sexta-feira, 4 de julho de 2014

Depois, o maluco sou eu!!!!


Novamente deitado, muito cansado, tento dormir, vivendo uma experiência muito igual, a crises muito doloridas, já vividas e relembradas, na madrugada que passou. A sensação de noites de torturas sem fim, sem com quem dividir, sem para aonde escapar. Volta o fantasma, a assombração da alma.

A mente não parava, estimulada pelos barulhos da madrugada, mixadas com as raspas do dia que morria. Da ansiedade e aceleração das ideias, da incapacidade das bolinhas (medicamentos) controlarem, de produzirem paz, sono.

Refém da mente, sem referências para comparar, sem um amigo ou profissional para te acudir...

Barulho de carros passando, freando, arrancando; ônibus se arrastando, todos indo, seguindo, em alguma direção (enquanto você FICA), numa movimentação que não me pertencia, mas que me ocupava, de forma crônica, cansativamente pesada, presentemente longe, com uma dor presente. Eram as noites, minhas noites.

 Falas, risos, assuntos que não identificava, múrmuros que amplificavam a confusão, os risos de mim, ao longe e sem tradução, do meu dia a dia, que me perseguiam até ali, no meu cansaço, de uma sensação de impotência e desespero.

Vozes de comando, para um corpo estático, entregue e ferido, que cai na madrugada, sem apoios, sem aonde se apegar.

Mas desta vez não era minha dor, não era meu delírio, meus medos, nem uma crise química de esquizofrênica.

Era algo parecido, pesadelos uniformizados de lembranças.

Era somente uma noite “normal”, com ”ruídos normais”, de uma noite de quem mora em um apartamento de frente para a Rua da Prudente de Moraes, em Ipanema. Um bairro nobre.

Depois, o maluco sou eu!!!!

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