Sou um aficionado por velocidade, corridas, pela Formula 1, afinal acompanhei o início do sucesso dos brasileiros neste esporte.
Além de ter crescido em Brasília, aonde sempre a questão do automobilismo fez parte da história da cidade, pelos espaços abertos e grandes pistas livres que a cidade oferecia nos seus primeiros anos de existência.
Carros fora de linha cortavam a Esplanada dos Ministérios, coração do poder da Capital.
Lembro-me dos pegas que rolavam no cemitério, das corridas no estacionamento do antigo Estádio de Futebol Pelezão, que logo meu ex-sogro, Cel. Fábio Vilela, transformou no primeiro autódromo da cidade.
Era um tempo em que o esporte era regado por amor, cada um dava um pouco de si.
Na construção do “Autódromo do Pelezão”, Cel. Fábio fugia do serviço, meu pai comentava/reclamava; com soldados para trabalhar, outras vezes com a gente (meninada) e com a PETITA, minha cadela.
Corríamos por cima dos montes de terra, víamos as inclinações das curvas serem feitas, imaginávamos o resultado final.
Depois foi a guerra para recolher pneus velhos, para proteger as áreas de escape. Curva por curva. Enfim foi muito bom aquele tempo.
As primeiras provas....só alegria.
Muita gente boa surgiu daqui. Uma geração de pilotos.
Hoje existe uma homenagem a ele no Autódromo Internacional Nelson Piquet.
Uma placa da Federação Brasiliense de Automobilismo, http://www.fbadf.com.br/
O Carrefour comprou o antigo estádio e implodiu tudo literalmente.
O velho autódromo acabou e construiu-se um novo, inaugurado em 1974, para uma corrida de Fórmula 1 extra-campeonato, vencida por Emerson Fittipaldi pilotando uma McLaren.
Desde 1996, e por um período de dez anos renováveis por mais dez, Nelson Piquet é arrendatário do autódromo, que pertence ao governo do Distrito Federal.
Infelizmente muito se perdeu com isto, pois os “novos custos operacionais” acabaram com as corridas de arrancada, da Categoria Força Livre, etc, etc...
Aqui correram pelas ruas da cidade Emerson e Wilson Fittipaldi, José Carlos Pace – Moco, Alex Dias Ribeiro, Roberto Pupo Moreno, entre outros.
Estudei no livro, ABC do Admissão, emprestado pelos pais do Nelson para concorrer a uma vaga do Colégio Dom Bosco.
Ainda sou da época que existia um certo “vestibular” na passagem do primário para o Ginásio, rs, digo 1º grau.
Hoje de manha abri o micro, buscando notícias do esporte.
Vi no site do MSN que esta em fase de acabamento a construção de um baita de um circuito nos Emirados Árabes. Será o melhor e mais luxuoso do mundo, a fim de aumentar o turismo na região. Com isto GPs tradicionais, como França e Canadá, ficarão fora do calendário.
O único campeonato local é de rali, país sem nenhuma tradição no automobilismo, os Árabes querem "roubar" de Cingapura o título de vedete do calendário da F-1, já que o GP, primeiro noturno da categoria, foi escolhido recentemente como o de melhor estrutura e organização do ano de 2008.Em seguida procurei acompanhar a questão da venda da Honda, que anunciou a saída do circo
Parece que Carlos Slim, um dos três homens mais ricos do mundo, comprou por um dólar a equipe Honda de Fórmula 1, que anunciou no início do mês sua retirada da categoria por causa da crise econômica mundial.
Slim, é dono do grupo Telmex (Mexicano) que detém o controle acionário da Embratel,
Logo li no site da UOL o anuncio que o todo poderoso Bernie Ecclestone, quer um piloto Indiano correndo na F-1, já ano que vem.
"O tempo está ficando mais apertado com a chegada da F-1 na Índia (2011), algo pelo qual estou bastante entusiasmado. Espero que o Karun faça parte disso tudo. O lugar dele é na F1", opinou Bernie.
Queria ler sobre velocidade, sobre tecnologia de ponta, sobre maestria nas soluções aerodinâmicas, queria ler histórias das grandes escuderias, de suas cores, do roncar dos motores, dos projetistas, sobre resultados de testes em pistas, sobre as disputas por vagas nas equipes pelo desempenho nos testes, mas vi que nosso compatriota Bruno Senna pode ser contratado não porque foi o melhor dos testes da Honda, mas porque a SLIM, leia-se Embratel, comprará a escuderia.
Que um piloto Indiano terá que correr, pois a Índia é uma nação emergente, com dinheiro e mercado consumidor enorme, e terá um GP já em 2011, não porque é rápido.
Saber que os Grandes Prêmios de Cingapura, Abu Dhabi ( Emirados Árabes ) e Nova Délhi (Índia) serão os protagonistas de uma F-1 da época da recessão, da crise.
Que a disputa será entre “pilotos” de mercados em ascensão, representantes do Petróleo. E outros interesses comerciais.
Já se tem como certa a entrada da Rússia também no “novo” calendário.Novos tempos, velhas soluções imperialistas.
Perde o esporte, o esportista, o espectador.
domingo, 28 de dezembro de 2008
sábado, 27 de dezembro de 2008
12 anos de Breno
Finalmente passou o natal, tudo muito corrido, pois o aniversário do Breno é dia 24, então fica tudo que emendado, brigadeiro com peru, bolo com ceia, refri com vinho.
Mas passou, como passou "uns" furacões pela casa, rs.
Revivo com Breno minhas brincadeiras de correr, sorrir, fazer cosquinha, se perder no limite ilimitado do prazer.
Ser criança é maravilhoso.
Sua voz começa a mudar, já calça 42, aos doze anos.
Lidera as travessuras, com firmeza de quem tem segurança, corre, ri, grita, sua voz ecoa por todos os lados.
Ontem o levei com mais quatro para ver "Marley &Eu", estréia mundial.
É aficionado por cinema. Tem uma coleção enorme de filmes, terror, trash, aventuras, futuristas, etc.
Curte a questão dos efeitos especiais. Também filma, já tem dois curtas na NET, fala dos anos 80 como se fosse algo de um tempo remoto, rs. Sua fonte de pesquisa, rsrsrs.
Tem máscaras, fantasias, sangue de mentira, ventilador gigante e imaginação, rsssssss.
Muita criatividade.
A festa continua, tudo é pouco, quer descobrir o mundo a todo instante.
Reclama por reclamar, estica sua capacidade de energia até o desmaiar.
Enfim, este é meu caçula.
Mas passou, como passou "uns" furacões pela casa, rs.
Revivo com Breno minhas brincadeiras de correr, sorrir, fazer cosquinha, se perder no limite ilimitado do prazer.
Ser criança é maravilhoso.
Sua voz começa a mudar, já calça 42, aos doze anos.
Lidera as travessuras, com firmeza de quem tem segurança, corre, ri, grita, sua voz ecoa por todos os lados.
Ontem o levei com mais quatro para ver "Marley &Eu", estréia mundial.
É aficionado por cinema. Tem uma coleção enorme de filmes, terror, trash, aventuras, futuristas, etc.
Curte a questão dos efeitos especiais. Também filma, já tem dois curtas na NET, fala dos anos 80 como se fosse algo de um tempo remoto, rs. Sua fonte de pesquisa, rsrsrs.
Tem máscaras, fantasias, sangue de mentira, ventilador gigante e imaginação, rsssssss.
Muita criatividade.
A festa continua, tudo é pouco, quer descobrir o mundo a todo instante.
Reclama por reclamar, estica sua capacidade de energia até o desmaiar.
Enfim, este é meu caçula.
sexta-feira, 26 de dezembro de 2008
“Fado Madrinho”
Voltava da casa de Lúcia, hora do almoço do dia 25, Natal, o transito tranqüilo, quase vazio, o espaço só meu.
A mente leve, podia dirigir sem nada pensar, só ver e sentir a amplidão de Brasília.
Seus canteiros, vazios apaixonantes, o cerrado verde, a vida a brotar.
Cruzei a ponte, a mais bonita, segundo alguns, e seguia em direção de casa.
Derepente vejo um senhor, acompanhado, levando um carrinho de mão, fazendo sinal para que parasse.
Um casal de idade, jeito de trabalhadores do campo, com um carrinho de mão, com duas abóboras grandes dentro.
Surgiram daonde? Mas eram concretos.
Parei o carro.
Numa auto pista,
Três vias de ida, três de volta, e eu, as abóboras, o carrinho de mão e o casal de velhinhos. Sozinhos debaixo do céu sem chuva.
Mas parei e observei os detalhes do momento.
Ele a pegou pelo braço, atravessou as duas pistas, com toda calma e atenção possível, passos lentos e firmes.
A deixou do outro lado. Sussurrou algo em seu ouvido e voltou.
Continuei ali, como se o mundo tivesse parado por um instante.
Ele voltou, em direção as abóboras, olhando para trás, esboçando um pequeno sorriso.
Pegou seu carrinho de mão, e cortou pela frente do carro rumo a companheira.
Quando se encontraram, parou, deu-lhe um beijo nos lábios, e seguiram juntos mato adentro.
Fui testemunha de um instante de muita cumplicidade, de carinho e amor.
Um casal, duas abóboras, e eu de “fado madrinho”, participando daquele momento mágico.
Segui viagem.
Tinha recebido meu grande presente de Natal...
A mente leve, podia dirigir sem nada pensar, só ver e sentir a amplidão de Brasília.
Seus canteiros, vazios apaixonantes, o cerrado verde, a vida a brotar.
Cruzei a ponte, a mais bonita, segundo alguns, e seguia em direção de casa.
Derepente vejo um senhor, acompanhado, levando um carrinho de mão, fazendo sinal para que parasse.
Um casal de idade, jeito de trabalhadores do campo, com um carrinho de mão, com duas abóboras grandes dentro.
Surgiram daonde? Mas eram concretos.
Parei o carro.
Numa auto pista,
Três vias de ida, três de volta, e eu, as abóboras, o carrinho de mão e o casal de velhinhos. Sozinhos debaixo do céu sem chuva.
Mas parei e observei os detalhes do momento.
Ele a pegou pelo braço, atravessou as duas pistas, com toda calma e atenção possível, passos lentos e firmes.
A deixou do outro lado. Sussurrou algo em seu ouvido e voltou.
Continuei ali, como se o mundo tivesse parado por um instante.
Ele voltou, em direção as abóboras, olhando para trás, esboçando um pequeno sorriso.
Pegou seu carrinho de mão, e cortou pela frente do carro rumo a companheira.
Quando se encontraram, parou, deu-lhe um beijo nos lábios, e seguiram juntos mato adentro.
Fui testemunha de um instante de muita cumplicidade, de carinho e amor.
Um casal, duas abóboras, e eu de “fado madrinho”, participando daquele momento mágico.
Segui viagem.
Tinha recebido meu grande presente de Natal...
quinta-feira, 25 de dezembro de 2008
Rabanada
Acabei que fugi até a casa de Lúcia, vontade de dar um grande abraço, um beijo, e retomar a vida depois desta pequena parada.
Afinal era 25 de dezembro, Natal de 2008.
Mas chegando lá, foi quase impossível de resvalar no mesmo passo que cheguei.
Uma família bela, muitos jovens, sobrinhos, que não conhecia, irmãs, enfim, Dona Magali, sua mãe, deixou a receita de um lugar gostoso de se viver.
Pelos sorrisos e movimentação imagino como não deve ter sido a noite de Natal.
Até sentei um pouco, mas com a chegada do pessoal, percebi que o almoço estava pronto, e tinha que partir.
Foi então que Lucinha me estendeu uma bandeja e me ofereceu uma rabanada.
Sorri, a lembrança foi buscar mais uma história de vida, que tive que contar ali.
A legislação nos obrigava a instalar os Diretórios Zonais, 1980, tínhamos que ter sedes do partido, pois os fiscais do TRE acompanhavam as reuniões ordinárias.
Então, como presidia a Zonal de Ipanema/Copacabana, 18ª Zona, não seria fácil conseguir um espaço bem localizado e a preço que fosse compatível de nossas possibilidades. Tínhamos um partido formado por praticamente estudantes, e algumas poucas pessoas alternativas.
Rodava o bairro na procura, até que com a dificuldade, decidimos subir o morro.
Fomos subir a Rua Saint-Roman, que começa na Rua Sá Ferreira, em Copacabana e termina na Rua Piragibe Frota Aguiar.em Ipanema, e que dá acesso as escadarias das favelas do Pavão e Pavãozinho.
Realmente foi lá que encontramos refúgio. Achamos um aparente sobrado, mas que tinha também um andar para baixo, tipo um porão, contemplado com janelas, já que estávamos em um morro.
Era a casa da atriz Wilza Carla, (Niterói,29/10/35) uma ex-vedete, atriz e humorista que na época era muito popular como jurada de programas de calouros, em especial o de Sílvio Santos.
Acertamos com sua mãe, sendo que deveríamos pagar adiantado o primeiro aluguel. A impressão que ficava era de uma casa abandonada, aonde faltava tudo, sem estrutura e que nós caíamos como a salvação momentania da lavoura.
Enfim, tinhamos a sede necessária, bem localizada, na boca das favelas, um sonho.
Na festa de inauguração, tivemos uma noção do que nos esperava. Assasinaram um coronel do exercito em Copacabana e a favela foi cercada, helicópetros e rock and roll.
Noite quente, muitos tiros, mas nada que nos pertubasse, rs.
Mais tarde tive a oportunidade de conhecer Wilsa Carla, ela gostou de meus “Blue eyes”, me chamava de anjinho barroco.
Tínhamos uma boa relação, pois sempre fingia que não percebia seu interesse por algo mais.
Aconteceu que passamos por um momento de dificuldades financeiras, voltávamos das férias de final de ano e atrasamos o aluguel por dois meses. Entrávamos em Abril, e parte da militância ainda não tinha voltado das férias.
Foi quando minha companheira, Carminha e Fabiana receberam o aviso da mãe de Wilza que ela queria “falar” comigo. Que tudo poderia se acertar no próximo sábado pela manha, bastava que eu quisesse,
Quando cheguei na sede era um riso pra cá, riso pra lá danado.
Até minha namorada achava que tinha que ir “acertar” o aluguel pelo partido.
Fiquei meio que perdido e sem graça, mas saiu quase como uma tarefa da executiva.
O tal sábado chegou.
Lá estava eu e meus pares. Descemos para nosso espaço.
Logo em seguida já se ouvia os gritos perguntando por mim.
Carminha me da um beijo apaixonado, me manda ir logo e passa a mão na minha bunda.
Subo as escadas sem graça. A porta aberta e sua mãe dizendo, vamos logo, ela esta te esperando. Subo mais um andar e chego a seu quarto, acompanhado por um faz tudo da casa.
A cena, Wilsa Carla sentada na cama de casal, de bebidol transparente, um quarto aonde não via janelas, muitas cortinas, panos e roupas penduradas e largadas pelo chão. Uma sensação de sujeira do ambiente, sujeira interior.
Sento de forma tímida na ponta da cama, e começamos um diálogo.
Derepente alguém fecha a porta do quarto, a sensação de mal estar e claustrofobia aumenta.
Wilsa, muito branca, pele cor de leite, sem sobrancelhas, me estica uma bandeja e me oferece uma rabanada, estávamos em Abril, imagine.
Levanta o já pequeno bebidol, e me pergunta se não acho suas dobrinhas iguais a dobrinhas de bebe.
Pega outra rabanada e me oferece novamente. A minha nova recusa, joga-se como uma felina sobre mim, arrastando cobertores, rabanadas, canela e açúcar, Não sei como, mas escorrego de seu desejo, acuado e com medo, sensação de estupro, fuga e gritando escada abaixo, aclamando por uma vaquinha que pague os alugueis atrasados.
Fiquei com fama de frouxo, mas aliviado e de bem com a vida.
Minha amiga Lucinha então entendeu porque depois disto passei a recusar as rabanadas, até em época de Natal.
Afinal era 25 de dezembro, Natal de 2008.
Mas chegando lá, foi quase impossível de resvalar no mesmo passo que cheguei.
Uma família bela, muitos jovens, sobrinhos, que não conhecia, irmãs, enfim, Dona Magali, sua mãe, deixou a receita de um lugar gostoso de se viver.
Pelos sorrisos e movimentação imagino como não deve ter sido a noite de Natal.
Até sentei um pouco, mas com a chegada do pessoal, percebi que o almoço estava pronto, e tinha que partir.
Foi então que Lucinha me estendeu uma bandeja e me ofereceu uma rabanada.
Sorri, a lembrança foi buscar mais uma história de vida, que tive que contar ali.
A legislação nos obrigava a instalar os Diretórios Zonais, 1980, tínhamos que ter sedes do partido, pois os fiscais do TRE acompanhavam as reuniões ordinárias.
Então, como presidia a Zonal de Ipanema/Copacabana, 18ª Zona, não seria fácil conseguir um espaço bem localizado e a preço que fosse compatível de nossas possibilidades. Tínhamos um partido formado por praticamente estudantes, e algumas poucas pessoas alternativas.
Rodava o bairro na procura, até que com a dificuldade, decidimos subir o morro.
Fomos subir a Rua Saint-Roman, que começa na Rua Sá Ferreira, em Copacabana e termina na Rua Piragibe Frota Aguiar.em Ipanema, e que dá acesso as escadarias das favelas do Pavão e Pavãozinho.
Realmente foi lá que encontramos refúgio. Achamos um aparente sobrado, mas que tinha também um andar para baixo, tipo um porão, contemplado com janelas, já que estávamos em um morro.
Era a casa da atriz Wilza Carla, (Niterói,29/10/35) uma ex-vedete, atriz e humorista que na época era muito popular como jurada de programas de calouros, em especial o de Sílvio Santos.
Acertamos com sua mãe, sendo que deveríamos pagar adiantado o primeiro aluguel. A impressão que ficava era de uma casa abandonada, aonde faltava tudo, sem estrutura e que nós caíamos como a salvação momentania da lavoura.
Enfim, tinhamos a sede necessária, bem localizada, na boca das favelas, um sonho.
Na festa de inauguração, tivemos uma noção do que nos esperava. Assasinaram um coronel do exercito em Copacabana e a favela foi cercada, helicópetros e rock and roll.
Noite quente, muitos tiros, mas nada que nos pertubasse, rs.
