quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Cabra cega

Acabou de faltar luz aqui em casa.
Sim, não foram as lâmpadas que queimaram. Foi a sociedade que apagou.
Deixou de dar choque, de dar chupeta na bateria da vontade de viver, obrigou os que querem, a buscar atitude, a ter que pegar no tranco.
E aí, meu quarto ficou diferente. O controle remoto perdeu a função, quando deixou de buscar o mundo para a janela da minha TV.
A partir daí, a produção de qualquer programação, dependerá do ator ressuscitado em mim.
Estou a quase dois passos de minhas necessidades básicas. Estico o braço e volto a brincar de cabra cega, apalpando e redescobrindo detalhes esquecidos de meu dia a dia. As quinas, esquinas e as longas curvas do desejo.
Num ambiente de extrema secura, resgato momentos mágicos, que o tempo perpetuou, pois foram sempre leves, e claros, em qualquer escuridão.
A comédia esta nas pequenas graças de nossas vidas.
O drama atende por cansaço, desanimo desapontamento e solidão. Não nesta seqüência, mas nesta inocência.
A medida exata, do resgate de um sorriso, ainda tento descobrir. Sei que não esta na conta de luz, mas que passa no brilho dos olhos.
Chego a ter medo de tudo voltar, afinal minha agenda de ontem, de hoje e de amanha não é minha.
Preciso reescrever minha vida.

Um comentário:

Erica de Paula disse...

Olá, seja bem vindo!

Pode deixar que aviso sim!!!

Tudo bem bonito por aqui!!