quinta-feira, 3 de julho de 2014

Parabéns


A secretaria da casa do pai chegou agora, depois de um mês de férias.

Aparentemente ótimo, porém na prática, perco os espaços que conquistei, como o silencio e privacidade da mesa da cozinha.

Fica de novo a sensação de uma casa bbbbbbbem menor. Sem um canto, sem um banco no jardim das minhas flores, da contemplação do tempo.

Mas junto a isto existem vitórias, poderei me ausentar desde a chegada dela, até o remédio das quatro.

Poderei virar turista, gringo em meio a euforia da copa. Treinar meu inglês, me engraçar com o mar.

Hoje é o aniversário de minha filha Alice. E eu que tanto queria estar com ela, mais do que só nesta data, e sim numa reapresentação de coração.

Me dói ver nela, choros sem controles como os meus. Lágrimas que a secura do tempo disfarça, mas que deixam tatuagens no coração.

Vontade de retornar pro meu canto, pra minha casa, pros meus horários, para as minhas possibilidades, de (sobre) vivências...

Sinto falta da terapia. De ouvir, de saber que as pessoas têm a beleza da fragilidade, da transparência, do soar marcante do som de um cristal.

Sim, de ver e sentir o outro como uma peça unicamente leve, linda gostosa e agradável de conviver, mas com a consciência que tudo quebra, que o belo se desfaz.

Feliz aniversário minha filha. Que o tempo eternize suas alegrias, que seus olhos deem vida e forma a seus desejos.

Um beijo de quem te ama.

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