quinta-feira, 27 de março de 2014

Eu quero amanhecer.


É, pois é.
Cada um de seu jeito, ou com sua falta, o certo mesmo é a dificuldade real de ir..., são os conselhos “amigos” de só hoje não, são as concorrências, é a inercia da vontade.
Pois é, seu Zé falou no esquecimento de ir ao Caps, na semana passada. Faltou a terapia. Citou que meio se perde na distinção dos dias, sem identificar as terças da reunião, ou sem identificar o próprio rumo.
Ouvi o desabafo e explicação do seu José, como ouvi o eco da confusão em minha alma.
Identifiquei-me no reflexo, em meio a balburdia dos cumprimentos e brincadeiras, da terapia que começava. Precisava ouvir-me, já que não me sinto ouvida-mente respeitado.

Sobre conseguir (descansar), beira o impossível. Às vezes sinto desespero. Vontade de virar urso e hibernarrrrrr... pra sempre.
A questão não era similaridade com um Glauconico, mas sim o “grau-crônico”, que tomou conta de mim, fazendo-me não diferir mais nada, grudando uma vivencia com a outra, uma solicitação (do outro) com a outra, tirando a vida das páginas e as relatando em rolos sem fim. Parágrafos sem fim...
Assim falta folego. Sufoco!!!
Quero voltar a distinguir as cores, quero meu paladar de volta, quero me emocionar, sentir o frio da distancia, como quero sentir calor quando chego perto..., de voce(s).
Quero a ajuda, de ser percebido na exaustão. Não sou, nunca fui e não quero ser Super-Nada. Não me peça o que não tenho, tudo acaba. Até o amor.
Sabe, preciso dividir meu dia, reconhecer no tempo, a possibilidade de um tempo.
Preciso anoitecer, despedir-me do dia, enamorar-me com a lua, reverberar poesia no silencio. Dormir, profundamente agarradinho ao desejo, de poder amanhecer.
Eu preciso amanhecer, todos os dias, para continuar...
Não me emendem os dias. Não me roubem a beleza de cada amanhecer. Eu preciso do belo, do singelo, de respirar e transpirar poesia.
Eu quero amanhecer.

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