Fomos para o TSE ( Tribunal Superior Eleitoral ) contentes, afinal daquela vez estava tudo em cima, tínhamos quase uma hora e meia ainda para o fim do prazo.
Eu e Índio conversávamos animados, pois pela primeira vez não havia tensão nem stress. Tudo aparentemente perfeito.
Chegamos de forma leve e alegres na portaria, brincando com as meninas, prontos a nos identificar.
Foi quando percebi uma senhora, parecia chefe da seção, esticando o rabo de olho em minha direção.
Não podia imaginar do que se tratava, até que ela de forma seca e sem muita conversa afirmou:
“ Meu senhor, é proibido entrar de sandálias de couro neste Tribunal”
Retruquei ainda de forma tranqüila, pois afinal de contas tinha o camarada Índio de tênis ao meu lado.
Minha senhora, estou cansado de entrar aqui desta forma, as meninas já me conhecem.
Então ela de forma enfática respondeu:
“Se entrou não entra mais. Tenho o regimento interno em minhas mãos, ele é claro nesta questão”.
Sorri, cocei a barba e tranquilamente falei a todas elas ( Índio já estava em pânico a meu lado ), vou contar uma história pra vocês.
Eu era meninote, meu pai trabalhava na Presidência da República e íamos de carona em um avião da Força Aérea Brasileira para o Rio de Janeiro. Creio que eram férias de final de ano.
Malas embarcadas, e todos na fila de embarque, que já andava.
Uma senhora muito elegante a nossa frente, de terninho e calça verde água, foi abordada pelo sargento, que coordenava o embarque.
“Minha senhora, falou o Sargento, infelizmente não é possível seu embarque na aeronave pois o regimento interno da aeronáutica não permite senhoras de calças compridas em nossas unidades. Peço a gentileza de que a senhora troque de roupa imediatamente.”
A jovem senhora ponderou, “mas como meu senhor, se a minha mala já foi embarcada, só tenho aqui a roupa que estou vestida.”
Sendo fiel, ao regimento, e exercendo seu papel de autoridade máxima no local, o sargento decretou: “ a senhora então saia da fila, pois não irá embarcar”.
Criou-se uma comoção geral no local, todos estavam ao lado da senhora, que absurdo seria cometido por aquele cidadão, representante do “estado”.
Foi quando de forma espontânea e recheada de sarcasmo a linda senhora deu fim ao caso. “ Resolvida a questão sargentão, e com um movimento rápido, tirou as calças, ficando só com o Blazer do conjunto ( e um par de pernas maravilhosas de fora, rs ).
Agora eu estou composta para sua Aeronáutica. Agora eu viajo!!!!.”
E foi entrando, deixando para traz as gozações do público sobre o sargentão.
Então todos na portaria do TSE começaram a rir.
Perguntei a chefe da portaria, “aonde é que deixo minhas sandálias ?”, fazendo o movimento de tira-las dos pés.
Todos voltaram a rir, e ela rapidamente pediu-me que fosse rápido no ato de protocolar e que não deixasse que observassem meus pés por lá.
Prometi coloca-los no bolso...., rs.
Resolvida a questão.
domingo, 8 de fevereiro de 2009
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Um comentário:
Caro Rainho,
sei da história de um cara que foi impedido de entrar no prédio da secretaria de segurança pública do estado do Rio de Janeiro porque vestia uma bermuda.
E, uma vez irrevogável a imposição do guarda da portaria, o cara não titubeou. Foi à rua. Comprou um exemplar de jornal e um rolo de fita adesiva, enrolou as pernas com jornal e fita "carimbando" assim seu "passaporte" de acesso ao edifício. Na saída ele rasgou a indumentária de notícias em frente ao guarda, fez um bolinho e fuxicou na mão do guarda que ficou calado olhando-o se retirar.
Quando li sua postagem lembrei na hora!
Parabéns pelo talento ao descrever o ocorrido, além da espirituosidade e elegância!
Postar um comentário