domingo, 6 de abril de 2014

Lembranças de 1968


Este ano, me faz lembrar 1968, logo após minha chegada a Brasília. Naquele ano chovia assim, muito, de montão. E eu, não sei se impressionado com o tempo político, ou com o sentimento de solidão, no “novo endereço”, olhava estático pela janela, era a força da chuva constante, o movimento da correnteza, que lavava e arrastava, tudo que um dia houve.

 

Era Brasília

e suas chuvas,

a vida

e suas chuvas,

com suas gripes.

 

Como se o belo

fosse universal.

Como se existisse

o universal,

num temporal.

 

Continuo

a garimpar diálogos.

Necessito

de interagir a alma,

falar minhas inquietudes.

 

Como tudo descansa,

como a chuva molha.

Ser corajoso cansa.

Suga, enxuga a vida,

provoca exaustão.

 

As prioridades  

são determinadas

pela ansiedade.

Com chuva

sem guarda chuva.

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