Mais tarde tive a oportunidade de conhecer Wilsa Carla, ela gostou de meus “Blue eyes”, me chamava de anjinho barroco.
Tínhamos uma boa relação, pois sempre fingia que não percebia seu interesse por algo mais.
Aconteceu que passamos por um momento de dificuldades financeiras, voltávamos das férias de final de ano e atrasamos o aluguel por dois meses. Entrávamos em Abril, e parte da militância ainda não tinha voltado das férias.
Foi quando minha companheira, Carminha e Fabiana receberam o aviso da mãe de Wilza que ela queria “falar” comigo. Que tudo poderia se acertar no próximo sábado pela manha, bastava que eu quisesse,
Quando cheguei na sede era um riso pra cá, riso pra lá danado.
Até minha namorada achava que tinha que ir “acertar” o aluguel pelo partido.
Fiquei meio que perdido e sem graça, mas saiu quase como uma tarefa da executiva.
O tal sábado chegou.
Lá estava eu e meus pares. Descemos para nosso espaço.
Logo em seguida já se ouvia os gritos perguntando por mim.
Carminha me da um beijo apaixonado, me manda ir logo e passa a mão na minha bunda.
Subo as escadas sem graça. A porta aberta e sua mãe dizendo, vamos logo, ela esta te esperando. Subo mais um andar e chego a seu quarto, acompanhado por um faz tudo da casa.
A cena, Wilsa Carla sentada na cama de casal, de bebidol transparente, um quarto aonde não via janelas, muitas cortinas, panos e roupas penduradas e largadas pelo chão. Uma sensação de sujeira do ambiente, sujeira interior.
Sento de forma tímida na ponta da cama, e começamos um diálogo.
Derepente alguém fecha a porta do quarto, a sensação de mal estar e claustrofobia aumenta.
Wilsa, muito branca, pele cor de leite, sem sobrancelhas, me estica uma bandeja e me oferece uma rabanada, estávamos em Abril, imagine.
Levanta o já pequeno bebidol, e me pergunta se não acho suas dobrinhas iguais a dobrinhas de bebe.
Pega outra rabanada e me oferece novamente. A minha nova recusa, joga-se como uma felina sobre mim, arrastando cobertores, rabanadas, canela e açúcar, Não sei como, mas escorrego de seu desejo, acuado e com medo, sensação de estupro, fuga e gritando escada abaixo, aclamando por uma vaquinha que pague os alugueis atrasados.
Fiquei com fama de frouxo, mas aliviado e de bem com a vida.
Minha amiga Lucinha então entendeu porque depois disto passei a recusar as rabanadas, até em época de Natal.
terça-feira, 23 de dezembro de 2008
Tanta chuva!!!!!!!
Tanta chuva!!!!!!!
e poças para atravessar
mãos para entrelaçar
sabores
para se trocar
fluidos
já a te molhar
desejos a te afogar
olhares
a te resgatar
sussurros
a realvoroçar
momento
de se entregar
aos pingos
do meu gargalhar...
e poças para atravessar
mãos para entrelaçar
sabores
para se trocar
fluidos
já a te molhar
desejos a te afogar
olhares
a te resgatar
sussurros
a realvoroçar
momento
de se entregar
aos pingos
do meu gargalhar...
domingo, 21 de dezembro de 2008
Um Ateu abençoado pelo Papa
Coisas para rir e contar.
Outro dia conversando com minha filhota Barbara, 15 anos, sobre religião, informei-lhe que apesar de ser ateu, era abençoado pelo Vaticano e por Deus. Coisa que ela não conseguiu atingir, apesar de suas inúmeras incursões a igrejas e templos religiosos.
Questionando-me, amaldiçoou-me por brincar com Deus e sua fé.
Então fui ao passado, buscar fatos não tão remotos.
Meu bisavô Almachio Diniz, intelectual Baiano, jurista, sociológico crítico literário, ficcionista, pouco lembrado agora, mas de muita projeção nos primeiros decênios do século passado, um dos dois grandes obreiros da Cultura Jurídica do Brasil, possui uma obra erudita e esclarecedora sob vários aspectos, atingindo quase 200 (duzentas) publicações.
Sua colaboração na imprensa, sua atuação política de vanguarda e de inconformismo, contra o regime de exceção de Arthur Bernardes (estado de sítio), aonde foi preso em casa por duas vezes, sendo que na segunda se recusou a se vestir, e foi levado de pijama aos quartéis do estado. Quando solto, após revolta e manifestações da sociedade e de estudantes, retornou para casa a pé, de pijamas, cruzando o centro da cidade, explicando a todos a arbritariedade por que tinha passado, e arrastando atrás de si uma enorme legião de ativistas. Estas e outras o fizeram um ícone entre os intelectuais brasileiros e mundiais .
Foi um dos apoiadores de Emile Zola, seu amigo pessoal, na luta internacional contra as injustiças e prisão do major Dreifos ( judeu )
Conta-se que nunca reprovou um aluno, pois afirmava que quem reprova é a vida, não ele.
Foi indicado duas vezes a Academia Brasileira de Letras, por intelectuais do porte de Silvio Romero, Coelho Neto, Ruy Barbosa entre outros.
Seu nome foi recusado nas duas vezes, por ter escrito um romance chamado “A carne de Jesus”, aonde citava um relacionamento amoroso entre Jesus e Madalena.
Livro este proibido e recolhido pelo Estado Brasileiro, a pedido da Santa Igreja Católica.
Por este livro, o Papa da época, Pio XI, o excomungou e a três gerações depois dele ( olha o ódio, rs )
Desta forma, eu Wellingtinho, 51 anos, já nasci excomungado, rs.
Mas meu outro Bisavô, Comendador José Rainho da Silva Carneiro, católico fervoroso, ficou incomodado e em cócegas com aquilo.
Como sua bela e tradicional família, fiel a doutrina católica poderia ficar pagâ de uma hora para outra.
Seus netos ( meu querido pai, entre outros, rs ) etc, etc, etc.
Foi dada a partida da negociação.
Procurado, o Arcebispo do Rio de Janeiro logo negociou com o Vaticano a Benção do Santo Papa para a família do Comendador e de três gerações após a sua também.
Neste caso, antes de nascer eu já havia sido excomungado e abençoado pelo mesmo Papa, rs.
Assim posso curtir junto a minha filhota o fato de ter a benção da Igreja, mesmo sendo um Ateu.
Outro dia conversando com minha filhota Barbara, 15 anos, sobre religião, informei-lhe que apesar de ser ateu, era abençoado pelo Vaticano e por Deus. Coisa que ela não conseguiu atingir, apesar de suas inúmeras incursões a igrejas e templos religiosos.
Questionando-me, amaldiçoou-me por brincar com Deus e sua fé.
Então fui ao passado, buscar fatos não tão remotos.
Meu bisavô Almachio Diniz, intelectual Baiano, jurista, sociológico crítico literário, ficcionista, pouco lembrado agora, mas de muita projeção nos primeiros decênios do século passado, um dos dois grandes obreiros da Cultura Jurídica do Brasil, possui uma obra erudita e esclarecedora sob vários aspectos, atingindo quase 200 (duzentas) publicações.
Sua colaboração na imprensa, sua atuação política de vanguarda e de inconformismo, contra o regime de exceção de Arthur Bernardes (estado de sítio), aonde foi preso em casa por duas vezes, sendo que na segunda se recusou a se vestir, e foi levado de pijama aos quartéis do estado. Quando solto, após revolta e manifestações da sociedade e de estudantes, retornou para casa a pé, de pijamas, cruzando o centro da cidade, explicando a todos a arbritariedade por que tinha passado, e arrastando atrás de si uma enorme legião de ativistas. Estas e outras o fizeram um ícone entre os intelectuais brasileiros e mundiais .
Foi um dos apoiadores de Emile Zola, seu amigo pessoal, na luta internacional contra as injustiças e prisão do major Dreifos ( judeu )
Conta-se que nunca reprovou um aluno, pois afirmava que quem reprova é a vida, não ele.
Foi indicado duas vezes a Academia Brasileira de Letras, por intelectuais do porte de Silvio Romero, Coelho Neto, Ruy Barbosa entre outros.
Seu nome foi recusado nas duas vezes, por ter escrito um romance chamado “A carne de Jesus”, aonde citava um relacionamento amoroso entre Jesus e Madalena.
Livro este proibido e recolhido pelo Estado Brasileiro, a pedido da Santa Igreja Católica.
Por este livro, o Papa da época, Pio XI, o excomungou e a três gerações depois dele ( olha o ódio, rs )
Desta forma, eu Wellingtinho, 51 anos, já nasci excomungado, rs.
Mas meu outro Bisavô, Comendador José Rainho da Silva Carneiro, católico fervoroso, ficou incomodado e em cócegas com aquilo.
Como sua bela e tradicional família, fiel a doutrina católica poderia ficar pagâ de uma hora para outra.
Seus netos ( meu querido pai, entre outros, rs ) etc, etc, etc.
Foi dada a partida da negociação.
Procurado, o Arcebispo do Rio de Janeiro logo negociou com o Vaticano a Benção do Santo Papa para a família do Comendador e de três gerações após a sua também.
Neste caso, antes de nascer eu já havia sido excomungado e abençoado pelo mesmo Papa, rs.
Assim posso curtir junto a minha filhota o fato de ter a benção da Igreja, mesmo sendo um Ateu.
terça-feira, 16 de dezembro de 2008
Lysâneas Maciel
A jornalista Hebe Guimarães lança seu livro descrevendo o perfil parlamentar do falecido deputado Lysâneas Maciel (RJ), que dedicou a vida à resistência à ditadura.
Este eu vou comprar.
Conheci Lysâneas por suas histórias, do homem indomável, audacioso, simpático e aguerrido companheiro. Com a construção do PT tive o prazer de militar a seu lado.
Muitas decisões, polêmicas e famosas, tiradas em reuniões da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), alimentavam o setor dos Deputados autênticos do antigo MDB.
A de 1976, em Brasília, foi aberta em clima tenso, no início de abril, na mesma data em que o Governo Geisel usava o AI-5 para cassar três deputados federais.
Em 29 de março, Nadir Rossetti e Amaury Muller ( meu camarada de Ijuí/RS) fizeram discursos no interior do Rio Grande do Sul criticando o regime. Foram cassados.
Os autênticos então resolveram repetir o gesto da tribuna da câmara, em Brasília, buscando um processo de enfrentamento
Ulysses e Tancredo intervieram, os convencendo a não se manifestar. Reunião tensa do grupo decidiu que ninguém deveria ir à tribuna. Geisel ameaçara cassar todos que fizessem isso. Lysâneas Maciel se revoltou e decidiu descumprir a orientação do grupo.
Enviou cópia do documento a ser pronunciado no dia seguinte para a gráfica da Câmara Federal, como de costume.
Discursos estes que passavam pelo crivo do serviço de censura do regime militar. Logo a casa toda estava alvoroçada com a notícia. Lysâneas iria falar.
Sofreu pressão de Ulisses Guimarães e Tancredo Neves, e da base de seu grupo (os autênticos) que já naquele momento fugia ao enfrentamento.
Foi então procurado pelos homens de óculos “ray-ban”, que o interpelaram afirmando que não fizesse aquilo, pois seria cassado.
A imprensa sabendo do fato, foi toda no dia do pronunciamento, "convencer" o deputado a não faze-lo, alegando também que o mandato estava começando e que não valeria a pena seu encerramento, pois as tropas federais já estavam a postos aguardando o momento de prende-lo.
Foi quando Lysâneas Maciel afirmou “ não fui eleito para estar deputado por 4 anos, mas para ser deputado enquanto aqui estiver. Eles que se expliquem, perante a história, por suas atitudes”.
Sozinho na câmara, subiu ao plenário, com ele estavam todos os lutadores deste país, apresentou o documento e foi cassado.
Virei fã de carteirinha. Um exemplo a seguir.!!!!!!!
Sempre criticou o regime ditatorial militar e lutou pela redemocratização do país, a abolição dos instrumentos excepcionais, a liberdade sindical, a convocação de uma Assembléia Geral Constituinte, a abolição da censura à imprensa e pelas eleições diretas em todos os níveis.
Foi candidato a Governador do Estado do Rio de Janeiro em 1982, pelo Partido dos Trabalhadores, depois de uma forte campanha popular, que ecoava nas greves e atos e reuniões do movimento, com o dizer “Lysâneas no PT”, que eu também ajudei a gritar, rs.
Lutou pelas questões ligadas aos direitos humanos, devendo ser recordado pronunciamento que fez contra a proibição, pelo Serviço de Censura Federal, da melodia "Apesar de Você", de Chico Buarque. Um verdadeiro poema seu pronunciamento!!
Lysâneas Maciel nasceu em Patos de Minas. Advogado e jornalista com pós-graduação em Legislação do Trabalho (Universidade de Mariland, Estados Unidos da América) e em Terceiro Mundo (Universidade de Genebra, Suiça). Foi Deputado Federal pelo MDB e PDT.
O Deputado Chico Pinto afirmou, "Lysâneas sempre foi o melhor e o maior entre nós. Pelo seu destemor e ousadia, pela sua garra, dignidade, postura política e humana, pela sua generosidade ... Nenhuma mulher há de parir um outro Lysâneas".
Faleceu em 6 de dezembro de 1999 no Rio de Janeiro (RJ).
Este eu vou comprar.
Conheci Lysâneas por suas histórias, do homem indomável, audacioso, simpático e aguerrido companheiro. Com a construção do PT tive o prazer de militar a seu lado.
Muitas decisões, polêmicas e famosas, tiradas em reuniões da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), alimentavam o setor dos Deputados autênticos do antigo MDB.
A de 1976, em Brasília, foi aberta em clima tenso, no início de abril, na mesma data em que o Governo Geisel usava o AI-5 para cassar três deputados federais.
Em 29 de março, Nadir Rossetti e Amaury Muller ( meu camarada de Ijuí/RS) fizeram discursos no interior do Rio Grande do Sul criticando o regime. Foram cassados.
Os autênticos então resolveram repetir o gesto da tribuna da câmara, em Brasília, buscando um processo de enfrentamento
Ulysses e Tancredo intervieram, os convencendo a não se manifestar. Reunião tensa do grupo decidiu que ninguém deveria ir à tribuna. Geisel ameaçara cassar todos que fizessem isso. Lysâneas Maciel se revoltou e decidiu descumprir a orientação do grupo.
Enviou cópia do documento a ser pronunciado no dia seguinte para a gráfica da Câmara Federal, como de costume.
Discursos estes que passavam pelo crivo do serviço de censura do regime militar. Logo a casa toda estava alvoroçada com a notícia. Lysâneas iria falar.
Sofreu pressão de Ulisses Guimarães e Tancredo Neves, e da base de seu grupo (os autênticos) que já naquele momento fugia ao enfrentamento.
Foi então procurado pelos homens de óculos “ray-ban”, que o interpelaram afirmando que não fizesse aquilo, pois seria cassado.
A imprensa sabendo do fato, foi toda no dia do pronunciamento, "convencer" o deputado a não faze-lo, alegando também que o mandato estava começando e que não valeria a pena seu encerramento, pois as tropas federais já estavam a postos aguardando o momento de prende-lo.
Foi quando Lysâneas Maciel afirmou “ não fui eleito para estar deputado por 4 anos, mas para ser deputado enquanto aqui estiver. Eles que se expliquem, perante a história, por suas atitudes”.
Sozinho na câmara, subiu ao plenário, com ele estavam todos os lutadores deste país, apresentou o documento e foi cassado.
Virei fã de carteirinha. Um exemplo a seguir.!!!!!!!
Sempre criticou o regime ditatorial militar e lutou pela redemocratização do país, a abolição dos instrumentos excepcionais, a liberdade sindical, a convocação de uma Assembléia Geral Constituinte, a abolição da censura à imprensa e pelas eleições diretas em todos os níveis.
Foi candidato a Governador do Estado do Rio de Janeiro em 1982, pelo Partido dos Trabalhadores, depois de uma forte campanha popular, que ecoava nas greves e atos e reuniões do movimento, com o dizer “Lysâneas no PT”, que eu também ajudei a gritar, rs.
Lutou pelas questões ligadas aos direitos humanos, devendo ser recordado pronunciamento que fez contra a proibição, pelo Serviço de Censura Federal, da melodia "Apesar de Você", de Chico Buarque. Um verdadeiro poema seu pronunciamento!!
Lysâneas Maciel nasceu em Patos de Minas. Advogado e jornalista com pós-graduação em Legislação do Trabalho (Universidade de Mariland, Estados Unidos da América) e em Terceiro Mundo (Universidade de Genebra, Suiça). Foi Deputado Federal pelo MDB e PDT.
O Deputado Chico Pinto afirmou, "Lysâneas sempre foi o melhor e o maior entre nós. Pelo seu destemor e ousadia, pela sua garra, dignidade, postura política e humana, pela sua generosidade ... Nenhuma mulher há de parir um outro Lysâneas".
Faleceu em 6 de dezembro de 1999 no Rio de Janeiro (RJ).
segunda-feira, 15 de dezembro de 2008
Rir por aí
Tem hora
que bate uma vontade
de andar
e rir por aí
Falar bem-te-vi
Marcar pra depois
um novo sorrir
Brindar a bobeira
beber brincadeira
bordar na poeira
Suores e risos
eterno improviso
um rosto de amor.
que bate uma vontade
de andar
e rir por aí
Falar bem-te-vi
Marcar pra depois
um novo sorrir
Brindar a bobeira
beber brincadeira
bordar na poeira
Suores e risos
eterno improviso
um rosto de amor.
segunda-feira, 8 de dezembro de 2008
Tia Avó Inês
Silvia me disse:
“Por certo ela ( Vó Roma ) e Vó Inês eram irreverentes à época, só que por minha vó viver no interior sofreu muito preconceito de todos, porém os melhores anos de sua vida conforme ela mesmo contava foi no Rio na compainha de Tia Roma, que eu tive o prazer de conhecer, ver de perto sua sabedoria. Minha Vó Inês ao final da vida ficou amarga, mas eu aprendi a amá-la e compreendê-la.”
Agora estou com um pouco mais de tempo, e vou contar um pouco da Tia avó Inês e de minha avó, Roma.
A conheci no Rio é claro, afinal fui criado na primeira infância lá.
