terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Visitas....de meu avô

Chove, chove.
Fazer o que nesta manha fechada.....a não ser comer mamão e escrever, rssss.
Fui visitar Wellington, Ton como o chamam, na clínica em Águas Claras. O horário de visitas chocou com o do Pacotão. Cheguei a ir até a concentração do bloco, mas estava muito vazio ainda, pois o sol das 13 horas era forte.
Rumei então para a clinica, pois apesar de Ton estar internado, a visita não era só para ele, pois sua mãe, Silvia, e Mônica, sua companheira, também precisavam de alguém.
Fico impressionado com a evolução da medicina. Com as mudanças dos conceitos.
A clinica é uma bela casa de campo, com muito verde, quadra de esportes e uma boa piscina. Biblioteca, sala de jogos ( uma mesa de sinuca oficial ), refeitório e cozinha para qualquer “beliscada” fora de hora, rs....frutas em cima das mesas, etc.
A apreensão das meninas era grande, afinal Silvia mora em Salvador e logo retornará.
Mônica, chega a expressar sua angustia, pois Ton sempre reclamou que ela agia como mãe em seu relacionamento, o que ocasionou uma crise no casal, e ela já prevendo o peso de ficar sozinha, e de não poder ser “mãe” e mulher. Ser só mulher, quando alguém também necessitará de mãe, fica difícil. Então explicava-me da importância que teria em manter o contato, ir nas visitas, pois de primo, transformar-me-ia em “Tio”.
Momentos alegres, de risos, outros de apreensão. A visita teve diversas fases.
Rolou uma boa Pizza, e um gostoso jogo de dominó, com reclamações de Ton, pela forma de contar os pontos. Coisa de menino.
Mas deu-se a hora da partida. Isto sempre acontece. Já estava quase que escuro, pois fomos os únicos a permanecer na casa após o horário de visitas.
Conversamos mais um pouco, já fora da clínica, abraços beijos e a vida seguiu.
Amanha é dia de visitas de novo. Nas quartas feiras, acontece a terapia de família.
Estarei presente.
Afinal sou neto de José Rainho, meu avô Zezinho, rsssss.
Que faleceu quando tinha dezoito anos, mas que foi muito importante em minha formação, nos meus valores, no meu jeito de ser.
Foram pro Rio fazer tratamento psicológico, Carlila e Dodô, irmães, de Belmonte/BA.
Meu avô acompanhou-as por anos em seu tratamento. Passou a ler e estudar Psicologia. Chegou a ter uma rica biblioteca sobre o assunto.
Algum tempo depois, Marialda, a moça que trabalhava na casa dele, e que até hoje vive com minha família, isto vem de 1970, também teve um problema mental, ficou internada e vi meu avô todo domingo visita-la. Religiosamente.
Ouvi também a história de uma senhora e um senhor, ambos portugueses, que trabalhavam em lojas próximas a de meu avô, e que ao ficarem velhinhos e sem família no Brasil, foram internados em asilos. Ele no masculino, ela no feminino.
O velho Zezinho, em um final de semana ia visitar um, escrevia uma carta ditada.
Na semana seguinte era a vez do outro, que recebia a carta e ditava a resposta.
Foi assim por anos. Até que o senhor veio a falecer. Meu avô não teve coragem de contar para a velhinha. Continuou a visita-la e a “criar” um diálogo. Foram-se mais oito anos até que ela também viesse a falecer.
E eu aqui em Brasília, longe de ser meu avô, mas com um pouquinho dele em minhas atitudes.

2 comentários:

Amanda disse...

"Caraca, meu!", "Lindo!", "É muita grandeza!". Tive que ler para meu marido e minha amiga Su... Exclamações várias!!!
Perfeito!
Bjus.

Fabiano Barreto disse...

"Muita grandeza"!!!!!