domingo, 12 de dezembro de 2010

se somam, se multiplicam.

Cheguei em casa agora.
Sempre meu pai afirmou
que para passar uma dor forte,
só com outra mais forte.

Hoje aprendi que isto é falso.
As dores se somam, se multiplicam.
Não estou bem. É nítido..
Pedi um tempo a vida.
.
Me repito.
E aos poucos vou vendo
como a doença funciona.
A “vontade” some.

O desejo que tenho
é me afastar de tudo, de todos.
É o desejo de ficar só,
do isolamento.

Medo de viver,
de tentar de novo, e não conseguir.
Ficando só, fujo das grandes decepções,
das erupções descontroladas.

Pára digerir algumas dores,
hibernei hoje.
Olhos fechados, em um cantinho
da clínica.

Descobri não ter este espaço em meus espaços,
e isto me doeu.
Carrego a certeza da solidão,
pelo menos não crio, expectativa. Só dor.

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