Sempre foi uma figura imponente, com opiniões formadas, agitado, a procura, sempre falando de um futuro em construção, com muitos planos, a idéia da idade parece nunca a ter atingido.
Foi com ela que conheci o lado místico da vida.
Já havia visto em filmes cartomantes e suas cartas, mas derepente na sala da casa de minha avó, se montava “algo” aonde se podia falar do futuro, dos sonhos, dos desejos secretos, dos medos e aflições.
Sua avó mudava o clima da casa, a cada carta, a cada olhar um novo suspense.
Havia momentos em que ela pedia que uns saíssem da sala.
Inês era muito sensível, experiente, e sabia controlar a cena.
Tinha vontade de experimentar também a sorte, tentar ouvir coisas boas e interessantes, coisas duvidosas, mas não tinha coragem de pedir, afinal de contas era um menino.
Como do nada, ou como quem lesse meus pensamentos ela falou que tinha chegado minha vez.
Foi ótimo. Tudo que foi dito caia como verdade absoluta.
No dia a dia “Vó Inês” era doce comigo. Sempre me chamava para sentar no braço da poltrona, e ficava me dengando em carinhos. Nós, os “netos” fazíamos a fila dos carinhos. Eu, Anne e Chris disputávamos os cafunés quase no tapa.
Isto mostrava um lado afetivo e de muito dengo dela. Eu como quase filho de gato, que adoro ficar me esfregando e reesfregando era companhia certa
Certa vez ela ficou sem dinheiro.
Então a noite conseguimos depois de muito custo, completar uma ligação para Belmonte.
Na época interurbano era o chique, rs.
Falamos com Alberto, seu filho, que se comprometeu em fazer uma transferência para o Banco Econômico de Ipanema.
Não me lembro, mas acho que foram três dias depois, nos preparamos para ir ao Banco.
Eu e Vó Inês.
Sentamos na mesa da gerencia, aonde fomos finamente atendidos.
Ela logo disse que seu filho Alberto tinha lhe enviado um dinheiro para , tal e tal coisa..
Prontamente o gerente pediu a confirmação da transferência e para agilizar o processo solicitou os documentos particulares de identificação.
Já haviam nos servido água e café, e o papo estava de primeira.
Foi quando “tia Inês” em um golpe rápido, sentindo dificuldade de encontrar seus documentos, levantou-se e pegou sua bolsa ( de tamanho bem razoável, quase uma sacola, rs) e despejou todo seu conteúdo sobre a mesa da gerencia.
Como um gato, o gerente salta para trás, e Inês se ajoelha ao chão comigo, olhando para o assustado gerente e afirmando que agora ela achava o que queria.
Tinha de tudo em tudo que é lugar nas proximidades, rs.
Até sobre a mesa.
Fingindo naturalidade, e saindo pela esquerda de forma escorregadia, nos desejou sorte e ainda nos mandou ficar a vontade.
Morri de rir, ficar a vontade, só se aproveitássemos para dar um cochilo, ou usar sua mesa para uma outra coisa.
Rapidamente o dinheiro apareceu, e o gerente sumiu, rs.
Com o charme de sempre, saímos e fomos lanchar.
Sinto falta de todos.
De minha avó Roma, de tia Inês, da Baba ( Vininha ) e de tia Estelita, minha bisavó e a sua, nem sei se você as conheceu.
Mas todas tinham suas istórias, e eu conheço algumas.
Amargura, talvez por solidão, mas acho que elas foram felizes. Tiveram como todos nós suas contradições, mas....quem não as tem.
Um fato talvez você não tenha reparado. Elas encerraram suas gerações. Foram as últimas a falecer.
Vamos nos rever prima.
“Por certo ela ( Vó Roma ) e Vó Inês eram irreverentes à época, só que por minha vó viver no interior sofreu muito preconceito de todos, porém os melhores anos de sua vida conforme ela mesmo contava foi no Rio na compainha de Tia Roma, que eu tive o prazer de conhecer, ver de perto sua sabedoria. Minha Vó Inês ao final da vida ficou amarga, mas eu aprendi a amá-la e compreendê-la.”
Agora estou com um pouco mais de tempo, e vou contar um pouco da Tia avó Inês e de minha avó, Roma.
A conheci no Rio é claro, afinal fui criado na primeira infância lá.
Sempre foi uma figura imponente, com opiniões formadas, agitado, a procura, sempre falando de um futuro em construção, com muitos planos, a idéia da idade parece nunca a ter atingido.
Foi com ela que conheci o lado místico da vida.
Já havia visto em filmes cartomantes e suas cartas, mas derepente na sala da casa de minha avó, se montava “algo” aonde se podia falar do futuro, dos sonhos, dos desejos secretos, dos medos e aflições.
Sua avó mudava o clima da casa, a cada carta, a cada olhar um novo suspense.
Havia momentos em que ela pedia que uns saíssem da sala.
Inês era muito sensível, experiente, e sabia controlar a cena.
Tinha vontade de experimentar também a sorte, tentar ouvir coisas boas e interessantes, coisas duvidosas, mas não tinha coragem de pedir, afinal de contas era um menino.
Como do nada, ou como quem lesse meus pensamentos ela falou que tinha chegado minha vez.
Foi ótimo. Tudo que foi dito caia como verdade absoluta.
No dia a dia “Vó Inês” era doce comigo. Sempre me chamava para sentar no braço da poltrona, e ficava me dengando em carinhos. Nós, os “netos” fazíamos a fila dos carinhos. Eu, Anne e Chris disputávamos os cafunés quase no tapa.
Isto mostrava um lado afetivo e de muito dengo dela. Eu como quase filho de gato, que adoro ficar me esfregando e reesfregando era companhia certa
Certa vez ela ficou sem dinheiro.
Então a noite conseguimos depois de muito custo, completar uma ligação para Belmonte.
Na época interurbano era o chique, rs.
Falamos com Alberto, seu filho, que se comprometeu em fazer uma transferência para o Banco Econômico de Ipanema.
Não me lembro, mas acho que foram três dias depois, nos preparamos para ir ao Banco.
Eu e Vó Inês.
Sentamos na mesa da gerencia, aonde fomos finamente atendidos.
Ela logo disse que seu filho Alberto tinha lhe enviado um dinheiro para , tal e tal coisa..
Prontamente o gerente pediu a confirmação da transferência e para agilizar o processo solicitou os documentos particulares de identificação.
Já haviam nos servido água e café, e o papo estava de primeira.
Foi quando “tia Inês” em um golpe rápido, sentindo dificuldade de encontrar seus documentos, levantou-se e pegou sua bolsa ( de tamanho bem razoável, quase uma sacola, rs) e despejou todo seu conteúdo sobre a mesa da gerencia.
Como um gato, o gerente salta para trás, e Inês se ajoelha ao chão comigo, olhando para o assustado gerente e afirmando que agora ela achava o que queria.
Tinha de tudo em tudo que é lugar nas proximidades, rs.
Até sobre a mesa.
Fingindo naturalidade, e saindo pela esquerda de forma escorregadia, nos desejou sorte e ainda nos mandou ficar a vontade.
Morri de rir, ficar a vontade, só se aproveitássemos para dar um cochilo, ou usar sua mesa para uma outra coisa.
Rapidamente o dinheiro apareceu, e o gerente sumiu, rs.
Com o charme de sempre, saímos e fomos lanchar.
Sinto falta de todos.
De minha avó Roma, de tia Inês, da Baba ( Vininha ) e de tia Estelita, minha bisavó e a sua, nem sei se você as conheceu.
Mas todas tinham suas istórias, e eu conheço algumas.
Amargura, talvez por solidão, mas acho que elas foram felizes. Tiveram como todos nós suas contradições, mas....quem não as tem.
Um fato talvez você não tenha reparado. Elas encerraram suas gerações. Foram as últimas a falecer.
Vamos nos rever prima.
sábado, 6 de dezembro de 2008
Receita da vovó
Uma receita de minha avó.
Começamos com
uma colher de humor,
duas de atenção,
três de irreverência
e um toque de poesia.
Uma pitada de lógica
apura o sabor.
Bate-se tudo com carinho
até chegar ao ponto de sonho.
Unta-se a forma com inteligência
Coloca-se no forno
em fogo brando
para um cozimento sem traumas.
Enfim,
uma receita pros momentos
mágicos da vida.
Começamos com
uma colher de humor,
duas de atenção,
três de irreverência
e um toque de poesia.
Uma pitada de lógica
apura o sabor.
Bate-se tudo com carinho
até chegar ao ponto de sonho.
Unta-se a forma com inteligência
Coloca-se no forno
em fogo brando
para um cozimento sem traumas.
Enfim,
uma receita pros momentos
mágicos da vida.
domingo, 30 de novembro de 2008
Momentos dos anos 80, legalização.
Estávamos em fase final da legalização do PT, na época, 1980, a lesgilação eleitoral exigia um número de filiados por zona eleitoral/municipal.
No meu caso, 18ª zona eleitoral do Rio de janeiro, teria que atingir a marca de quinhentas e poucas filiações, com título no bairro.
O tempo se esgotava, e meu “Pré Sal” eram as favelas do Pavão, Pavãozinho e Cantagalo.
Tive que abandonar as filiações em praça pública, ou em prédios tipo cabeça de porco de Copacabana.
O ritmo a ser inserido no processo de legalização era outro. Não poderia mais achar um contato e ficar “proseando” com o intuito de “ganhar” o indivíduo para nossa causa.
O objetivo era de cumprir metas e prazos, porém havia um setor no partido que não aceitava esta forma de agir. Carminha, filha do ex-deputado pela Guanabara Sergio Magalhães, capitaneava este setor, com o apoio oportunista do MEP, Movimento Emancipação do Proletariado e da AP, Ação Popular, que na prática tinham o compromisso como nós de legalizar o partido, mas que sabiam que no futuro iriam precisar dos votos do setor independente e humanista do partido para nos enfrentar ( nós Convergência Socialista ).
Direcionamos então nosso trabalho para as favelas do bairro, aonde começamos o contato passando filmes junto a uma organização que se tornaria depois a associação dos moradores.
Fui eu que subi o morro e fiz o contato, logo fiquei conhecido e querido. Era chamado de Viking. Tinha acesso garantido, porém o resto do partido tinha que avisar quando iria subir em atividade, e esperar autorização.
O problema que tinha ali, é que após os mutirões de filiações, que eram feitos nos finais de semana, a gente só aproveitava ¼ das fichas, pois os títulos eram na sua enorme maioria de outros estados, ou de outros bairros/municípios do estado do Rio.
Houve uma vez que em uma ruela do Cantagalo legalizamos, ou seja, conseguimos o número necessário de filiações de uma cidadezinha do interior do Ceará.
Tínhamos uma máquina de escrever elétrica emprestada, e com ela passávamos a semana enchendo as fichas, que eram entregues ao TER em 3 vias.
De atrito em atrito, de semana em semana, íamos completando nossa dura tarefa.
Estávamos eufóricos pois naquele fim de semana iríamos atingir o número necessário de filiados, o que nos permitiria ajudar com nossos mutirões outros bairros.
Também estávamos de parabéns pois somente a 3ª zona ( a do Vladimir Palmeiras ) e a 16ª zona ( a do deputado José Eudes ) tinham atingido o número mínimo necessário até aquele momento.
Fomos então para a derradeira tarefa. O clima era de euforia e de dever cumprido.
Como sempre orientei e soltava os militantes sempre em duplas casais. Achava que dois homens poderiam ser mal interpretados e duas mulheres serem alvo sexual.
No final ficamos eu e a militante desafeto Carminha.
Pela primeira vez partimos para uma atividade juntos.
E como era de se esperar, discordávamos em cada bifurcação em que direção tomar, em cada barraco no filiar ou tomar o café com bolo e brincar com as crianças, enfim disputávamos o teor da atividade na prática.
Acabamos nos dirigindo para um lado do morro que ia em direção ao Pavãozinho. Tudo já meio ermo. Derepente nos vimos cercados por uma matilha de cachorros, que do nada atacaram.
Estávamos sobre uma grande pedra, sem mato ou arvores. Qualquer descuido era queda, era a morte.
Carminha se desesperou, chamei a atenção dos animais que partiram em minha direção e a deixei caída, porém bem. Consegui me livrar dos mesmo pouco tempo depois com pedras e a aproximação de uns meninos.
Voltei a Carminha preocupado, ela tinha torcido a perna, então achamos melhor não retornar por onde tínhamos vindo.
Apesar do local ser muito íngreme e arriscado, sem corrimão e com os degraus entalhados na rocha, decidimos descer por ali.
Na descida Carminha se apoiou em mim, me dando a mão, me abraçando, se escorando.
Fui tomado por uma sensação de calor profundo.
Algo que na pratica não tentei entender.
Mas estava separado a um ano, e para não pensar muito no que acontecera, me joguei de cabeça na questão da legalização partidária.
Achei que tinha deixado de ”lado” os sentimentos e desejos.
Fomos a segunda dupla a chegar a barraca ao pé do morro.
E o espírito era o de vitória. Todos chegavam felizes dizendo que tinham superado as expectativas e que estávamos com a legalização em fichas sobre a mesa.
Muitos sorrisos, abraços cumplicidade no grupo.
Fomos a uma pizzaria, beber a vitória, gole a gole.
Foi uma festa.
De lá Carminha me convidou para ir a sua casa, no Leme, checar e separar as fichas, com um outro casal amigo.
Fui, sem perceber direito o que fazia. Sentia prazer pela primeira vez em ficar ao lado daquela DEUSA, que todos sempre desejaram e comentaram.
Depois de muito separar, trabalhar, rir, organizar, comentar e se conhecer, estava na hora de encerrar a atividade.
O casal perguntou se podia dormir no quarto vazio, e foi.
Com a simplicidade que a era peculiar, me convidou a deitar de forma carinhosa, oferecendo sua cama.
Meio que me desesperei, e logo corri pra sala e afirmei que não poderia deitar em sua cama sujo como estava. Deitei em um canto, dando o caso por encerrado.
Depois de alguma discordância, ela aceitou, foi a cozinha bebeu mais um copo d’água e se deitou a meu lado.
Senti um calafrio, forte, meu corpo tremia como se tivesse tido um choque térmico monstruoso, tinha até dificuldade de falar e me mecher.
Ela assustada pediu socorro ao casal, que sem entender nada me cobriram com “n” cobertores.
Ela foi fazer um chá, eles me levaram para a cama dela, colocaram meia no meu pé
( realmente estava sujo ), e aos poucos fui melhorando, do medo de me permitir.
Mil beijos e carícias comemoraram a legalização da zonal.
Vivi um forte momento em minha vida nos dois anos que se seguiram.
A bebida e as drogas nos afastaram.
Infelizmente após o período de legalização as tarefas partidárias mudaram, eu e Carminha tomamos outros rumos.
A revi depois de 30 anos. Esta com um filho, um belo menino e bem.
Infelizmente perdi seu contato.
Felizmente rompi com o PT.
No meu caso, 18ª zona eleitoral do Rio de janeiro, teria que atingir a marca de quinhentas e poucas filiações, com título no bairro.
O tempo se esgotava, e meu “Pré Sal” eram as favelas do Pavão, Pavãozinho e Cantagalo.
Tive que abandonar as filiações em praça pública, ou em prédios tipo cabeça de porco de Copacabana.
O ritmo a ser inserido no processo de legalização era outro. Não poderia mais achar um contato e ficar “proseando” com o intuito de “ganhar” o indivíduo para nossa causa.
O objetivo era de cumprir metas e prazos, porém havia um setor no partido que não aceitava esta forma de agir. Carminha, filha do ex-deputado pela Guanabara Sergio Magalhães, capitaneava este setor, com o apoio oportunista do MEP, Movimento Emancipação do Proletariado e da AP, Ação Popular, que na prática tinham o compromisso como nós de legalizar o partido, mas que sabiam que no futuro iriam precisar dos votos do setor independente e humanista do partido para nos enfrentar ( nós Convergência Socialista ).
Direcionamos então nosso trabalho para as favelas do bairro, aonde começamos o contato passando filmes junto a uma organização que se tornaria depois a associação dos moradores.
Fui eu que subi o morro e fiz o contato, logo fiquei conhecido e querido. Era chamado de Viking. Tinha acesso garantido, porém o resto do partido tinha que avisar quando iria subir em atividade, e esperar autorização.
O problema que tinha ali, é que após os mutirões de filiações, que eram feitos nos finais de semana, a gente só aproveitava ¼ das fichas, pois os títulos eram na sua enorme maioria de outros estados, ou de outros bairros/municípios do estado do Rio.
Houve uma vez que em uma ruela do Cantagalo legalizamos, ou seja, conseguimos o número necessário de filiações de uma cidadezinha do interior do Ceará.
Tínhamos uma máquina de escrever elétrica emprestada, e com ela passávamos a semana enchendo as fichas, que eram entregues ao TER em 3 vias.
De atrito em atrito, de semana em semana, íamos completando nossa dura tarefa.
Estávamos eufóricos pois naquele fim de semana iríamos atingir o número necessário de filiados, o que nos permitiria ajudar com nossos mutirões outros bairros.
Também estávamos de parabéns pois somente a 3ª zona ( a do Vladimir Palmeiras ) e a 16ª zona ( a do deputado José Eudes ) tinham atingido o número mínimo necessário até aquele momento.
Fomos então para a derradeira tarefa. O clima era de euforia e de dever cumprido.
Como sempre orientei e soltava os militantes sempre em duplas casais. Achava que dois homens poderiam ser mal interpretados e duas mulheres serem alvo sexual.
No final ficamos eu e a militante desafeto Carminha.
Pela primeira vez partimos para uma atividade juntos.
E como era de se esperar, discordávamos em cada bifurcação em que direção tomar, em cada barraco no filiar ou tomar o café com bolo e brincar com as crianças, enfim disputávamos o teor da atividade na prática.
Acabamos nos dirigindo para um lado do morro que ia em direção ao Pavãozinho. Tudo já meio ermo. Derepente nos vimos cercados por uma matilha de cachorros, que do nada atacaram.
Estávamos sobre uma grande pedra, sem mato ou arvores. Qualquer descuido era queda, era a morte.
Carminha se desesperou, chamei a atenção dos animais que partiram em minha direção e a deixei caída, porém bem. Consegui me livrar dos mesmo pouco tempo depois com pedras e a aproximação de uns meninos.
