E aí Barbara, minha filha, contava-me sobre um afronto, uma indignação sofrida. Eu ouvia, meio que rindo, achando tudo coisa de jovens crianças. Ela reportava sobre uma “amiga” que a havia excluído do Orkut. Explicava-me o quanto isto era desprezar, ignorar alguém, sem explicação, sem motivo. Meio que ria, com raiva da exposição pública.
Aí comentei que sua mãe, Leila, havia me excluído também. Mas achava que aquilo, o deletar, era reflexo de uma situação.
O “deletar” alguém de sua vida, não é algo tão simples, fácil, como o excluir ou bloquear usando simplesmente um teclado, ou uma borracha simbólica. Pode ser um primeiro passo, de um caminho sinuoso, de idas e vindas. Tinha ali a primeira experiência, reflexão sobre o desprezo eletrônico.
Meu vício na web é meio limitado. Uso o e-mail, como um correio sem a figura do carteiro. Já as redes sociais, encontrei-me um tanto com o Orkut. Lá encontrei algumas pessoas. Percebi que o tempo e o espaço eram desprezados. Podia resgatar parte de minha vida, trocando percepções, suores e suspiros. Mas aos poucos todos abandonaram o Orkut, que ficou praticamente um espaço invadido pela publicidade.
No face book não me encontrei ainda. Viajo sim em produzir terapia, com meu blog, vendedor de sonhos.
E encontro-me também em alguns outros blogs que acompanho regularmente. De repente fui surpreendido por uma “amiga virtual” que bloqueou-me. Fiquei intrigado, mas respeitei seu momento, seu desejo. Era o tal rompimento que minha filha citava, mas que não conseguia compreender.
E o tempo passou e fui novamente surpreendido por outro bloqueio. Tinha que digerir este novo instante. Agora faço outra leitura do fato. Não existe a questão do desgaste público. Existe sim, o rapto de um pedaço de uma verdade. Fica um algo sem explicação. Sem beira.
Resta o silencio, resta a sempre lua.
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