E já era entardecer no último domingo,
quando liguei o rádio. Boa música ao Por do Sol é tudo de bom. Rolava um
programa sobre a obra do mestre Cazuza e do grande Arnaldo Antunes. Dois poetas
de grande sensibilidade, que refletiram em seus acervos a voz e o grito, de uma
vanguarda.
Poderia citar “N” músicas, pois todas
buliram em um pedacinho de minha experiência, mas em especial naquele domingo, Ideologia, trouxe de volta um bate papo de
face book aonde percebia uma atmosfera de desilusão, depressão, falta de credibilidade,
de vontade, falta do desejo pelo amanhã, perante a vida.
Pessoas que foram ativas, vivas,
amadas, com histórias e histórias de buscas para contar, pessoas que trilharam
a curva do arrepio, que venceram o “Cabo da Boa Esperança”, que enfrentaram
governos e suas políticas de repressão, que ousaram descobrir seus caminhos
marítimos; mas que hoje, entrincheiraram-se nos prazeres da sobrevivência.
Entrincheiraram-se numa visão míope,
aonde todo o sonho é aqui, por medo do adiante, medo de se permitir amar, por
medo de desilusões, por medo da realidade do efeito tempo. Da dita “falta” do
tempo.
FALTA é o que não existe.
Ah!!!!!, vamos conspirar, construindo
uma célula, da busca do prazer.
É foi bom deixar o Natal passar e
recomeçar. Sempre!!!!
Os desejos antigos são tão novos!!!!!
É tão bom o frescor do ventinho no
rosto quando se olha em frente. É tão bom ler, reler e derreter-se no dia a
dia.
Sempre uns ficam pelo caminho, mas os
pássaros nunca deixam de nos convocar todos, a viver, a cada amanhecer.
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