Voltei a Carminha preocupado, ela tinha torcido a perna, então achamos melhor não retornar por onde tínhamos vindo.
Apesar do local ser muito íngreme e arriscado, sem corrimão e com os degraus entalhados na rocha, decidimos descer por ali.
Na descida Carminha se apoiou em mim, me dando a mão, me abraçando, se escorando.
Fui tomado por uma sensação de calor profundo.
Algo que na pratica não tentei entender.
Mas estava separado a um ano, e para não pensar muito no que acontecera, me joguei de cabeça na questão da legalização partidária.
Achei que tinha deixado de ”lado” os sentimentos e desejos.
Fomos a segunda dupla a chegar a barraca ao pé do morro.
E o espírito era o de vitória. Todos chegavam felizes dizendo que tinham superado as expectativas e que estávamos com a legalização em fichas sobre a mesa.
Muitos sorrisos, abraços cumplicidade no grupo.
Fomos a uma pizzaria, beber a vitória, gole a gole.
Foi uma festa.
De lá Carminha me convidou para ir a sua casa, no Leme, checar e separar as fichas, com um outro casal amigo.
Fui, sem perceber direito o que fazia. Sentia prazer pela primeira vez em ficar ao lado daquela DEUSA, que todos sempre desejaram e comentaram.
Depois de muito separar, trabalhar, rir, organizar, comentar e se conhecer, estava na hora de encerrar a atividade.
O casal perguntou se podia dormir no quarto vazio, e foi.
Com a simplicidade que a era peculiar, me convidou a deitar de forma carinhosa, oferecendo sua cama.
Meio que me desesperei, e logo corri pra sala e afirmei que não poderia deitar em sua cama sujo como estava. Deitei em um canto, dando o caso por encerrado.
Depois de alguma discordância, ela aceitou, foi a cozinha bebeu mais um copo d’água e se deitou a meu lado.
Senti um calafrio, forte, meu corpo tremia como se tivesse tido um choque térmico monstruoso, tinha até dificuldade de falar e me mecher.
Ela assustada pediu socorro ao casal, que sem entender nada me cobriram com “n” cobertores.
Ela foi fazer um chá, eles me levaram para a cama dela, colocaram meia no meu pé
( realmente estava sujo ), e aos poucos fui melhorando, do medo de me permitir.
Mil beijos e carícias comemoraram a legalização da zonal.
Vivi um forte momento em minha vida nos dois anos que se seguiram.
A bebida e as drogas nos afastaram.
Infelizmente após o período de legalização as tarefas partidárias mudaram, eu e Carminha tomamos outros rumos.
A revi depois de 30 anos. Esta com um filho, um belo menino e bem.
Infelizmente perdi seu contato.
Felizmente rompi com o PT.
sexta-feira, 28 de novembro de 2008
Saudades sua...
Noite adentro,
Rio de Janeiro,
trabalhando,
conspirando,
gargalhando,
no “meeting” do movimento,
no palco revolução,
de um quarto de hotel.
Cansado, dormente, gelado.
Do burburinho surge o clima,
a saudade,
saudade....,
a lembrança.
Então
guardei um sorriso no bolso,
só para você,
e um beijo ardente,
rascante do amanhecer.
Rio de Janeiro,
trabalhando,
conspirando,
gargalhando,
no “meeting” do movimento,
no palco revolução,
de um quarto de hotel.
Cansado, dormente, gelado.
Do burburinho surge o clima,
a saudade,
saudade....,
a lembrança.
Então
guardei um sorriso no bolso,
só para você,
e um beijo ardente,
rascante do amanhecer.
quinta-feira, 20 de novembro de 2008
Insônia?
Continuo amando a madrugada
Chutando lata, assoviando e desejando
Converso com as “falas” que se perderam no dia
converso com as entrelinhas
e as estrelinhas.
Enfim, me sinto bem
Insônia?
É o nome de um boteco que fica aqui pertinho de casa, rs
Às vezes até vou até lá
Chutando lata, assoviando e desejando
Converso com as “falas” que se perderam no dia
converso com as entrelinhas
e as estrelinhas.
Enfim, me sinto bem
Insônia?
É o nome de um boteco que fica aqui pertinho de casa, rs
Às vezes até vou até lá
segunda-feira, 10 de novembro de 2008
well_sol@yahoo.com.br
Por favor,
inaugure este e-mail comigo
Deixe-o respirar,
se inspirar,
se apaixonar.
Cadastre-o.
well_sol@yahoo.com.br
27/out/2004
inaugure este e-mail comigo
Deixe-o respirar,
se inspirar,
se apaixonar.
Cadastre-o.
well_sol@yahoo.com.br
27/out/2004
Conexão Discada
Brasília, 23 de novembro de 2004
Derepente vi a sala vazia,
e lá estava ele,
o computador,
a mesa da sala.
Tudo meu.
Pensei,
será que o sono e o cansaço vão permitir?
Afinal até a noite chegar,
meia noite passar,
e a internet baixar ( preço )....
Mas o tempo se foi.
E eu ali,
conectando-me com meu mundo.
Pronto cá estou,
às vezes vestido de Batman,
de pirata,
ou qualquer outro mascarado
ou não
que me leve ao sentimento de prazer.
Vejo-me no Breno ( meu filho – 8 anos ).
Desafio a noite,
a chamo para brincar,
brindar,
ressuscitar procuras e achados.
Corro com os dedos e a imaginação,
recorto e colo momentos,
monto meu álbum de figurinhas.
Vou lhe contar,
aqui nenhuma figurinha é repetida.
Todas tem o seu lugar.
Vc com medo de encontrar Ricardo,
ou Ricardos,
não percebe que a única maneira de não encontrá-lo é saindo,
tropeçando,
cambaliando ou caindo.
Não importa a forma.
O que vale é a busca,
a percepção do belo.
Ricardossss estão dentro de vc hoje.
Se ficar em casa para não encontra-lossss,
dormirá com elesss.
Eu aprendi que fantasma não existe.
Aprendi tbm
que apesar de não existirem
às vezes nos assombram,
E nos perseguem por muito tempo.
Basta permitimos.
Breno acordou,
deitou no sofá.
Eu o amo muito.
Mas muito mesmo.
Não sei nem como explicar.
Sabe, tbm sou acusado de ser sensível.
Hoje, neste mundo globalizado
ser sensível passa como algo démodé.
Um defeito,
uma perda de tempo,
perante a grande luta revolucionária,
a grande vontade de vencer
e prosperar perante a vida.
Sensível pra que?
Pra chorar,
pra ficar triste?
Pra descobrir
que as coisas são como não deveriam ser?
Ora, sou sensível sim,
e tenho meu direito individual
de ter a leitura da realidade que me cerca.
Não tenho que achar natural o que não me parece.
Mesmo que para todos pareçam.
Tenho o direito de conversar com os olhos,
de querer tocar,
permitir que meus sentidos percebam o imperceptível.
Direito ao silêncio,
direito de falar e de ser ouvido.
Minha amiga de diversas pelejas,
se quiseres podemos optar por sermos depressivos.
Podemos fazer análise
e retrocedermos até o útero,
a vida passadas,
ou então,
partirmos com toda nossa experiência de pessoas sensíveis,
para novas rodas de bar,
de samba,
ou do caralho que seja,
com o objetivo de reler a realidade,
e descobrir no cotidiano
o novo
que tanto pode dar prazer e conhecimento.
Menina prepare o chimarrão,
talvez seja a erva
ou as ervas da terra que nos façam verdes.
Verdes marcianos.
Beijos
wellsol
Derepente vi a sala vazia,
e lá estava ele,
o computador,
a mesa da sala.
Tudo meu.
Pensei,
será que o sono e o cansaço vão permitir?
Afinal até a noite chegar,
meia noite passar,
e a internet baixar ( preço )....
Mas o tempo se foi.
E eu ali,
conectando-me com meu mundo.
Pronto cá estou,
às vezes vestido de Batman,
de pirata,
ou qualquer outro mascarado
ou não
que me leve ao sentimento de prazer.
Vejo-me no Breno ( meu filho – 8 anos ).
Desafio a noite,
a chamo para brincar,
brindar,
ressuscitar procuras e achados.
Corro com os dedos e a imaginação,
recorto e colo momentos,
monto meu álbum de figurinhas.
Vou lhe contar,
aqui nenhuma figurinha é repetida.
Todas tem o seu lugar.
Vc com medo de encontrar Ricardo,
ou Ricardos,
não percebe que a única maneira de não encontrá-lo é saindo,
tropeçando,
cambaliando ou caindo.
Não importa a forma.
O que vale é a busca,
a percepção do belo.
Ricardossss estão dentro de vc hoje.
Se ficar em casa para não encontra-lossss,
dormirá com elesss.
Eu aprendi que fantasma não existe.
Aprendi tbm
que apesar de não existirem
às vezes nos assombram,
E nos perseguem por muito tempo.
Basta permitimos.
Breno acordou,
deitou no sofá.
Eu o amo muito.
Mas muito mesmo.
Não sei nem como explicar.
Sabe, tbm sou acusado de ser sensível.
Hoje, neste mundo globalizado
ser sensível passa como algo démodé.
Um defeito,
uma perda de tempo,
perante a grande luta revolucionária,
a grande vontade de vencer
e prosperar perante a vida.
Sensível pra que?
Pra chorar,
pra ficar triste?
Pra descobrir
que as coisas são como não deveriam ser?
Ora, sou sensível sim,
e tenho meu direito individual
de ter a leitura da realidade que me cerca.
Não tenho que achar natural o que não me parece.
Mesmo que para todos pareçam.
Tenho o direito de conversar com os olhos,
de querer tocar,
permitir que meus sentidos percebam o imperceptível.
Direito ao silêncio,
direito de falar e de ser ouvido.
Minha amiga de diversas pelejas,
se quiseres podemos optar por sermos depressivos.
Podemos fazer análise
e retrocedermos até o útero,
a vida passadas,
ou então,
partirmos com toda nossa experiência de pessoas sensíveis,
para novas rodas de bar,
de samba,
ou do caralho que seja,
com o objetivo de reler a realidade,
e descobrir no cotidiano
o novo
que tanto pode dar prazer e conhecimento.
Menina prepare o chimarrão,
talvez seja a erva
ou as ervas da terra que nos façam verdes.
Verdes marcianos.
Beijos
wellsol
Rio de Janeiro
Ah, Rio de Janeiro.
Ando pelas ruas e revivo fortes e
bons momentos a cada esquina
Passei aqui meus anos de rebeldia
Cada beco, cada bar,
as praças,
as barcas,
os pontos de ônibus,
os pontos de bicho.
Alguns porteiros ainda me cumprimentam..
Mas sou um ilustre desconhecido,
nesta cidade tão intima.
Era o “viking” da Zona Sul.
Cabelos grandes,
macacão e sandália.
Morei no Pavão e Pavãozinho,
como “homemade” da Wilsa Carla ( ex jurada Silvio Santos )..
No Cantagalo
tinha passaporte dos “malas”,
aonde filiava pro partido
Pelo Vidigal,
a noite encobria nossas reuniões,
ali surgiu a associação de moradores.
Na Rocinha,
era o “alemão” da Travessa Roma,
da anistia, ampla geral e irrestrita.
A torta de limão trás saudades,
o diagonal ( Leblon ) eternizou a madrugada,
o raiar do dia.
A noite,
trazia a luz do farol,
que resgatava a sensibilidade
e uma paixão distante.
Vomitava meus desejos
pelo calçadão de Copacabana
iluminado pelo clarão dos postes,
acompanhado pela batida do mar,
pela escuridão do horizonte.
Pichei o Copacabana Pálace,
o Rio Sul,
o Quartel de Polícia de Botafogo, rs.
Fui contra a DITADURA,
apoiei a anistia,
greves,
eleições,
movimentos, etc.
Beijei,
gelei as mãos,
me apaixonei.
Liguei,
marquei,
agendei.
Mas não encontrei meus amigos.
A reunião da corrente se alongou....
Senti um vazio.
Fui pro meu pai.
Conversamos, jantamos
e fomos todos pros quartos "dormir".
Deitei na cama.
Abri a janela.
A lua estava linda.
A cantiga das ondas
A vida e o desejo turbilhando no peito.
Que sono que nada, rs.
Estiquei minha perna pela janela
tentando tocar a lua desesperadamente
com a ponta dos dedos
Não consegui,
mais ainda bem
que a noite estava só começando.
Ando pelas ruas e revivo fortes e
bons momentos a cada esquina
Passei aqui meus anos de rebeldia
Cada beco, cada bar,
as praças,
as barcas,
os pontos de ônibus,
os pontos de bicho.
Alguns porteiros ainda me cumprimentam..
Mas sou um ilustre desconhecido,
nesta cidade tão intima.
Era o “viking” da Zona Sul.
Cabelos grandes,
macacão e sandália.
Morei no Pavão e Pavãozinho,
como “homemade” da Wilsa Carla ( ex jurada Silvio Santos )..
No Cantagalo
tinha passaporte dos “malas”,
aonde filiava pro partido
Pelo Vidigal,
a noite encobria nossas reuniões,
ali surgiu a associação de moradores.
Na Rocinha,
era o “alemão” da Travessa Roma,
da anistia, ampla geral e irrestrita.
A torta de limão trás saudades,
o diagonal ( Leblon ) eternizou a madrugada,
o raiar do dia.
A noite,
trazia a luz do farol,
que resgatava a sensibilidade
e uma paixão distante.
Vomitava meus desejos
pelo calçadão de Copacabana
iluminado pelo clarão dos postes,
acompanhado pela batida do mar,
pela escuridão do horizonte.
Pichei o Copacabana Pálace,
o Rio Sul,
o Quartel de Polícia de Botafogo, rs.
Fui contra a DITADURA,
apoiei a anistia,
greves,
eleições,
movimentos, etc.
Beijei,
gelei as mãos,
me apaixonei.
Liguei,
marquei,
agendei.
Mas não encontrei meus amigos.
A reunião da corrente se alongou....
Senti um vazio.
Fui pro meu pai.
Conversamos, jantamos
e fomos todos pros quartos "dormir".
Deitei na cama.
Abri a janela.
A lua estava linda.
A cantiga das ondas
A vida e o desejo turbilhando no peito.
Que sono que nada, rs.
Estiquei minha perna pela janela
tentando tocar a lua desesperadamente
com a ponta dos dedos
Não consegui,
mais ainda bem
que a noite estava só começando.
Brasília
Moro em um lugar
em que o tempo fechou,
e a chuva chegou.
Mas que os sorrisos,
a vontade de viver
e os corações estão sempre abertos.
Sou da terra em que se corre atrás da felicidade.
Do eterno toque nos sonhos.
Do morder e dilacerar uma fruta.
Sou da terra em que se coleciona prazeres
em vez de selos,
ou figurinhas.
Sou de Brasília.
em que o tempo fechou,
e a chuva chegou.
Mas que os sorrisos,
a vontade de viver
e os corações estão sempre abertos.
Sou da terra em que se corre atrás da felicidade.
Do eterno toque nos sonhos.
Do morder e dilacerar uma fruta.
Sou da terra em que se coleciona prazeres
em vez de selos,
ou figurinhas.
Sou de Brasília.
terça-feira, 28 de outubro de 2008
Lavando o carro
Tenho dificuldade de dormir por causa das dores nas costas, ou pela idade.
Na noite desenho, escrevo, lavo louça, etc.
Certa vez acordei logo após a meia noite.
Dei uma geral na casa.
Organizei tudo que podia.
Depois fui pro micro,
mas não tinha inspiração nem notícia que me atraísse.
Ansioso por não poder fazer barulho,
sobrou lavar o carro.
Mas eram quatro da matina ainda.
Fui nesta, afinal o carro estava imundo.
Aí o vizinho, por coincidência , estava saindo de casa.
Quando me viu lavando o carro, com balde, pano de chão e tudo mais, parou assustado.
Olhou o relógio e não se conteve em questionar,
se estava tudo bem, se era aposta ou promessa, ou o que?
Ao explicar o inexplicável, que somente o carro estava "muito sujo",
ouvi uma farta gargalhada rasgar a madrugada
e a afirmação de que só poderia ser eu.
Devo ser taxado de excêntrico, rs.
Coisas da vida, ou koizas da noite.
Na noite desenho, escrevo, lavo louça, etc.
Certa vez acordei logo após a meia noite.
Dei uma geral na casa.
Organizei tudo que podia.
Depois fui pro micro,
mas não tinha inspiração nem notícia que me atraísse.
Ansioso por não poder fazer barulho,
sobrou lavar o carro.
Mas eram quatro da matina ainda.
Fui nesta, afinal o carro estava imundo.
Aí o vizinho, por coincidência , estava saindo de casa.
Quando me viu lavando o carro, com balde, pano de chão e tudo mais, parou assustado.
Olhou o relógio e não se conteve em questionar,
se estava tudo bem, se era aposta ou promessa, ou o que?
Ao explicar o inexplicável, que somente o carro estava "muito sujo",
ouvi uma farta gargalhada rasgar a madrugada
e a afirmação de que só poderia ser eu.
Devo ser taxado de excêntrico, rs.
Coisas da vida, ou koizas da noite.
domingo, 26 de outubro de 2008
Mário Pedrosa.- Algumas histórias.
Quando da criação do PT em 1980, Mário
Pedrosa foi o primeiro intelectual a aderir publicamente, o ingresso ao
partido, que na época, tinha uma clara definição de independência de classe.
Mário nasceu em Timbaúba / PE em 25 de abril de 1901.
Foi crítico de arte, jornalista, professor além de militante ativo.
Filiou-se ao Partido Comunista Brasileiro em 1926.
Já formado em Direito pela UFRJ, viaja para a Alemanha em 1927, onde estuda filosofia, sociologia, economia e estética na Universidade de Berlim.
Neste período teve contato com o Trotskismo, e um ano após seu retorno ao Brasil, juntamente com o Jornalista Fúlvio Abramo (irmão da atriz Lélia Abramo) e outros, funda um Grupo Trotskista ligado a Internacional. Por sua militância política, é preso em 1932.
Em 1937, com o golpe do Estado Novo (1937-1945), Mário Pedrosa é exilado. Fica em Paris em 1937 e 1938.
Já em Nova York, trabalha no Museum of Modern Art - MoMA
Retorna na clandestinamente ao Brasil em 1940, onde é preso e novamente deportado para os Estados Unidos.
