quarta-feira, 5 de outubro de 2016

Defeito de "fabrica-ação"

Não faça o chorão
chorar mais uma vez,
na compreensão do EU.

Ando devagar,
pois sempre escorrego
nas fortes emoções.


Aprendi que falar,
da intensidade,
provoca o silêncio alheio.

Às pessoas se assustam,
com a possível íntimidade,
da própria imagem refletida.

Tentam esquecer,
que não são tudo aquilo,
que fingem sempre ser.

Tentam priorizar,
às prioridades do sistema.
A falta é o auto-conhecimento.

Sou diferente,
pois apesar de tentar,
nunca consegui me fingir igual.

Defeito de "fabrica-ação",
de muita timidez,
de idade mental infantil.

Minhas costas

Quando você,
acordar comigo,
afie suas unhas,
em minhas costas,
para ouvir o gemido,
da minha poesia.

Doenca Rara

Talvez a gente,
seja "porta-dor",
de doença rara.

Que tenhamos uma antena,
que capture a liberdade,
que a fala carrega.


Carrega sem peso,
ou sobrecarga,
ao expor o "des-acordado".

Minha insônia,
não é fruto do medo,
de espantar o beija-flor.

É a "Estação da Palavra",
dos artesões da revolução,
tecerem a falta de "vergonha".

Eu não abandono,
as bordas que conquisto,
em meus "crimes e crises".

Expondo sentimentos,
completamente desnudos,
na arte da interação.

A intimidade assusta,
quem tem medo do reflexo,
de correntes e fantasmas.

Eu sou totalmente míope,
vejo as KoiZas que desejo,
no universo que reconheço.

Não fujo do prazer,
de um abraço com o olhar,
no "brilho" da pupila.

Fica combinado,
que a "intensa-idade",
é a fórmula do "ser bom".

Fica descombinado,
qualquer regra que remeta,
lógica as nossas cobertas.

Quase aguardente

É tão envolvente
ouvir as palavras.
É tão envolvente
ouvir o coração.

É quase aguardente,
pois na realidade,
aquece a emoção,
dando aquela "lombra".

Que as pessoas,
que tragam e retém,
o entendimento na "cabeça",
são capazes de colher.

O prazer é construído
na intensidade,
da nossa simples rotina,
nos detalhes resgatados.

Realmente o conhecer,
é um tatear a beleza.
É moldar a procura,
com "arte" e carícias.

Que impressiona,
quem permite se ouvir.
A quem aceita enxergar,
além das tarefas tiradas.

A revolução se constrói,
a partir da "forma",
que colocamos,
nas relações pessoais.

A arte revolucionária,
está muito além,
de retratar os feitos
da nossa militância.

Está no expor os "de-feitos",
está no tecer (comentários),
em "pontos" de macramé,
em cafés "passados".

Em separar o desejo,
dos nervosos "risos",
alçando o sorriso,
da nossa intenção.

É desfazer tabus,
desfazer verdades,
como o limitar brincadeiras,
a idade de criança.

Eu busco a Liberdade,
da intima-idade,
de brincar a criancice,
no brindar dos co(r)pos.

De ocupar o ócio,
sem se culpar.
De ocupar o prazer,
sem se esconder.

A minha "mostra",
de "lou-cura",
transgride a insulina,
na doçura do querer.

Eu quero matar todos,
deletar todos os tempos,
os "templos" e os "triplex",
desta Frente Popular.

Quero me colocar,
na coligação,
dos trabalhadores,
que carrega a emoção.

Exposta na transparência,
nas fortes turbulências,
que permitirá o desaguar,
da água que nos hidrata.

Da correnteza,
que se forma,
no turbilhão de emoções,
que "desidrata" no prazer.

Brincadeiras sem graça

Apesar de sermos maduros,
referência de nossos filhos
e muitos amigos,
carregamos medos
e muitas inseguranças,
decorrentes de bulings.


De "brincadeiras"
sem a mínima graça,
de apelidos indesejáveis,
de uma projeção social,
que nunca "devemos",
mas nos é cobrada.

Aí de forma
muito humilde,
você mulher trabalhadora,
fala do seu medo,
de ser rejeitada,
por ser "magra" ou "gorda".

Depois confessa,
que não consegue
superar o "ronco".
Que briga com o cabelo,
que arranca as sobrancelhas,
que se fantasia de loira.
 
Você inclusive almeja,
participar daquele grupo
de amigas "despojadas",
que se embelezaram,
em mesas de cirurgias,
aplicando próteses.

Realmente a pressão,
sobre a estética feminina,
é extremamente opressora.
Tem que ser "bonita"!!!
Tem que ser "gostosa".
Tem que ser "consumida".

Essa "beleza" física,
da eterna juventude,
carrega os padrões estéticos,
dos grandes empresários.
Numa relação aonde o tempo,
joga contra o prazer.

Quem te cobra horários,
juros, impostos, bunda e peito,
nunca vai te ter respeito.
Ou a mulher é socialista,
se organizando de fato,
ou é objeto de machista.

Militante


Somos muito parecidos,
pois entre outras KoiZas,
carregamos a (pré)ocupação,
com quem é companheiro.


Fui deitar tentando pensar,
levantei (pro)curando sonhos.
No passeio com o Bassett,
resolvi (r)espirrar fundo.

"A-final" mal começamos,
a construção da revolução.
São tantas tarefas focadas,
nos próximos trinta anos.

Vou (apo)sentar agora,
curtindo este senso de humor,
que nos baliza a miopia,
nas trombadas de poesia.

Somos companheiros,
de Lutas e Procuras,
da eterna e terna juventude,
das "ta-rifas" nacionais.
Foi tão bom
tudo que passou.
Sinto o sabor
do tempero do "furto-ro".

Armadura



Chorando,
um pouquinho,
no cantinho.

Muitos dias,
amanheço com as ramelas,
das fortes emoções.

Parece que a armadura
diminuiu de tamanho,
ou que as dores cresceram.

São sustos,
diante da explosão,
do choro (des)controlado.

A gente percebe
a enorme fragilidade,
do (des)equilíbrio.

Aparentemente,
a gente sempre mente,
que não sabe porque.

Tentar se "compor",
para esconder a intimidade.
tingindo a realidade.