sábado, 11 de abril de 2009

Sinto secura

Minha boca seca,
pede por água,
pede por vida.
São os remédios
que me dão vontade
de ingerir o mundo.
O mundo líquido,
o mundo fluido.

Sinto secura,
de viver
com o coração na mão.
De comer fruta no pé,
de chutar lata,
de apostar corrida,
até o nada
e com direito a gargalhadas.

Sinto secura,
por te beijar.
Em uma enxurrada
de beijos secos.
Aonde vivo
o contato,
prazerosamente áspero,
de minha boca quente
em seu corpo.

Sinto secura,
por respostas,
por ser ouvido,
por compreensão,
por conversas em sussurros,
de mãos dadas,
sem hora de terminar,
com a lu@ a iluminar.

Sinto secura,
pois a vida me deixou assim.
Apesar de nunca ter sido seco,
em minhas relações.
Secura nas contradições
nas engrenagens das buscas.
Nos gritos contidos,
nos olhos azuis avermelhados.

Sinto secura,
me envolvendo na poeira
que cobre o tempo.
Escrevo recados,
bordo os desejos,
e aguardo o vento,
vento seco,
que levará o não dito.

Sinto secura,
hoje, pelos remédios.
Mas nem percebia
que já sentia secura,
antes...
Secura de vontade,
secura de viver.
Secura por um abraço
secura por você.

4 comentários:

Inês disse...

Olá, Norteador de Sonhos! Fiquei lendo os comentários e é fácil perceber como uma coisa leva a outra: todos poetam as palavras prá postar aqui...
No mais, também quero "uma alta tão alta" que me leve prá além da secura de Brasília e da vida, prá o lado de cá dos ...por vir... NÃO SE CURA, tá? Um beijo! Inês

Valéria Lisbôa disse...

Todo mundo tem secura de alguma coisa, algum dia, em algum momento da vida!
Eu tive muitas! Todos temos, na busca do eterno oásis das ilusões que embalam nossa existência. Mas o grande barato é a descoberta de que o tão sonhado oásis está bem perto, dentro de nós! O caminho é tortuoso na maioria das vezes, mas agente sempre acaba encontrando... Esses momentos de busca são as vezes angustiantes, mas a sensação do encontro é tão perfeita, que quando tudo passa olhamos pra trás e pensamos: “- Nossa! Foi comigo? Como sobrevivi?” hehehe... Isso é viver na mais ampla acepção da palavra! Adoro o que você escreve... Edita, vai!

Fabiano Barreto disse...

Bicho, imediatamente lembrei daquela música do Dominguinhos: "Traga-me um copo d'água, tenho sede, e essa sede pode me matar..."

Abraço!!

Unknown disse...

meu amigo do meu coração
a saudade é muita e vim aqui
te ler e saber sobre ti
queria o mar a lua e areia
não te esqueças de setembro
beijos