Com o fim da Segunda Guerra Mundial, 1945, retorna ao Brasil, onde participa da luta pela derrubada da ditadura Vargas..
Refugiado político durante a ditadura militar, exila-se em 1971, em pleno governo Emílio Garrastazu Médici.
Dirige o Museu de La Solidariedad em Santiago, no Chile de Allende.
Torna-se Presidente do Secretariado do Museu Internacional de La Resistencia Salvador Allende, em Cuba.
Retorna ao Brasil em outubro de 1977.
Quando já com problemas motores.
Mas mesmo assim participa da discussão de criação de um Partido dos Trabalhadores e contrariando a “classe artística e de intelectuais” de sua época, adere publicamente a este projeto, um projeto de Independência de Classe.
Eu, jovem militante, já trotskista, presidia a 18ª Zona Eleitoral do Rio de Janeiro, e tive a alegria de poder bater alguns papos em seu apartamento na Rua Visconde de Pirajá, e filiar simbolicamente este homem que foi um ícone da esquerda brasileira.
Guardo a ficha dele até hoje, como lembrança, de um camarada que viveu pela revolução, mas que com certeza teria repulsa de ver em que se transformou o PT hoje em dia. Sua trincheira seria a nossa.
Mário faleceu em 11 de novembro de1981.
Lembro-me do impasse que ocorreu em seu enterro, pois a família, católica, chamou um padre para que fizesse os rituais de corpo presente.
Romildo Raposo, da corrente Convergência Socialista, tentou negociar para que fosse respeitada sua condição de Homem Público, Militante e Ateu.
Como não foi possível um acordo, de um lado os familiares oravam, e de outro, nós a militância, cantávamos de forma alegre a Internacional Comunista, como uma homenagem a sua trajetória.
Foi-se o homem, ficou a história, com uma nova geração de lutadores.
Saudações Revolucionárias
Mário nasceu em Timbaúba / PE em 25 de abril de 1901.
Foi crítico de arte, jornalista, professor além de militante ativo.
Filiou-se ao Partido Comunista Brasileiro em 1926.
Já formado em Direito pela UFRJ, viaja para a Alemanha em 1927, onde estuda filosofia, sociologia, economia e estética na Universidade de Berlim.
Neste período teve contato com o Trotskismo, e um ano após seu retorno ao Brasil, juntamente com o Jornalista Fúlvio Abramo (irmão da atriz Lélia Abramo) e outros, funda um Grupo Trotskista ligado a Internacional. Por sua militância política, é preso em 1932.
Em 1937, com o golpe do Estado Novo (1937-1945), Mário Pedrosa é exilado. Fica em Paris em 1937 e 1938.
Já em Nova York, trabalha no Museum of Modern Art - MoMA
Retorna na clandestinamente ao Brasil em 1940, onde é preso e novamente deportado para os Estados Unidos.
Com o fim da Segunda Guerra Mundial, 1945, retorna ao Brasil, onde participa da luta pela derrubada da ditadura Vargas..
Refugiado político durante a ditadura militar, exila-se em 1971, em pleno governo Emílio Garrastazu Médici.
Dirige o Museu de La Solidariedad em Santiago, no Chile de Allende.
Torna-se Presidente do Secretariado do Museu Internacional de La Resistencia Salvador Allende, em Cuba.
Retorna ao Brasil em outubro de 1977.
Quando já com problemas motores.
Mas mesmo assim participa da discussão de criação de um Partido dos Trabalhadores e contrariando a “classe artística e de intelectuais” de sua época, adere publicamente a este projeto, um projeto de Independência de Classe.
Eu, jovem militante, já trotskista, presidia a 18ª Zona Eleitoral do Rio de Janeiro, e tive a alegria de poder bater alguns papos em seu apartamento na Rua Visconde de Pirajá, e filiar simbolicamente este homem que foi um ícone da esquerda brasileira.
Guardo a ficha dele até hoje, como lembrança, de um camarada que viveu pela revolução, mas que com certeza teria repulsa de ver em que se transformou o PT hoje em dia. Sua trincheira seria a nossa.
Mário faleceu em 11 de novembro de1981.
Lembro-me do impasse que ocorreu em seu enterro, pois a família, católica, chamou um padre para que fizesse os rituais de corpo presente.
Romildo Raposo, da corrente Convergência Socialista, tentou negociar para que fosse respeitada sua condição de Homem Público, Militante e Ateu.
Como não foi possível um acordo, de um lado os familiares oravam, e de outro, nós a militância, cantávamos de forma alegre a Internacional Comunista, como uma homenagem a sua trajetória.
Foi-se o homem, ficou a história, com uma nova geração de lutadores.
Saudações Revolucionárias
Solidarnosc
Repetindo
meu camarada Ricardo Guillen, também afirmo, que não sou de qualquer geração.
Vivi anos em turbilhão, em que as ideias eram questionadas a todo momento, em que a palavra conquistar estava ligada ao desejo.
Um tempo em que o poder estava em cheque, um tempo de enfrentamentos, da revolução sexual, do movimento estudantil, sindical, em que as organizações de esquerda afloravam.
Vou retratar neste momento um “causo” ocorrido em 1982.
Vivi anos em turbilhão, em que as ideias eram questionadas a todo momento, em que a palavra conquistar estava ligada ao desejo.
Um tempo em que o poder estava em cheque, um tempo de enfrentamentos, da revolução sexual, do movimento estudantil, sindical, em que as organizações de esquerda afloravam.
Vou retratar neste momento um “causo” ocorrido em 1982.
Na Polônia o processo de transformações políticas e econômicas começou antes que em qualquer outro país socialista. Já no final da década de 1970 e início da de 1980, movimentos grevistas agitaram os principais centros industriais do país, principalmente os estaleiros de Gdansk. Diante da falta de iniciativa das autoridades e dos sindicatos, atrelados ao governo, um grupo de operários e de intelectuais fundou um sindicato independente, o Solidarnosc (Solidariedade). Sua combatividade entusiasmou os operários, que aderiram em massa à organização.
Isto influenciava a trabalhadores em todo o mundo, inclusive no Brasil, pois aqui havia um processo tão rico como o de lá.
A iniciativa dos trabalhadores e de seus líderes, entre os quais se destacava Lech Walesa, atingiu frontalmente as autoridades, que passaram imediatamente a combater o Solidariedade.
Paralelamente no Brasil, terminávamos os anos 70 com a campanha pela anistia ampla geral e irrestrita sendo mote de toda a VANGUARDA e da Sociedade Brasileira.
As manifestações pela volta dos exilados, a discussão de um partido de classe pelas Organizações de Esquerda (Liga Operária-Convergência Socialista, MEP, AP, DS, POLOP, Ala Vermelha, OSI, PCBR, entre outras), Sindicalistas e setores da Igreja Católica, culminou no movimento pró partido dos trabalhadores, que se transformou no PT.
O PT e o Solidariedade na Polônia, eram marcos mundiais de luta e organização da classe.
O governo russo (1982) impôs a lei marcial, na Polônia, e o sindicato foi declarado ilegal e proibido de funcionar.
Lech
Walesa, foi preso.
O PT juntamente com outras instituições da sociedade civil fizeram manifestações Brasil afora pedindo “Solidariedade ao Solidarnosc”.
Estes atos ocorreram em todo o mundo.
Era um momento em que o INTERNACIONALISTO OPERÁRIO era pauta de discussão, as ditaduras balançavam e caiam, vivíamos em um ascenso, fazíamos história.
No Brasil é bom lembrar houve ato em apoio ao Governo Russo e Polonês, orquestrado pelo PCdoB, PCB e MR 8.
Houve choque, porrada mesmo, nas imediações da Praça XV, nossa com estes stalinistas, que marchavam na contra mão da história.
Detalhe, nossos atos eram de massa e nós levamos a melhor, rs.
Num destes atos, tínhamos como pauta, entregar um abaixo assinado que exigia Liberdade para o Solidariedade. Então rumamos da Cinelandia em caminhada até o Consulado Polonês, que ficava na Praia de Botafogo, para entrega-lo.
Um estirão debaixo de sol e forte calor, já que estávamos no centro da cidade.
Ao chegarmos ao Consulado e anunciarmos nossa presença o Cônsul Polonês informou que seria impossível receber a todos.
Ficava no 1º andar do prédio o Consulado.
Pediu que fosse feita uma comissão entre os presentes e a imprensa para fazer a entrega.
Como eu era Presidente da 18ª Zona Eleitoral do PT fui selecionado entre os presentes.
De minha organização, a Convergência Socialista, fui eu e o camarada ROMILDÃO.
Fomos
recebidos em um grande salão, tipo de festas, e foi pedido que aguardássemos um
pouco, pois o Cônsul já nos receberia.
O cansaço e a exaustão era grande, após a jornada que tínhamos feito.
De repente as portas se abriram, e quase de um “sonho” surgiram garçons, com farta bebida gelada, inclusive VODCA, e petiscos quentinhos, recém fritos.
O som da sala mudou, virou do nada um som de boteco e de descontração. Confesso que tinha pego “alguns” salgadinhos na mão, com medo que não viesse mais, a fome era grande.
Quando olho para o lado vejo o ROMILDÃO me comendo com os olhos do outro lado do salão.
O Secretário Geral do PT da época, Professor CIDÃO, do MEP. “mangou” de ROMILDO:
“pode comer a vontade que eu pago, Raposão ( apelido de Romildo )”
Foi quando o camarada sumiu em uma mesinha de centro e reverberou em alto e bom tom que “não comia e nem bebia com quem matava e oprimia o povo polonês....”
Neste instante quase que me engasguei com os croquetes do buffet.
Procurava uma mesa para deixar o copo e os quitutes.
Aquele momento servia como uma aula prática de como não se devia agir em um enfrentamento. Vi a diferença, a persuasão e cooptação, da classe dominante, a um pequeno grupo de “dirigentes”, que por causa de sede e fome, perdem o referencial de classe, o objetivo da ação.
Do nada o Cônsul apareceu, senão sua tática de acalmar os ânimos e fazer “novos amigos” pioraria a situação.
O ato político foi realizado, os abaixo assinados entregues e a cobertura da imprensa feita. Romildo deu eixo a atividade, pois nossa organização sempre formou seus quadros.
O cansaço e a exaustão era grande, após a jornada que tínhamos feito.
De repente as portas se abriram, e quase de um “sonho” surgiram garçons, com farta bebida gelada, inclusive VODCA, e petiscos quentinhos, recém fritos.
O som da sala mudou, virou do nada um som de boteco e de descontração. Confesso que tinha pego “alguns” salgadinhos na mão, com medo que não viesse mais, a fome era grande.
Quando olho para o lado vejo o ROMILDÃO me comendo com os olhos do outro lado do salão.
O Secretário Geral do PT da época, Professor CIDÃO, do MEP. “mangou” de ROMILDO:
“pode comer a vontade que eu pago, Raposão ( apelido de Romildo )”
Foi quando o camarada sumiu em uma mesinha de centro e reverberou em alto e bom tom que “não comia e nem bebia com quem matava e oprimia o povo polonês....”
Neste instante quase que me engasguei com os croquetes do buffet.
Procurava uma mesa para deixar o copo e os quitutes.
Aquele momento servia como uma aula prática de como não se devia agir em um enfrentamento. Vi a diferença, a persuasão e cooptação, da classe dominante, a um pequeno grupo de “dirigentes”, que por causa de sede e fome, perdem o referencial de classe, o objetivo da ação.
Do nada o Cônsul apareceu, senão sua tática de acalmar os ânimos e fazer “novos amigos” pioraria a situação.
O ato político foi realizado, os abaixo assinados entregues e a cobertura da imprensa feita. Romildo deu eixo a atividade, pois nossa organização sempre formou seus quadros.
Os anos seguintes foram extremamente difíceis.
O Solidariedade funcionou na ilegalidade e diversos membros da sua direção estiveram presos. Com a perestroika na União Soviética, a partir de 1985, a situação começou a mudar, e em 1988 o sindicato emergiu novamente com força, liderando uma onda de greves.
Um acordo assinado entre o Solidariedade e o governo, abril de 1989, a ilegalidade do sindicato foi revogada.
Em junho do mesmo ano, o Solidariedade, agora transformado em partido, conquistou 99 das 100 cadeiras do Senado e 35% das da Câmara dos Deputados
Em 1990 Lech Walesa venceu a primeira eleição para presidente da República.
Quero dizer o quanto foi rico em minha formação a convivência com certas figuras que fizeram nossa história.
terça-feira, 30 de setembro de 2008
Frio na barriga
A vida realmente nos afasta,
do quem gostamos.
Nos leva,
e sem motivo.
Muitas vezes
a gente esquece pelo caminho
pedras preciosas,
toques,
beijos,
sonhos,
desejos.
Por isto é bom parar.
Dar tempo ao tempo.
Refletir
Se interiorizar.
Resgatar seu passado
é resgatar você.
É entender os suspiros
o choro "repentino",
a explosão de alegria,
o frio na barriga.
do quem gostamos.
Nos leva,
e sem motivo.
Muitas vezes
a gente esquece pelo caminho
pedras preciosas,
toques,
beijos,
sonhos,
desejos.
Por isto é bom parar.
Dar tempo ao tempo.
Refletir
Se interiorizar.
Resgatar seu passado
é resgatar você.
É entender os suspiros
o choro "repentino",
a explosão de alegria,
o frio na barriga.
terça-feira, 16 de setembro de 2008
Uganda é aqui
Os Ilkes ( povo do norte de Uganda ),
e a crise econômica do povo brasileiro
Me lembro ainda, mais ou menos fim da década de 70, era a primeira vez que ia a uma peça de teatro. Ver o trabalho de um pequeno grupo carioca (seguido de debate).
A noite, com suas luzes, me deslumbrava, como até hoje, além da companhia de Vera, Mercedes e outra amiga, aluna da Universidade Rural, que esqueço o nome.
Os Ilkes é um povo que habitava o norte de Uganda, país do continente Africano, que ficou mundialmente conhecido depois de seu folclórico ditador Idiamim Dada.
Faz parte da cultura deste povo, comemorar a “passagem” da vida material, para a “vida espiritual” com festas junto a toda sociedade tribal. Para eles era motivo de orgulho do grupo familiar, comemorar com comida farta, dança e muita alegria, juntamente com toda a tribo, este momento.
Porém com a chegada da fome no continente africano, e a dificuldade da sobre- vivência, cada vez mais ficava difícil socializar o alimento em festas comemorativas ( a família do morto é que bancava a comemoração ).
O instinto de sobrevivência fazia com que a alimentação fosse racionada entre os “vivos” do grupo familiar.
Passou-se então, a qualquer possibilidade de doença seguida de morte, ou fraqueza de qualquer ancião, ser seguida de um “passeio” do familiar convalescido,
sem volta.
Ou seja, havia um abandono na selva do provável morto. Não cabia mais naquela sociedade a possibilidade de gastos gastronômicos. As gorduras haviam se acabado.
Como se avaliava que as coisa iriam melhorar, a verdade da necessidade da comemoração continuava verdadeira. Só que não haviam mais mortes. Só sumiços.
Minha filha Bárbara, de 12 anos, semana passada veio me pedir para suas amiguinhas de colégio passarem o fim de semana lá em casa, pois teriam que fazer um trabalho de grupo da escola.
Reagi de forma até ríspida e preocupada ( me desculpe filha ), que seria impossível tal atividade, pois nós não tínhamos comida nem frutas suficientes para este “weekend”.
A solução não foi fazer esta reunião na casa de nenhuma outra criança, pasmem, e sim segunda feira no período contrário ao das aulas regulares na própria escola.
Nenhuma família reuniu a meninada.
Quase que em seguida, minha mãe foi surpreendida com o telefonema de seu sobrinho, avisando que sua irmã, estava em visita a Brasília, e que iriam visita-la no dia seguinte.
Grande motivo de alegria, afinal a saudade e o tempo sem se verem era grande.
Grande motivo de preocupação, o que servir, quantas pessoas viriam?
Lembro que sai do teatro perplexo, assustado e com pena do povo Ilkes.
Hoje me deparo com a Ugandização de nossa sociedade, com a reforma
neo-liberal, com a globalização da miséria.
Percebo que hoje Uganda é aqui.
e a crise econômica do povo brasileiro
Me lembro ainda, mais ou menos fim da década de 70, era a primeira vez que ia a uma peça de teatro. Ver o trabalho de um pequeno grupo carioca (seguido de debate).
A noite, com suas luzes, me deslumbrava, como até hoje, além da companhia de Vera, Mercedes e outra amiga, aluna da Universidade Rural, que esqueço o nome.
Os Ilkes é um povo que habitava o norte de Uganda, país do continente Africano, que ficou mundialmente conhecido depois de seu folclórico ditador Idiamim Dada.
Faz parte da cultura deste povo, comemorar a “passagem” da vida material, para a “vida espiritual” com festas junto a toda sociedade tribal. Para eles era motivo de orgulho do grupo familiar, comemorar com comida farta, dança e muita alegria, juntamente com toda a tribo, este momento.
Porém com a chegada da fome no continente africano, e a dificuldade da sobre- vivência, cada vez mais ficava difícil socializar o alimento em festas comemorativas ( a família do morto é que bancava a comemoração ).
O instinto de sobrevivência fazia com que a alimentação fosse racionada entre os “vivos” do grupo familiar.
Passou-se então, a qualquer possibilidade de doença seguida de morte, ou fraqueza de qualquer ancião, ser seguida de um “passeio” do familiar convalescido,
sem volta.
Ou seja, havia um abandono na selva do provável morto. Não cabia mais naquela sociedade a possibilidade de gastos gastronômicos. As gorduras haviam se acabado.
Como se avaliava que as coisa iriam melhorar, a verdade da necessidade da comemoração continuava verdadeira. Só que não haviam mais mortes. Só sumiços.
Minha filha Bárbara, de 12 anos, semana passada veio me pedir para suas amiguinhas de colégio passarem o fim de semana lá em casa, pois teriam que fazer um trabalho de grupo da escola.
Reagi de forma até ríspida e preocupada ( me desculpe filha ), que seria impossível tal atividade, pois nós não tínhamos comida nem frutas suficientes para este “weekend”.
