quinta-feira, 2 de abril de 2009

TODOS TAMBÉM PROCURAVAM.

Entre as luzes,
as distorções das imagens
e a ânsia de sentir,
de perceber,
de te rever.

Tudo muito rápido
os sorrisos,
o passar das pessoas,
o cantar dos falatórios,
dos sanatórios.
indecifravelmente nítidos.

E eu,
sempre ali
perdido por Copacabana
perdido na noite
perdido em Copacabana.

Andava pelo calçadão
do lado do mar
fingindo dialogar
com os solitários
das varandas
a beira mar.

A sensação de companhia
do reencontro com a amada
sempre me levou.
Me fez andar.
Vontade de dar as mãos
de se esconder das estrelas
de vigiar os movimentos do Farol.

O vai e vem da madrugada
me trazia a sensação
de normalidade na procura.
TODOS TAMBÉM PROCURAVAM.
O falar sozinho
sempre me alimentou.

No interpretar
meus diálogos,
fazia das ruas um palco.
Dos passantes
espectadores.
Dos fumantes,
monstros sem amores.

Enfim,
vivia na noite,
sem beber,
sem fumar,
sem me relacionar.

Hoje não ando
falta-me a praia
falta-me o palco
falta-me a vontade
da procura.

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