, assuntos que não identificava, múrmuros
que amplificavam a confusão, os risos de mim, ao longe e sem tradução, do meu
dia a dia, que me perseguiam até ali, no meu cansaço, de uma sensação de impotência
e desespero.
Vozes de
comando, para um corpo estático, entregue e ferido, que cai na madrugada, sem
apoios, sem aonde se apegar.
Mas desta vez
não era minha dor, não era meu delírio, meus medos, nem uma crise química de esquizofrênica.
Era algo
parecido, pesadelos uniformizados de lembranças.
Era somente
uma noite “normal”, com ”ruídos normais”, de uma noite de quem mora em um
apartamento de frente para a Rua da Prudente de Moraes, em Ipanema. Um bairro
nobre.
Depois, o
maluco sou eu!!!!
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