A solução não foi fazer esta reunião na casa de nenhuma outra criança, pasmem, e sim segunda feira no período contrário ao das aulas regulares na própria escola.
Nenhuma família reuniu a meninada.
Quase que em seguida, minha mãe foi surpreendida com o telefonema de seu sobrinho, avisando que sua irmã, estava em visita a Brasília, e que iriam visita-la no dia seguinte.
Grande motivo de alegria, afinal a saudade e o tempo sem se verem era grande.
Grande motivo de preocupação, o que servir, quantas pessoas viriam?
Lembro que sai do teatro perplexo, assustado e com pena do povo Ilkes.
Hoje me deparo com a Ugandização de nossa sociedade, com a reforma
neo-liberal, com a globalização da miséria.
Percebo que hoje Uganda é aqui.
Camarada Maria do Sol
Brasília, 8 de maio de 2006
O partido cresce, e o número de pessoas a nossa volta também.
Todos os dias sento com mais pessoas, ouço reclamações, desejos, anseios, sobressaltos, soluções e sonhos.
Ouço sobre os filhos, sobre a escola, sobre a sexualidade, a mulher, o marido, o amante, o desemprego, o cachorro do vizinho, a conta bancária.....
Ouço a vida, com seus choros e sorrisos.
A pouco um militante nosso se acidentou, e entrou em estado profundo de coma.( Múcio )
Logo depois, Breno, viveu a agonia de seu pai no Hospital por 3 semanas. O mesmo veio a falecer.
Hoje fui surpreendido por um telefonema de São Paulo.
Só que realizado daqui de Brasília mesmo. Do Hospital de Base.
Era da irmã da "Maria da Chuva"; uma senhora que passou de forma meteórica pelo PSoL.
Como vindo do vento, Maria da Chuva apareceu a porta do partido, chamando meu nome, como se velhos amigos e camaradas já fossemos.
Contou-me sobre sua luta na periferia da cidade, aonde ganhou o apelido por causa de um enfrentamento pela reconstrução de algumas "casas/barracos" derrubadas pela chuva.
Cantou marchinhas e apresentou propostas de slogans para o partido. Sempre com o sorriso e alegria como marca registrada.
Uma mulher de luta, determinada na certeza que estava na sua trincheira de classe, entre os seus.
Um dia me ligou dizendo que não estava bem e faltaria a atividade.
Sumiu como vento que a trouxe.
Até o telefonema de hoje.
Sua irmã me contou que ela estava com cancer na cabeça, e intestino, entre outras coisas. Que seu estado era terminal, e que será removida para Santos amanha de manha.
Pediu minha presença.
Fui até lá com o companheiro Júlio Cesar.
O brilho nos olhos, o prazer do significado do reencontro. Ali ela dizia/explicava a sua irmã sua opção de viver as lutas sociais, que apesar de não ter constituído família de sangue, como filhos ou maridos, tinha os companheiros das conspirações, dos enfrentamentos, alguém que ela poderia passar o bastão, como quem faz uma prova ( corrida ) em equipe.
Ali destinou sua casa e uma loja no Jardim ABC, aonde tem um Serviço Social para o nosso partido.
Relatou-me, indignada, a situação da Saúde Pública no Brasil. Que estava totalmente abandonada dentro dos corredores do Hospital.
Sem lençóis, travesseiro, remédios, etc.
Citou uma reportagem da revista veja aonde Lula afirma que a Saúde Pública esta a beira do ideal.
Contou-me com lágrimas nos olhos, que o médico a dois dias atrás lhe disse "na lata" que estava com um tumor na cabeça e intestino, e que não era o caso de fazer quimioterapia.
Relatou-me como desumana a falta de respeito pelo cidadão.
Pediu ajuda para a irmã, pois nem sentar esta conseguindo, e me mostrou seus escritos no Hospital, relatando sua agonia, através de um diário.
Sonhando em poder publicá-lo, para denunciar, e impedir que outros venham a passar por aquilo.
Vi Maria da Chuva, acabada fisicamente, com os braços roxos, largada em uma maca em um corredor do Hospital de Base, com registro de internação na Enfermaria 5.
Tenha no PSoL de Brasília a continuidade de sua luta.
Um beijo e a certeza que o bastão foi passado.
Camarada Maria da Chuva, quero poder te rebatizar como
Camarada Maria do Sol.
O partido cresce, e o número de pessoas a nossa volta também.
Todos os dias sento com mais pessoas, ouço reclamações, desejos, anseios, sobressaltos, soluções e sonhos.
Ouço sobre os filhos, sobre a escola, sobre a sexualidade, a mulher, o marido, o amante, o desemprego, o cachorro do vizinho, a conta bancária.....
Ouço a vida, com seus choros e sorrisos.
A pouco um militante nosso se acidentou, e entrou em estado profundo de coma.( Múcio )
Logo depois, Breno, viveu a agonia de seu pai no Hospital por 3 semanas. O mesmo veio a falecer.
Hoje fui surpreendido por um telefonema de São Paulo.
Só que realizado daqui de Brasília mesmo. Do Hospital de Base.
Era da irmã da "Maria da Chuva"; uma senhora que passou de forma meteórica pelo PSoL.
Como vindo do vento, Maria da Chuva apareceu a porta do partido, chamando meu nome, como se velhos amigos e camaradas já fossemos.
Contou-me sobre sua luta na periferia da cidade, aonde ganhou o apelido por causa de um enfrentamento pela reconstrução de algumas "casas/barracos" derrubadas pela chuva.
Cantou marchinhas e apresentou propostas de slogans para o partido. Sempre com o sorriso e alegria como marca registrada.
Uma mulher de luta, determinada na certeza que estava na sua trincheira de classe, entre os seus.
Um dia me ligou dizendo que não estava bem e faltaria a atividade.
Sumiu como vento que a trouxe.
Até o telefonema de hoje.
Sua irmã me contou que ela estava com cancer na cabeça, e intestino, entre outras coisas. Que seu estado era terminal, e que será removida para Santos amanha de manha.
Pediu minha presença.
Fui até lá com o companheiro Júlio Cesar.
O brilho nos olhos, o prazer do significado do reencontro. Ali ela dizia/explicava a sua irmã sua opção de viver as lutas sociais, que apesar de não ter constituído família de sangue, como filhos ou maridos, tinha os companheiros das conspirações, dos enfrentamentos, alguém que ela poderia passar o bastão, como quem faz uma prova ( corrida ) em equipe.
Ali destinou sua casa e uma loja no Jardim ABC, aonde tem um Serviço Social para o nosso partido.
Relatou-me, indignada, a situação da Saúde Pública no Brasil. Que estava totalmente abandonada dentro dos corredores do Hospital.
Sem lençóis, travesseiro, remédios, etc.
Citou uma reportagem da revista veja aonde Lula afirma que a Saúde Pública esta a beira do ideal.
Contou-me com lágrimas nos olhos, que o médico a dois dias atrás lhe disse "na lata" que estava com um tumor na cabeça e intestino, e que não era o caso de fazer quimioterapia.
Relatou-me como desumana a falta de respeito pelo cidadão.
Pediu ajuda para a irmã, pois nem sentar esta conseguindo, e me mostrou seus escritos no Hospital, relatando sua agonia, através de um diário.
Sonhando em poder publicá-lo, para denunciar, e impedir que outros venham a passar por aquilo.
Vi Maria da Chuva, acabada fisicamente, com os braços roxos, largada em uma maca em um corredor do Hospital de Base, com registro de internação na Enfermaria 5.
Tenha no PSoL de Brasília a continuidade de sua luta.
Um beijo e a certeza que o bastão foi passado.
Camarada Maria da Chuva, quero poder te rebatizar como
Camarada Maria do Sol.
Pai e filho
É mágica a relação da intimidade entre "pai e filho".
A troca de carinho,
dos toques,
da voz terna,
A troca de experiência seguidas das eternas perguntas.
Em seguida a contemplação de seu filhote dormindo.
Mistura de um depósito de sonhos,
de um recarregador de energia,
de um motivo de viver.
Ser sensível em meio a rotina.
Digerir,
vibrar e valorizar nossos filhos,
nossos amigos.
Beijinho.
A troca de carinho,
dos toques,
da voz terna,
A troca de experiência seguidas das eternas perguntas.
Em seguida a contemplação de seu filhote dormindo.
Mistura de um depósito de sonhos,
de um recarregador de energia,
de um motivo de viver.
Ser sensível em meio a rotina.
Digerir,
vibrar e valorizar nossos filhos,
nossos amigos.
Beijinho.
domingo, 14 de setembro de 2008
Formatura da Alice
Conversando com um amigo, relembrei o dia em que minha filha Alice nasceu.
Colei na porta da loja, WR Moda Jovem, um papel anunciando “loja fechada em razão do nascimento de minha filha”.
Tudo era muito corrido, muito elétrico e prazeroso, lembro.
Já se passaram muito tempo.
O tempo é como o frio, a partir de uma temperatura, você só diz que esta muito frio, ou muito quente, rs.
A partir de um tempo você diz que faz muito tempo, rs.
Pois é minha menina cresceu e aprendeu muitas coisas que eu não sei.
Fico feliz com a alegria dela em passar por esta fase da vida.
A vida é cíclica, e sempre revivemos o prazer de um grande almoço, de uma grande paixão, de um desejo latente.
Vai minha filhota.
O mundo te espera, com toda sua grandeza.
Sempre leve consigo sua sensibilidade e seu sorriso, além é claro
da escova de dentes, rs.
Um beijo eterno minha gata.
Colei na porta da loja, WR Moda Jovem, um papel anunciando “loja fechada em razão do nascimento de minha filha”.
Tudo era muito corrido, muito elétrico e prazeroso, lembro.
Já se passaram muito tempo.
O tempo é como o frio, a partir de uma temperatura, você só diz que esta muito frio, ou muito quente, rs.
A partir de um tempo você diz que faz muito tempo, rs.
Pois é minha menina cresceu e aprendeu muitas coisas que eu não sei.
Fico feliz com a alegria dela em passar por esta fase da vida.
A vida é cíclica, e sempre revivemos o prazer de um grande almoço, de uma grande paixão, de um desejo latente.
Vai minha filhota.
O mundo te espera, com toda sua grandeza.
Sempre leve consigo sua sensibilidade e seu sorriso, além é claro
da escova de dentes, rs.
Um beijo eterno minha gata.
Álbum de figurinhas
Viver é como colecionar figurinhas
Você tem um álbum para cada relação
E ali vai juntando, colando
e guardando seus cromos.
De vez em quando você folheia
e curte as páginas completadas,
assume uma visão ampla dos seus objetivos
se posiciona perante a realidade.
De fato você tem o álbum
E esta sensação de te-lo trás segurança.
Mas se derepente
você é desqualificado
com a informação de que
seus cromos não são seus.
Que você colou todas as figurinhas
em local errado,
por ser relapso,
desinteressado
e mal caráter.
Difícil é retornar o tesão
pela coleção,
pela desatenção,
pela relação.
A dor na noite lateja
em ritmo diferente do coração.
Os álbuns dormem,
enquanto como bibliotecário
folheio páginas da vida,
como que cumprindo horário.
Amanha sempre é amanha.
Novo nascer do dia.
Tenho que me apegar a isto.
Você tem um álbum para cada relação
E ali vai juntando, colando
e guardando seus cromos.
De vez em quando você folheia
e curte as páginas completadas,
assume uma visão ampla dos seus objetivos
se posiciona perante a realidade.
De fato você tem o álbum
E esta sensação de te-lo trás segurança.
Mas se derepente
você é desqualificado
com a informação de que
seus cromos não são seus.
Que você colou todas as figurinhas
em local errado,
por ser relapso,
desinteressado
e mal caráter.
Difícil é retornar o tesão
pela coleção,
pela desatenção,
pela relação.
A dor na noite lateja
em ritmo diferente do coração.
Os álbuns dormem,
enquanto como bibliotecário
folheio páginas da vida,
como que cumprindo horário.
Amanha sempre é amanha.
Novo nascer do dia.
Tenho que me apegar a isto.
sábado, 13 de setembro de 2008
Pré requisito
Minha viagem estava acabando.
Tinha uma semana que havia partido de Brasília,
sempre hospedado a menos de cem metros da praia,
e minha hora de retornar estava ali.
Eram quinze para meio dia.
Resolvi me permitir uns minutinhos.
Coloquei a sunga,
e corri para a praia.
Turistas e eu,
um ser híbrido,
que viaja sem ser turista,
que é da terra,
e forasteiro ao mesmo tempo.
Água gostosa,
quente,
mar calmo,
tranqüilo,
porém ao meu lado
um casalzinho,
se beijava, e beijava,
e beijava em meio aquela costa maravilhosa.
O jogar das ondas acariciava os corpos
que se comportavam como um único volume,
integrados a tudo,
ao azul do céu,
do mar,
do horizonte.
Deveria ser pré requisito,
o compromisso de se beijar no mar.
Pode-se beijar sem ir a praia,
mas ir a praia sem beijar,
é como não se molhar,
é como não se achar.
Quero um beijo,
salgado e molhado....
Tinha uma semana que havia partido de Brasília,
sempre hospedado a menos de cem metros da praia,
e minha hora de retornar estava ali.
Eram quinze para meio dia.
Resolvi me permitir uns minutinhos.
Coloquei a sunga,
e corri para a praia.
Turistas e eu,
um ser híbrido,
que viaja sem ser turista,
que é da terra,
e forasteiro ao mesmo tempo.
Água gostosa,
quente,
mar calmo,
tranqüilo,
porém ao meu lado
um casalzinho,
se beijava, e beijava,
e beijava em meio aquela costa maravilhosa.
O jogar das ondas acariciava os corpos
que se comportavam como um único volume,
integrados a tudo,
ao azul do céu,
do mar,
do horizonte.
Deveria ser pré requisito,
o compromisso de se beijar no mar.
Pode-se beijar sem ir a praia,
mas ir a praia sem beijar,
é como não se molhar,
é como não se achar.
Quero um beijo,
salgado e molhado....
Quando dá
O silêncio,
faz parte da vida,
como os envolvimentos de todos os tipos,
problemas, satisfações e desejos.
Gosto de poder escrever quantas vezes quiser,
sem ser taxado de chato..
Se um dia eu sumir por um tempo,
saiba que foi imprevistos da vida.
Se um dia eu sumir para sempre,
sumiram comigo,
coisa de repressão,
ou asfixia,
doença,
ou mudança de personalidade.
Aí o well não existe mais.
Cresceu.
Hoje estou aqui,
molhando o quintal,
quando dá,
ou cuidando dos bichos.
Observando a lu@
faz parte da vida,
como os envolvimentos de todos os tipos,
problemas, satisfações e desejos.
Gosto de poder escrever quantas vezes quiser,
sem ser taxado de chato..
Se um dia eu sumir por um tempo,
saiba que foi imprevistos da vida.
Se um dia eu sumir para sempre,
sumiram comigo,
coisa de repressão,
ou asfixia,
doença,
ou mudança de personalidade.
Aí o well não existe mais.
Cresceu.
Hoje estou aqui,
molhando o quintal,
quando dá,
ou cuidando dos bichos.
Observando a lu@
...quer um beijão
APROVEITE.
Afinal, continuo com o humor alto
Assim, passeio sobre as nuvens,
por cima da CHUVA,
fugindo dos buracos,
observando o que chamo de CASA,
me sentindo LIVRE,
só porque tenho a imaginação solta.
TUDO posso, quase tudo.
De MORANGOS ainda fujo.
Mas pra quem SEMPRE tomou SORVETE gelado,
o fato de brincar com o contraste do quente ou do frio,
do bom ou do mal,
não me traz muita novidade.
Só ansiedade.
DE PRESENTE PRÁ VC,
trago algo especial.
Um CABIDE.
Com ele,
criarei um espaço alternativo,
fora da tela de computador.
Vou me pendurar em seu armário,
em cima de todos aqueles sapatos,
vendo sua cama,
já desarrumada,
você deitada,
desconfiada,
acomodada na madrugada.
Assim me sentirei como um sapo enfeitiçado.
Ele a espera de um beijo,
para tornar-se príncipe.
Eu a espera de um click21
para tornar-me um mininu .
Mininu chorão,
que quer um beijão.
Afinal, continuo com o humor alto
Assim, passeio sobre as nuvens,
por cima da CHUVA,
fugindo dos buracos,
observando o que chamo de CASA,
me sentindo LIVRE,
só porque tenho a imaginação solta.
TUDO posso, quase tudo.
De MORANGOS ainda fujo.
Mas pra quem SEMPRE tomou SORVETE gelado,
o fato de brincar com o contraste do quente ou do frio,
do bom ou do mal,
não me traz muita novidade.
Só ansiedade.
DE PRESENTE PRÁ VC,
trago algo especial.
Um CABIDE.
Com ele,
criarei um espaço alternativo,
fora da tela de computador.
Vou me pendurar em seu armário,
em cima de todos aqueles sapatos,
vendo sua cama,
já desarrumada,
você deitada,
desconfiada,
acomodada na madrugada.
Assim me sentirei como um sapo enfeitiçado.
Ele a espera de um beijo,
para tornar-se príncipe.
Eu a espera de um click21
para tornar-me um mininu .
Mininu chorão,
que quer um beijão.
A importância do falar
Falar de si,
falar da vida,
do caminhar pelas ruas do centro,
das lembranças e saudades que o coração resgata,
do cansaço,
da distancia,
da interdisciplinaridade que envolve tudo,
que somos nós.
e como se descobrisse a pólvora
reafirmar o fato de “parecer normal”
Sinto as contradições,
o eterno buscar, a volta....
Tudo é envolvente, como a vida.
Basta a gente mostrar,
se expor,
desde o lado mais singelo do existir,
a aparência de trator locomotiva.
A dualidade.
Caso nos cruzemos,
sem nos arrepiarmos,
tenha a certeza de que isto é a vida.
Taí a importância do falar,
se mostrar sempre.
Não cansar de repetir,
como eu gosto de voce
falar da vida,
do caminhar pelas ruas do centro,
das lembranças e saudades que o coração resgata,
do cansaço,
da distancia,
da interdisciplinaridade que envolve tudo,
que somos nós.
e como se descobrisse a pólvora
reafirmar o fato de “parecer normal”
Sinto as contradições,
o eterno buscar, a volta....
Tudo é envolvente, como a vida.
