terça-feira, 4 de agosto de 2015

Saudades das Terapias


Vivo dois mundos,
o da noite,
com o personagem, 
o do dia com o menino.

No amanhecer perco-me ...
Não sei o limite,
de dar boa noite,
de dar bom dia.

Se vivo um cumprimento,
ou um ato de amor.
No restante do abraço,
do agasalho de seus braços.

O criador perdeu o controle,
da criatura e do amor.
Saudades das grades da clínica
que me protegiam dos dias.

Da luta do sobreviver,
quando só queria viver.
Quero melodia nos meus dias,
quero poesia no olhar.

Saudades das terapias,
das graças dos horários,
da certeza de ser ouvido,
de vomitar e de chorar.

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