Basta a gente mostrar,
se expor,
desde o lado mais singelo do existir,
a aparência de trator locomotiva.
A dualidade.
Caso nos cruzemos,
sem nos arrepiarmos,
tenha a certeza de que isto é a vida.
Taí a importância do falar,
se mostrar sempre.
Não cansar de repetir,
como eu gosto de voce
Te carrego sorriso
Minha vida esta em uma fase de pouco,
ou nenhum tempo, me permito.
Tenho só dado, mas sei da importância de me alimentar,
como ser humano.
Senão daqui a pouco entro em uma crise profunda
Olho o tempo curto,
Nem a utilização do micro hoje tenho acesso,
a exaustão me impede.
A noite me foge.
Mas pretendo reagir e reconstruir meu "tempo"
Apesar da distância,
me sinto em diversos momentos.
Te carrego sorriso.
ou nenhum tempo, me permito.
Tenho só dado, mas sei da importância de me alimentar,
como ser humano.
Senão daqui a pouco entro em uma crise profunda
Olho o tempo curto,
Nem a utilização do micro hoje tenho acesso,
a exaustão me impede.
A noite me foge.
Mas pretendo reagir e reconstruir meu "tempo"
Apesar da distância,
me sinto em diversos momentos.
Te carrego sorriso.
segunda-feira, 25 de agosto de 2008
Ana Milagres
"Pois é, vc sabe que depois que o André nasceu virei mãe solteira de 2 filhos né? Meus 2 filhos, Lúcio e André, vivem brigando para jogar no pc, às vezes se torna hilário. Acaba sobrando para mim que tenho que ceder o meu para o Lúcio, para acabar com a briga.Beijos!!! "
As vezes é importante ceder Ana.
Deixar que os dois disputem e brinquem nos PCs.
Mas às vezes é tão importante quanto o ceder, o não ceder.
Tem momentos que a gente tem que se permitir, e disputar nosso espaço
Afinal é diferente ser mãe solteira, de que ser mãe e pai.
É diferente ser amiga de alguém, do que ter que cuidar de um companheiro doente.
Sua tarefa é árdua e difícil.
Mas me lembro de uma história de uma figura espetacular que conheci.
Vou te contar.
Tinha uma amiga chamada MARTA BAGIO.
Ela saiu de casa muito cedo
E acabou se envolvendo com um farmacêutico bem mais velho, por acaso e necessidade.
Porém nasceram 3 filhos da relação.
Ela se sentia a última das pessoas, por não ter opção de correr atrás de seus sonhos.
Nova e bonita, com três filhos com um homem que não desejava ou amava.
Era infeliz. Se sentia infeliz.
Pensava e desejava morrer.
Imaginava sempre diversas maneiras de sucumbir à vida.
Até que um dia por acaso, na farmácia de manipulação, deparou-se com um vidro de veneno.
Sem que ninguém visse, o escondeu por entre as roupas.
Com medo de ser questionada.
Foi para casa e o alojou no fundo do armário, pensando em qual seria o momento de
tomá-lo, de acabar com esta “vida sem prazeres”.
Estava delineada a ação.
Faltava a definição do momento.
Então todo dia de manha, antes de seguir para a “tal rotina infernal” da farmácia ao lado do “maridão” ela se questionava se queria continuar vivendo.
A partir daquele momento ela tinha a decisão de seu futuro nas mãos diariamente.
Questionava dia a dia.
A opção era sua.
Então as pequenas coisas da rotina, que antes ela não percebia, como a magia das cores, dos momentos simples, a apresentaram a um mundo novo.
E os anos foram passando, seus filhos crescendo, o horizonte abrindo...
E quando conheci esta figura, posso te dizer, foi maravilho a descoberta.
Cada dia era “o dia”.
O sorriso forte sempre rasgava o momento, com a intensidade e voracidade de um amanhecer.
Da dificuldade, da falta de oportunidade, surgiu uma figura, meio rústica, sensível, e enigmática.
A vida é assim.
Creio que o seu dia a dia Ana, não é o que você queria.
Mas, apesar de muito pouco te conhecer, sinto-te como uma árvore que enraíza, e que logo logo será forte, robusta e frondosa.
Você consegue ser crítica da situação, isto é bastante.
Saber o que acontece é o começo de tudo.
Forte beijo, você tem um amigo.
As vezes é importante ceder Ana.
Deixar que os dois disputem e brinquem nos PCs.
Mas às vezes é tão importante quanto o ceder, o não ceder.
Tem momentos que a gente tem que se permitir, e disputar nosso espaço
Afinal é diferente ser mãe solteira, de que ser mãe e pai.
É diferente ser amiga de alguém, do que ter que cuidar de um companheiro doente.
Sua tarefa é árdua e difícil.
Mas me lembro de uma história de uma figura espetacular que conheci.
Vou te contar.
Tinha uma amiga chamada MARTA BAGIO.
Ela saiu de casa muito cedo
E acabou se envolvendo com um farmacêutico bem mais velho, por acaso e necessidade.
Porém nasceram 3 filhos da relação.
Ela se sentia a última das pessoas, por não ter opção de correr atrás de seus sonhos.
Nova e bonita, com três filhos com um homem que não desejava ou amava.
Era infeliz. Se sentia infeliz.
Pensava e desejava morrer.
Imaginava sempre diversas maneiras de sucumbir à vida.
Até que um dia por acaso, na farmácia de manipulação, deparou-se com um vidro de veneno.
Sem que ninguém visse, o escondeu por entre as roupas.
Com medo de ser questionada.
Foi para casa e o alojou no fundo do armário, pensando em qual seria o momento de
tomá-lo, de acabar com esta “vida sem prazeres”.
Estava delineada a ação.
Faltava a definição do momento.
Então todo dia de manha, antes de seguir para a “tal rotina infernal” da farmácia ao lado do “maridão” ela se questionava se queria continuar vivendo.
A partir daquele momento ela tinha a decisão de seu futuro nas mãos diariamente.
Questionava dia a dia.
A opção era sua.
Então as pequenas coisas da rotina, que antes ela não percebia, como a magia das cores, dos momentos simples, a apresentaram a um mundo novo.
E os anos foram passando, seus filhos crescendo, o horizonte abrindo...
E quando conheci esta figura, posso te dizer, foi maravilho a descoberta.
Cada dia era “o dia”.
O sorriso forte sempre rasgava o momento, com a intensidade e voracidade de um amanhecer.
Da dificuldade, da falta de oportunidade, surgiu uma figura, meio rústica, sensível, e enigmática.
A vida é assim.
Creio que o seu dia a dia Ana, não é o que você queria.
Mas, apesar de muito pouco te conhecer, sinto-te como uma árvore que enraíza, e que logo logo será forte, robusta e frondosa.
Você consegue ser crítica da situação, isto é bastante.
Saber o que acontece é o começo de tudo.
Forte beijo, você tem um amigo.
sexta-feira, 21 de março de 2008
1/2 Mário, 1/2 século
Doideira é acordar todo dia
sem se arrepiar,
com todas as possibilidades
que a vida nos oferece
Doideira é não gargalhar
das paranóias
e das pancadas
do dia a dia
Acorda,
respira fundo,
sacode a poeira
e vem saborear,
devagarzinho
seu 1/2 século
de brincadeiras.
sem se arrepiar,
com todas as possibilidades
que a vida nos oferece
Doideira é não gargalhar
das paranóias
e das pancadas
do dia a dia
Acorda,
respira fundo,
sacode a poeira
e vem saborear,
devagarzinho
seu 1/2 século
de brincadeiras.
domingo, 10 de fevereiro de 2008
Finge que não
Sabe
Me perdi novamente na madrugada
Pois o .telefone religou.
E com ele o teclado também
E os grilos, o silêncio, os latidos.
O vídeo dorme em cima da TV.
A TV falando para ninguém.
Tudo isto meche comigo
Que sede,
tenho vontade de beber o mundo.
Abrir o tarô e começar uma prosa.
Recitar uma saudade.
Sussurrar uma verdade.
Daquelas que ninguém ouve,
ou finge que não.
sábado, 9 de fevereiro de 2008
Máscaras
Neste carnaval,
Quero poder brincar
Me perder
Sem norte ou sul
Me ensopar de suor e chuva
com a mais bela fantasia,
Você de Colombina,
e eu de Pierrô.
mais com a certeza
de que nunca
usaremos máscaras.
wellsol
Quero poder brincar
Me perder
Sem norte ou sul
Me ensopar de suor e chuva
com a mais bela fantasia,
Você de Colombina,
e eu de Pierrô.
mais com a certeza
de que nunca
usaremos máscaras.
wellsol
"docê"
São poucas as certezas,
uma delas,
é saber que independentemente
da lógica,
Dos desencontros e encontros,
sempre terei o teu entrar,
sem permissão,
abusado,
falando das certezas e incertezas,
dos choros,
dos sonhos,
das vontades,
das noites mal dormidas,
dos pesadelos,
ou dos prazeres.
Falando “docê”,
pronta para me ouvir.
Obrigado.
Um cheiro animal.
Um beijo anormal.
wellsol
uma delas,
é saber que independentemente
da lógica,
Dos desencontros e encontros,
sempre terei o teu entrar,
sem permissão,
abusado,
falando das certezas e incertezas,
dos choros,
dos sonhos,
das vontades,
das noites mal dormidas,
dos pesadelos,
ou dos prazeres.
Falando “docê”,
pronta para me ouvir.
Obrigado.
Um cheiro animal.
Um beijo anormal.
wellsol
Chicabom
Quero falar sério com você.
Falar de "chicabom".
De chocolate.
De chupar, de namorar, de beijar.
Alguma coisa assim,
alguma coisa assado.
Coisa da madrugada.
Coisa de amanhecer.
Koiza de se envolver.
wellsol
Falar de "chicabom".
De chocolate.
De chupar, de namorar, de beijar.
Alguma coisa assim,
alguma coisa assado.
Coisa da madrugada.
Coisa de amanhecer.
Koiza de se envolver.
wellsol
Voar como os Beijos
Aqui chove.
Mas gosto do dia.
Do visual.
Somente eu e os pássaros.
Tenho até vontade de voar
Acho que vou voar.
Voar como os beijos.
wellsol
Mas gosto do dia.
Do visual.
Somente eu e os pássaros.
Tenho até vontade de voar
Acho que vou voar.
Voar como os beijos.
wellsol
Imigrante
Estava em NYC.
Só que desta vez nada corria como antes.
A crise que atingia o mercado americano já se refletia na 47 street.
Os joalheiros também rebolavam e tudo estava parado.
O que fazer? Retornar ao Brasil, podendo ser barrado pela alfândega brasileira com produtos genuinamente nossos, com o prejuízo da viagem ou dar tempo ao tempo e colocar aos poucos a mercadoria que tinha.
Optei por ficar, tinha que alugar um local, arrumar emprego, etc.
Consegui um apartamento, se é que posso chamar assim, no subsolo de um prédio, no bairro de Mirtle, fronteira do Brookin com o Quenns.
População espana e negra.
Peguei emprestado com um padre italiano, que morou no Brasil, $ 1.500 para pagar um mês de aluguel, e dois meses de depósito, isto dispensava o fiador.
Mas tinha 6 semanas para pagar a dívida pois meu amigo de batina retornava para Itália, e eu havia o conhecido no meio da rua.
Fiz as contas com Mário ( meu amigo de América ), e vimos que dava para devolver o dinheiro no prazo desde que tivéssemos uma economia de guerra.
Comprava-mos a passagem do metro a atacado ( para a semana ),
andávamos um longo trecho a fim de evitar o ônibus ( e economizar ).
Podíamos almoçar somente dois pães de alho ou cebola. Tínhamos esta rica opção.
Em casa, foi chegando amigos oriundos da terrinha. Todos desempregados, porém com o hábito de comer também, rs.
Nosso cardápio era arroz e frango, ou arroz e carne de peru ( é mais barata ) moída.
As semanas foram passando, e o animo acabando.
Trabalhávamos na construção civil, trabalho pesado, com pouca reposição de energia.
Eram dois metrôs para ir, mais um ônibus e um bom trecho de marcha.
Fiquei magrinho, rs. Elegante. Mãos cascudas.
Enfim chegava a sexta semana, o inferno ia acabar. A dívida estava solucionada. Voltávamos para casa daquela vez com outro animo.
Mário falava, ria.
Começamos a sonhar com o que iríamos fazer na sexta que vem.
As propostas eram as mais diversas.
No meio a tudo isto, vestidos que estávamos de mendigos, e esfarrapados ( vínhamos com as roupas de trabalho ) , Mário contabilizou um sonho.
Dava para pagar o padre, guardar o dinheiro das passagens da semana seguinte, o dinheiro do pão, e ainda nos sobravam moedas para que pudéssemos comprar duas barras de chocolate.
O sonho estava realizado.
Nós na América, e comendo chocolate americano, pela primeira vez, após seis semanas. Daquele que víamos nos filmes.
Fazíamos a baldeação de metro no subsolo do Word Trade Center.
As torres gêmeas, que caíram.
Corremos como dois meninos direto para uma banca de jornais e doces de um senhor Afegão, daqueles com turbante e tudo.
Apontei para as barras de chocolate ( o inglês não ajudava ) com a aprovação de Mário pela escolha, e indaguei o preço.
Ele respondeu, contamos as moedas nas mãos. O valor era insuficiente. Faltava uns tostões.
Mário desabou com um semblante de depressão imenso. O silencio era total. Decepção. Um pequeno sonho. Uma pequena vontade. Fiquei meio desnorteado também, e sai gritando atrás de Mário, "não chore". Volte aqui. Vamos comprar pelo menos um chocolate.
Sem perceber o Afegão abandonou seu posto na banca, e aos berros correu atras de nós, dois imigrantes como . Chegou com duas barras de chocolate, que tanto queríamos, como presente. Recebemos o chocolate, e um abraço forte.
" Go, go", ele falava. E fomos, descobrindo um pouco da solidariedade dos imigrantes desta América de estrangeiros.
wellsol>>>01/11/2004
Só que desta vez nada corria como antes.
A crise que atingia o mercado americano já se refletia na 47 street.
Os joalheiros também rebolavam e tudo estava parado.
O que fazer? Retornar ao Brasil, podendo ser barrado pela alfândega brasileira com produtos genuinamente nossos, com o prejuízo da viagem ou dar tempo ao tempo e colocar aos poucos a mercadoria que tinha.
Optei por ficar, tinha que alugar um local, arrumar emprego, etc.
Consegui um apartamento, se é que posso chamar assim, no subsolo de um prédio, no bairro de Mirtle, fronteira do Brookin com o Quenns.
População espana e negra.
Peguei emprestado com um padre italiano, que morou no Brasil, $ 1.500 para pagar um mês de aluguel, e dois meses de depósito, isto dispensava o fiador.
Mas tinha 6 semanas para pagar a dívida pois meu amigo de batina retornava para Itália, e eu havia o conhecido no meio da rua.
Fiz as contas com Mário ( meu amigo de América ), e vimos que dava para devolver o dinheiro no prazo desde que tivéssemos uma economia de guerra.
Comprava-mos a passagem do metro a atacado ( para a semana ),
andávamos um longo trecho a fim de evitar o ônibus ( e economizar ).
Podíamos almoçar somente dois pães de alho ou cebola. Tínhamos esta rica opção.
Em casa, foi chegando amigos oriundos da terrinha. Todos desempregados, porém com o hábito de comer também, rs.
Nosso cardápio era arroz e frango, ou arroz e carne de peru ( é mais barata ) moída.
As semanas foram passando, e o animo acabando.
Trabalhávamos na construção civil, trabalho pesado, com pouca reposição de energia.
Eram dois metrôs para ir, mais um ônibus e um bom trecho de marcha.
Fiquei magrinho, rs. Elegante. Mãos cascudas.
Enfim chegava a sexta semana, o inferno ia acabar. A dívida estava solucionada. Voltávamos para casa daquela vez com outro animo.
Mário falava, ria.
Começamos a sonhar com o que iríamos fazer na sexta que vem.
As propostas eram as mais diversas.
No meio a tudo isto, vestidos que estávamos de mendigos, e esfarrapados ( vínhamos com as roupas de trabalho ) , Mário contabilizou um sonho.
Dava para pagar o padre, guardar o dinheiro das passagens da semana seguinte, o dinheiro do pão, e ainda nos sobravam moedas para que pudéssemos comprar duas barras de chocolate.
O sonho estava realizado.
Nós na América, e comendo chocolate americano, pela primeira vez, após seis semanas. Daquele que víamos nos filmes.
Fazíamos a baldeação de metro no subsolo do Word Trade Center.
As torres gêmeas, que caíram.
Corremos como dois meninos direto para uma banca de jornais e doces de um senhor Afegão, daqueles com turbante e tudo.
Apontei para as barras de chocolate ( o inglês não ajudava ) com a aprovação de Mário pela escolha, e indaguei o preço.
Ele respondeu, contamos as moedas nas mãos. O valor era insuficiente. Faltava uns tostões.
Mário desabou com um semblante de depressão imenso. O silencio era total. Decepção. Um pequeno sonho. Uma pequena vontade. Fiquei meio desnorteado também, e sai gritando atrás de Mário, "não chore". Volte aqui. Vamos comprar pelo menos um chocolate.
Sem perceber o Afegão abandonou seu posto na banca, e aos berros correu atras de nós, dois imigrantes como . Chegou com duas barras de chocolate, que tanto queríamos, como presente. Recebemos o chocolate, e um abraço forte.
" Go, go", ele falava. E fomos, descobrindo um pouco da solidariedade dos imigrantes desta América de estrangeiros.
wellsol>>>01/11/2004
Sapo
APROVEITE.
Afinal, continuo com o humor alto
Assim, passeio sobre as nuvens,
por cima da CHUVA,
fugindo dos buracos,
observando o que chamo de CASA,
me sentindo LIVRE,
só porque tenho a imaginacão solta.
TUDO posso, quase tudo.
De MORANGOS ainda fujo.
Mas pra quem SEMPRE tomou SORVETE gelado,
o fato de brincar com o contraste
do quente ou do frio,
do bom ou do mal,
não me traz muitas novidades.
Só ansiedade.
DE PRESENTE PRÁ VC,
trago algo especial.
Um CABIDE.
Com ele, criarei um espaco alternativo,
fora da tela do qualquer computador.
Vou me pendurar em seu armário,
em cima de todos aqueles sapatos,
vendo sua cama, já desarrumada,
vc deitada, desconfiada,
acomodada na madrugada.
Assim me sentirei como um sapo enfeiticado.
Ele a espera de um beijo, para tornar-se principe.
Eu a espera de um click para tornar-me um mininu.
Mininu chorão ,
que quer um beijão.
Afinal, continuo com o humor alto
Assim, passeio sobre as nuvens,
por cima da CHUVA,
fugindo dos buracos,
observando o que chamo de CASA,
me sentindo LIVRE,
só porque tenho a imaginacão solta.
TUDO posso, quase tudo.
De MORANGOS ainda fujo.
Mas pra quem SEMPRE tomou SORVETE gelado,
o fato de brincar com o contraste
do quente ou do frio,
do bom ou do mal,
não me traz muitas novidades.
Só ansiedade.
DE PRESENTE PRÁ VC,
trago algo especial.
Um CABIDE.
Com ele, criarei um espaco alternativo,
fora da tela do qualquer computador.
Vou me pendurar em seu armário,
em cima de todos aqueles sapatos,
vendo sua cama, já desarrumada,
vc deitada, desconfiada,
acomodada na madrugada.
Assim me sentirei como um sapo enfeiticado.
Ele a espera de um beijo, para tornar-se principe.
Eu a espera de um click para tornar-me um mininu.
Mininu chorão ,
que quer um beijão.
Horas, bolas
Ah, como chove, tão maravilhoso se não fosse trágico.
Meu carro está lá na 302 Sul, e eu aquí no Conic, com os DVDs do meu irmão para entregar, sem coragem de delirar pela chuva como um menino apaixonado.
Só penso nos Cr$ 18,00 de multa, e todo amor que sinto por vc me foge a cabeca como a água foge pela boca de lôbo.
Ah paixão e chuva.
Ah tesão molhado, enxarcado, pesado sobre um corpo totalmente arrepiado.
Ah meus dezoito reais, que poderia pagar aquele sorvete de chocolate,
que deixaria sua lingua gelada, adocicada, enfeiticada, energizada.
Ah lingua, ah beijo que não darei.
E a chuva, e todo molhado da madrugada, e todo trovão que grita, berra,
e se anuncia como o ser.
E eu.
Respiro fundo, se não vou contigo, tbm não fico
Me vou. Vou secar a ressaca de um fim de dia.
Procurar as pocas, e perceber se os postes da cidade estão ou não
perpendiculares ao chão.
Ninguém se preocupa com isto.
Ninguém se preocupa com quase nada.
E com os postes então?
Nem os cachorros, que alí fazem pipi.
Me perco, me acho, me vou.
Não tenho relógio, somente tenho horas.
Horas, bolas
wellsol 26/10/2004
Meu carro está lá na 302 Sul, e eu aquí no Conic, com os DVDs do meu irmão para entregar, sem coragem de delirar pela chuva como um menino apaixonado.
Só penso nos Cr$ 18,00 de multa, e todo amor que sinto por vc me foge a cabeca como a água foge pela boca de lôbo.
Ah paixão e chuva.
Ah tesão molhado, enxarcado, pesado sobre um corpo totalmente arrepiado.
Ah meus dezoito reais, que poderia pagar aquele sorvete de chocolate,
que deixaria sua lingua gelada, adocicada, enfeiticada, energizada.
Ah lingua, ah beijo que não darei.
E a chuva, e todo molhado da madrugada, e todo trovão que grita, berra,
e se anuncia como o ser.
E eu.
Respiro fundo, se não vou contigo, tbm não fico
Me vou. Vou secar a ressaca de um fim de dia.
Procurar as pocas, e perceber se os postes da cidade estão ou não
perpendiculares ao chão.
Ninguém se preocupa com isto.
Ninguém se preocupa com quase nada.
E com os postes então?
Nem os cachorros, que alí fazem pipi.
Me perco, me acho, me vou.
Não tenho relógio, somente tenho horas.
Horas, bolas
wellsol 26/10/2004
Do arrepio...
Meio que rugindo,
acreditando ser um leãozinho,
meio que sorrindo,
feliz pelo final de semana,
vou pedalando, bicicleta nova,
paisagem densa, verde,
um mundo pela frente a desbravar.
E lá vem LUNES, segunda,
o início de um reinício.
Sexta feira, depois de muito conversar,
deparei-me com a lua,
abaixo dela não o mar como em meus tempos de Rio de Janeiro,
mas o cerrado, com sua aparência organica,
curvas que contam a história de uma vida,
vida de lutas pela sobrevivência.
Lutas pela água, pelo sol, pela lua.
E eu, pelo arrepiado.
Meio leãozinho, arisco,
pronto para o bote do amanhecer.
Me entrelaço com o cerrado.
Corro, buscando construir história.
E vem o MES, o de Novembro.
Que venha Dezembro.
Rompo ano, rompo as amarras,
os caminhos que a lugar algúm levam.
E por comodidade por ele passava.
Que venham as novas trilhas,
que as luzes se ascendam ao fundo dos túneis.
Que chegue a legalização,
e que nós, senhores do inconstitucional,
brindemos a revolução.
Do pessoal ao social.
Ao direito do arrepio.
Do pio.
Do....
wellsol 07/11/2004
acreditando ser um leãozinho,
meio que sorrindo,
feliz pelo final de semana,
vou pedalando, bicicleta nova,
paisagem densa, verde,
um mundo pela frente a desbravar.
E lá vem LUNES, segunda,
o início de um reinício.
Sexta feira, depois de muito conversar,
deparei-me com a lua,
abaixo dela não o mar como em meus tempos de Rio de Janeiro,
mas o cerrado, com sua aparência organica,
curvas que contam a história de uma vida,
vida de lutas pela sobrevivência.
Lutas pela água, pelo sol, pela lua.
E eu, pelo arrepiado.
Meio leãozinho, arisco,
pronto para o bote do amanhecer.
Me entrelaço com o cerrado.
Corro, buscando construir história.
E vem o MES, o de Novembro.
Que venha Dezembro.
Rompo ano, rompo as amarras,
os caminhos que a lugar algúm levam.
E por comodidade por ele passava.
Que venham as novas trilhas,
que as luzes se ascendam ao fundo dos túneis.
Que chegue a legalização,
e que nós, senhores do inconstitucional,
brindemos a revolução.
Do pessoal ao social.
Ao direito do arrepio.
Do pio.
Do....
wellsol 07/11/2004
Cochilar
well sol wrote:
Que o poder cochichar,
confidenciar,
susurrar,
se eternize em nossa relação.
Que a leveza
do brincar,
se perca
nas ações.
Me vou,
para voltar sempre.
No click,
e na vida.
wellsol 06/03/2005
Que o poder cochichar,
confidenciar,
susurrar,
se eternize em nossa relação.
Que a leveza
do brincar,
se perca
nas ações.
Me vou,
para voltar sempre.
No click,
e na vida.
wellsol 06/03/2005
Pai e filho
well sol escreveu:
É mágica a relação da intimidade entre "pai e filho". A troca de carinho, dos toques, da voz terna, a troca de esperiências seguidas das eternas perguntas.
Em seguida a contemplação de seu filhote dormindo.
Mistura de um depósito de sonhos, de um recarregador de energia, de um motivo de viver.
Ser sencível em meio a rotina. Digerir, vibrar e valorizar nossos filhos, nossos amigos.
Beijinho.
wellsol 07/05/2006
É mágica a relação da intimidade entre "pai e filho". A troca de carinho, dos toques, da voz terna, a troca de esperiências seguidas das eternas perguntas.
Em seguida a contemplação de seu filhote dormindo.
Mistura de um depósito de sonhos, de um recarregador de energia, de um motivo de viver.
Ser sencível em meio a rotina. Digerir, vibrar e valorizar nossos filhos, nossos amigos.
Beijinho.
wellsol 07/05/2006
Surpresas
Entro este ano novo caminhando.
Buscando,
suando desejo.
Neste ano farei meio século de idade,
brincando,
diblando o vento,
e simplesmente sorrindo
wellsol 02/01/2007
Como a vida nos prega surpresas
As vezes boas
As vezes surpresas
Poderia considerar que ganhei de aniversário um tumor
Mas meu grande presente
Foi perceber o carinho,
atenção e emoção
dos meus... 09/02/2008
Buscando,
suando desejo.
Neste ano farei meio século de idade,
brincando,
diblando o vento,
e simplesmente sorrindo
wellsol 02/01/2007
Como a vida nos prega surpresas
As vezes boas
As vezes surpresas
Poderia considerar que ganhei de aniversário um tumor
Mas meu grande presente
Foi perceber o carinho,
atenção e emoção
dos meus... 09/02/2008
Minha querida Leila
Brasília, 18 de fevereiro de 2006
Você chegou a pouco com a Bambinha.
Percebi o quanto ela estava feliz
em mais uma experiência “de adulto”.
Breno também gostou muito de poder brincar na rua à noite.
Chegou quase a chorar qdo o proibi de ir com os amigos,
por um instante voltei ao passado,
percebi que a cena se repetia,
só que desta vez sendo meu filho o personagem.
Voltei atrás,
apesar de sentir insegurança de saber que ele estaria ali na rua,
à noite, “longe” de meus olhos.
Mas o argumento de que todos brincavam,
e o relato de que os “novos amigos”
pela primeira vez o aceitavam em uma brincadeira,
me permitiu reescrever um instante de minha vida,
através de meu filho.
Vocês foram dormir,
porém minha inquietude,
me presenteou com carinhos,
e ternas palavras de meu filho,
chamando-me a voltar a dormir.
Trocamos olhares apaixonados,
e toques, numa sintonia única.
Percebi então que precisava tirá-lo de meu lado,
pois nosso filhote precisava de tranqüilidade para voltar a dormir.
Convenci-o a ficar contigo o restante da noite.
E lá foi ele, com seu cobertor.
E dormiu quase que instantaneamente.
Quando falei ao telefone com você,
informando de que não estaria em casa,
e sim no celular, acompanhando Breno,
percebi a forma educada e social,
como você me trata em frente aos seus amigos.
A forma como você se comporta e age.
Tenho certeza que lhe faz bem.
É ótimo podermos trilhar uma conduta pré determinada,
que nos conceda segurança e estabilidade.
Percebo também o quanto lhe faz bem este convívio social.
A forma que você se empolga,
contando suas coisas,
descrevendo detalhes,
sorrindo e reverberando suas experiências.
Infelizmente não temos a mesma sintonia.
O desgaste da relação,
carregado dos problemas,
juntamente com a falta de respeito ao colocar os pensamentos,
cria “soluções” administrativas como a divisão das despesas.
Tal decisão, é o reconhecimento de que o diálogo não existe
e que é difícil recuperá-lo.
A afirmação de que “desvio” dinheiro para fora de casa,
ou é mais uma tentativa de magoar,
ou uma declaração de que realmente você não conhece mais,
ou nem nunca conheceu,
a pessoa com quem vive.
Torço sinceramente que você tenha tentado me magoar.
Caso contrário,
também não te reconheço mais.
Não te culpo por nada.
Dizer que não tentamos muito seria mentir.
Realmente nunca incorporei a imagem do companheiro trabalhador,
vendedor de horas,
como todo mundo.
Membro de uma categoria específica.
Você sempre foi propositiva,
me indicando concursos,
tentando projetar uma vida,
um modelo de estabilidade.
Mas nunca percebeu que sou diferente.
Nunca respeitou as minhas diferenças profissionais.
Meu ritmo de vida.
Realmente também nunca incorporei o amante que você buscou,
ou precisou, por vários motivos alegados,
mas a verdade é que seu balanço de mim é negativo.
Realmente nunca incorporei a sua estrutura de uma casa,
de seu cantinho, que você projetou.
Aprendi a me calar em frente às diferenças,
tentando evitar atritos.
Porém e infelizmente,
muitas vezes meu silêncio ecoava como um grito.
Um grito de desespero.
Desculpe-me.
Realmente muitas coisa fizemos juntos.
Ontem Breno me disse que o que ele mais gosta
é da família que tem.
Me veio a imagem do desespero dele
quando a Bambinha torceu o pescoço.
Entendo o que ele e ela falam.
O patrimônio, a segurança,
o alicerce deles perante o mundo é a família.
Demos uma estrutura material privilegiada a nossos filhos,
apesar de você hoje mesmo depreciar a mesma.
Demos um relacionamento de primos, tios, avós e amigos.
Demos uma sensação de segurança.
Uma moral de classe.
Exemplos em atitudes perante a vida.
Demos experiências aos dois.
Entendo e percebo toda sua infelicidade,
seu desespero.
Só não entendo porque você me culpa “por tudo”.
Por sua infelicidade.
Porque você me agride sempre.
Eu não sou nem nunca fui seu inimigo.
Muito pelo contrário.
Muito mesmo.
Minha querida Leila,
reconheço minha incapacidade diante de tudo isto.
Torço por você.
Infelizmente neste instante
só tenho lágrimas nos olhos para lhe dar,
e uma enorme sensação de perda.
Sei que vou reinventar o sorriso.
Sou assim.
Espere de mim sempre um gesto amigo,
um beijo, uma mão.
Vou tentar dormir.
Felicidades.
Você chegou a pouco com a Bambinha.
Percebi o quanto ela estava feliz
em mais uma experiência “de adulto”.
Breno também gostou muito de poder brincar na rua à noite.
Chegou quase a chorar qdo o proibi de ir com os amigos,
por um instante voltei ao passado,
percebi que a cena se repetia,
só que desta vez sendo meu filho o personagem.
Voltei atrás,
apesar de sentir insegurança de saber que ele estaria ali na rua,
à noite, “longe” de meus olhos.
Mas o argumento de que todos brincavam,
e o relato de que os “novos amigos”
pela primeira vez o aceitavam em uma brincadeira,
me permitiu reescrever um instante de minha vida,
através de meu filho.
Vocês foram dormir,
porém minha inquietude,
me presenteou com carinhos,
e ternas palavras de meu filho,
chamando-me a voltar a dormir.
Trocamos olhares apaixonados,
e toques, numa sintonia única.
Percebi então que precisava tirá-lo de meu lado,
pois nosso filhote precisava de tranqüilidade para voltar a dormir.
Convenci-o a ficar contigo o restante da noite.
E lá foi ele, com seu cobertor.
E dormiu quase que instantaneamente.
Quando falei ao telefone com você,
informando de que não estaria em casa,
e sim no celular, acompanhando Breno,
percebi a forma educada e social,
como você me trata em frente aos seus amigos.
A forma como você se comporta e age.
Tenho certeza que lhe faz bem.
É ótimo podermos trilhar uma conduta pré determinada,
que nos conceda segurança e estabilidade.
Percebo também o quanto lhe faz bem este convívio social.
A forma que você se empolga,
contando suas coisas,
descrevendo detalhes,
sorrindo e reverberando suas experiências.
Infelizmente não temos a mesma sintonia.
O desgaste da relação,
carregado dos problemas,
juntamente com a falta de respeito ao colocar os pensamentos,
cria “soluções” administrativas como a divisão das despesas.
Tal decisão, é o reconhecimento de que o diálogo não existe
e que é difícil recuperá-lo.
A afirmação de que “desvio” dinheiro para fora de casa,
ou é mais uma tentativa de magoar,
ou uma declaração de que realmente você não conhece mais,
ou nem nunca conheceu,
a pessoa com quem vive.
Torço sinceramente que você tenha tentado me magoar.
Caso contrário,
também não te reconheço mais.
Não te culpo por nada.
Dizer que não tentamos muito seria mentir.
Realmente nunca incorporei a imagem do companheiro trabalhador,
vendedor de horas,
como todo mundo.
Membro de uma categoria específica.
Você sempre foi propositiva,
me indicando concursos,
tentando projetar uma vida,
um modelo de estabilidade.
Mas nunca percebeu que sou diferente.
Nunca respeitou as minhas diferenças profissionais.
Meu ritmo de vida.
Realmente também nunca incorporei o amante que você buscou,
ou precisou, por vários motivos alegados,
mas a verdade é que seu balanço de mim é negativo.
Realmente nunca incorporei a sua estrutura de uma casa,
de seu cantinho, que você projetou.
Aprendi a me calar em frente às diferenças,
tentando evitar atritos.
Porém e infelizmente,
muitas vezes meu silêncio ecoava como um grito.
Um grito de desespero.
Desculpe-me.
Realmente muitas coisa fizemos juntos.
Ontem Breno me disse que o que ele mais gosta
é da família que tem.
Me veio a imagem do desespero dele
quando a Bambinha torceu o pescoço.
Entendo o que ele e ela falam.
O patrimônio, a segurança,
o alicerce deles perante o mundo é a família.
Demos uma estrutura material privilegiada a nossos filhos,
apesar de você hoje mesmo depreciar a mesma.
Demos um relacionamento de primos, tios, avós e amigos.
Demos uma sensação de segurança.
Uma moral de classe.
Exemplos em atitudes perante a vida.
Demos experiências aos dois.
Entendo e percebo toda sua infelicidade,
seu desespero.
Só não entendo porque você me culpa “por tudo”.
Por sua infelicidade.
Porque você me agride sempre.
Eu não sou nem nunca fui seu inimigo.
Muito pelo contrário.
Muito mesmo.
Minha querida Leila,
reconheço minha incapacidade diante de tudo isto.
Torço por você.
Infelizmente neste instante
só tenho lágrimas nos olhos para lhe dar,
e uma enorme sensação de perda.
Sei que vou reinventar o sorriso.
Sou assim.
Espere de mim sempre um gesto amigo,
um beijo, uma mão.
Vou tentar dormir.
Felicidades.
Expressar
Como é bom poder falar
Me expressar
Interagir, ignorando as fronteiras
Pedalando a vida
Desejando a revolução do "eu"
Do coletivo
Fechando os olhos e percebendo o vento
O prazer do vento no rosto
O ter rosto
Um beijo no coração
Porque uma lambida pode fazer cosquinha
E provocar tesão
01/07/2005
Me expressar
Interagir, ignorando as fronteiras
Pedalando a vida
Desejando a revolução do "eu"
Do coletivo
Fechando os olhos e percebendo o vento
O prazer do vento no rosto
O ter rosto
Um beijo no coração
Porque uma lambida pode fazer cosquinha
E provocar tesão
01/07/2005
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